Modelos da Fiat, Peugeot, Ram e Jeep passam por mudanças rápidas que geram dúvidas sobre revenda, manutenção e valorização
Nos últimos anos, a Stellantis tem adotado uma estratégia curiosa e acelerada no Brasil: lançar modelos que são alterados ou reestilizados em menos de um ano, afetando diretamente marcas como Fiat, Peugeot, Ram e Jeep. A política gera incertezas para consumidores e revendedores, além de criar raridades involuntárias no mercado.
A prática, conforme o portal Auto+, ficou evidente em casos recentes como o Peugeot 208 turbo, Fiat Titano, Ram Rampage e até nos modelos eletrificados Pulse e Fastback. Todos passaram por mudanças estruturais ou visuais em intervalos extremamente curtos, tornando algumas versões praticamente exclusivas de um único ano-modelo.
Uma sucessão de lançamentos-relâmpago expõe a nova estratégia da Stellantis

A Stellantis vem se destacando por uma velocidade incomum nas atualizações de seus veículos no Brasil. E isso tem consequências diretas: consumidores compram carros “novos” que logo ficam desatualizados — ou até fora de linha — em questão de meses. Esse padrão, inicialmente atribuído à necessidade de adequar motorização, tornou-se uma repetição.
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O Peugeot 208 Style Turbo, por exemplo, foi lançado em setembro de 2023 com motor 1.0 turbo, mas já estava fora das lojas em setembro de 2024, com o modelo reestilizado e nova nomenclatura nas versões. A Fiat Titano, lançada em março de 2024, passou por uma transformação completa em maio de 2025: motor novo, suspensão retrabalhada e produção transferida do Uruguai para a Argentina.
O caso da Ram Rampage é semelhante. Lançada em junho de 2023, recebeu uma nova motorização diesel mais moderna em novembro de 2024, o que tornou a versão inicial um item raro em pouco mais de um ano.
Pulse e Fastback híbridos não duraram nem um ano

Outro exemplo dessa estratégia apressada está nos chamados Fiat Pulse e Fastback Hybrid. Lançados em novembro de 2024 com motor 1.0 turbo auxiliado por sistema elétrico leve (MHEV), foram substituídos em menos de sete meses com a chegada do visual renovado das duas carrocerias. Mesmo mantendo a mesma base mecânica, a imagem dos modelos foi rapidamente atualizada.
Apesar de carregarem o nome “Hybrid”, os modelos não são híbridos convencionais. O motor elétrico apenas auxilia o motor a combustão, sem mover o carro sozinho. Ainda assim, receberam benefícios fiscais de isenção de IPVA em alguns estados.
Elétricos e Jeep também entram na dança
No campo dos elétricos, Fiat 500e e Peugeot e-2008 também seguiram esse comportamento de curta duração. O primeiro teve uma única safra no Brasil em 2022, com unidades ainda encalhadas até hoje. O segundo apareceu só em 2023 e retorna em 2025 com novo visual, mas ainda sem volume expressivo de vendas.
Para completar o padrão, a Stellantis prepara a reestilização do Jeep Commander, ainda em 2025, mantendo os motores atuais apenas por um ano. Em 2026, dois desses motores serão modificados, ganhando eletrificação parcial e nova calibração, o que novamente muda completamente a configuração técnica do carro em curto prazo.
Estratégia global ou desprezo pelo consumidor?
Apesar da Stellantis não comentar oficialmente a estratégia, as mudanças rápidas parecem atender à necessidade de adaptar os motores da linha às exigências de emissões e eficiência energética, além de tentar acompanhar tendências do mercado com baixo custo. No entanto, isso compromete a previsibilidade para quem compra, seja para uso próprio ou como investimento.
Modelos desatualizados em menos de um ano costumam sofrer desvalorização acentuada e geram dúvidas sobre peças, manutenção e suporte técnico. Para alguns consumidores, isso pode significar um “mico” na revenda. Para outros, uma oportunidade de comprar versões raras por preço reduzido.
A Stellantis vem seguindo uma estratégia de atualizações constantes e, por vezes, precipitadas. Essa política pode até favorecer ajustes rápidos, mas coloca em xeque a confiança do consumidor que espera durabilidade, suporte e valorização do seu carro.
Você compraria um carro sabendo que ele será alterado em menos de um ano? Comente abaixo!



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