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Troll A, a maior estrutura já movida pelo ser humano: com 1,2 milhão de toneladas, a maior plataforma offshore existente no mundo pesa mais que 10 Torres Eiffel e foi transportada por 200 km até o mar

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 21/05/2025 às 18:11
Atualizado em 22/05/2025 às 08:49
Troll A, a maior estrutura já movida pelo ser humano: com 1,2 milhão de toneladas, a maior plataforma offshore existente no mundo pesa mais que 10 Torres Eiffel e foi transportada por 200 km até o mar
Foto: Plataforma offshore TROLL A – CANVA + IA + Adobe PS
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Com 472 metros de altura, mais de um milhão de toneladas e a capacidade de resistir à pressão das profundezas do Mar do Norte, a Troll A não é apenas a maior plataforma offshore existente — é a maior estrutura já movida pelo ser humano. E ela continua operando como peça-chave da produção energética da Noruega.

A Troll A – maior plataforma offshore existente, é uma das estruturas mais impressionantes já construídas pela engenharia moderna. Trata-se de uma plataforma de extração de gás natural localizada no Mar do Norte, operada pela estatal Equinor (antiga Statoil). Ela faz parte do campo Troll, responsável por cerca de 40% das reservas de gás natural da plataforma continental norueguesa. Mas o que realmente torna a Troll A extraordinária é o seu tamanho e peso: a estrutura tem 472 metros de altura — mais do que o antigo World Trade Center, em Nova York — e um peso estimado em 1,2 milhão de toneladas quando totalmente equipada, o que a torna a maior estrutura já movida pelo ser humano. Para efeito de comparação, ela pesa mais do que 10 Torres Eiffel somadas.

A maior plataforma offshore do mundo

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A Troll A não é apenas a maior plataforma offshore existente. É também a mais pesada estrutura já construída e transportada para o mar. Produzida com 245 mil metros cúbicos de concreto e 100 mil toneladas de aço, sua fundação se ancora a mais de 300 metros de profundidade, presa ao fundo marinho com âncoras a vácuo.

Suas pernas cilíndricas têm paredes de mais de um metro de espessura, compostas por concreto reforçado com aço para suportar a intensa pressão e a ação contínua das correntes marítimas. Além disso, essas colunas abrigam elevadores internos e túneis técnicos, permitindo acesso à base submersa para inspeções e manutenções.

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Da vila de Vats ao mar: a operação de transporte mais impressionante da engenharia

Após sua construção em Vats, na costa da Noruega, a Troll A precisou ser deslocada até o local definitivo no Mar do Norte. O trajeto, de 200 km, foi realizado em sete dias ininterruptos, utilizando rebocadores marítimos altamente especializados. A operação foi transmitida pela televisão norueguesa, tamanha sua magnitude.

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Durante o trajeto, o equilíbrio da estrutura foi mantido por meio de sistemas de lastro altamente sofisticados, controlando a flutuação da plataforma com precisão milimétrica. Cada metro percorrido foi planejado com antecedência — um erro de cálculo poderia comprometer anos de trabalho.

Essa travessia entrou para os livros de história como o maior deslocamento de uma estrutura já realizado, tanto em peso quanto em complexidade logística.

A importância estratégica da Troll A para a Noruega

O campo Troll é considerado uma pedra angular da economia norueguesa. De acordo com o site oficial da NPD (Norwegian Petroleum Directorate), a área contém cerca de 40% das reservas conhecidas de gás natural do país, fazendo da Troll A a principal fonte de produção e exportação energética da Noruega.

A plataforma abastece países da Europa com gás natural, principalmente através do gasoduto Zeepipe, que liga a costa norueguesa à Bélgica. Com isso, a Noruega se mantém como um dos maiores exportadores de gás da Europa Ocidental, ao lado da Rússia e Argélia.

Além de ser crucial para o fornecimento de energia, a Troll A também gera bilhões de euros em receita anual para o governo norueguês, que investe esses recursos em educação, saúde e infraestrutura por meio do seu famoso fundo soberano.

Uma obra-prima de engenharia submarina

A estrutura da Troll A desafia a física. Com cerca de 472 metros de altura total, mais da metade está submersa, apoiada sobre o leito marinho a 303 metros de profundidade. As colunas principais têm diâmetros superiores a 20 metros e abrigam sistemas essenciais para o funcionamento da plataforma, como salas técnicas, elevadores, cabos elétricos e túneis de inspeção.

No topo, acima da linha d’água, encontra-se a unidade de habitação, controle e processamento do gás extraído. A Troll A também é equipada com sistemas de segurança de última geração, capazes de suportar impactos, vazamentos e até colisões marítimas.

Esse conjunto técnico faz da Troll A a maior plataforma offshore do mundo ainda em operação, e um exemplo de como a engenharia civil pode atingir níveis quase inimagináveis.

Troll A e a transição energética: energia limpa para uma plataforma fóssil

Apesar de ser símbolo da indústria de combustíveis fósseis, a Troll A também lidera iniciativas de transição energética dentro do setor. Em 2021, a Equinor anunciou que a plataforma foi a primeira do país a funcionar com energia elétrica vinda da costa, substituindo os geradores a gás natural por cabos submarinos de alta tensão.

De acordo com a própria empresa, essa mudança permitiu uma redução de 466.000 toneladas de emissões de CO₂ por ano. A meta é que até 2026 todas as plataformas do campo Troll — incluindo a Troll B e a Troll C — também recebam energia elétrica limpa, aumentando o corte total de emissões.

Essa iniciativa mostra que, embora ainda dependente do petróleo e gás, a Noruega busca diminuir os impactos ambientais das operações offshore, equilibrando eficiência energética com responsabilidade climática.

A crítica global: gigantes como a Troll A ainda representam o desafio da descarbonização

Apesar dos esforços da Equinor e do governo norueguês, a existência de estruturas como a Troll A levanta debates intensos nos fóruns ambientais. Durante a COP27 no Egito, líderes mundiais, incluindo o secretário-geral da ONU, António Guterres, voltaram a alertar que o mundo está em uma “estrada para o inferno climático com o pé no acelerador”.

Reportagens da Folha de S. Paulo, por exemplo, revelaram que o número de lobistas da indústria fóssil na COP27 cresceu 26% em relação à COP26, mostrando o poder de influência do setor mesmo em um cenário global que clama por descarbonização.

Ainda assim, a Troll A ilustra uma dualidade: é, ao mesmo tempo, um marco da engenharia humana e um lembrete da urgência climática.

Curiosidades sobre a Troll A

  • Altura total: 472 metros (maior que a Torre Eiffel e que o Empire State Building).
  • Peso total carregada: Aproximadamente 1,2 milhão de toneladas.
  • Volume de concreto utilizado: 245 mil m³ (equivalente a 100 piscinas olímpicas).
  • Volume de aço empregado: 100 mil toneladas (15 vezes mais que a Torre Eiffel).
  • Profundidade de ancoragem: 303 metros.
  • Distância do transporte: 200 km rebocada por sete dias.
  • Início das operações: 1996; modernizações e expansões ocorreram até 2014.

Por que a Troll A continua sendo insuperável?

Desde sua criação, diversas plataformas offshore foram construídas no mundo, especialmente no Golfo do México, Sudeste Asiático e Oriente Médio. No entanto, nenhuma superou a Troll A em altura, peso ou complexidade estrutural.

Mesmo após quase três décadas em operação, a Troll A segue como referência para engenheiros civis, arquitetos navais e especialistas em petróleo e gás. Sua longevidade é fruto de manutenção constante, inovação tecnológica e planejamento de longo prazo.

Mais do que uma obra gigantesca, a Troll A é um símbolo da capacidade humana de dominar a natureza — e, ao mesmo tempo, de ser desafiado por ela.

A história da Troll A é tão impressionante quanto contraditória. Ela representa o ápice da engenharia moderna, mas também a permanência de uma matriz energética baseada em fósseis.

Ser a maior estrutura já movida pelo ser humano, a maior plataforma offshore existente e a estrutura que pesa mais que 10 Torres Eiffel, não é apenas um feito de engenharia — é também um lembrete: o ser humano é capaz de mover montanhas, mas precisa aprender a mover-se também rumo à sustentabilidade.

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Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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