No dia 22 de janeiro terá início a proximidade do Ano Novo Chinês, que poderá fazer com que o frete marítimo aumente ainda mais. É o que diz um levantamento inicial do agente de carga digital Nowports.
Mesmo com o feriado durando apenas sete dias, ainda é comum as paralisações começarem um pouco antes dele, principalmente na parte do setor de transportes terrestres. Por conta desse e de outros fatores que estão associados às festividades Chinesas, parte das fábricas paralisa as atividades por ainda mais tempo , o que consequentemente impacta todas as linhas de produção em outras partes do mundo, por conta de toda a importação de insumos e matérias-primas do país.
Bruna Horstmann, a head de pricing da Nowports Brasil, explica que esse feriado reduzirá drasticamente todas as movimentações dos navios da China para o Brasil e vice-versa na próxima semana. “Significa quase duas semanas sem navios da China para o Brasil, nosso principal parceiro comercial, responsável por 45% das nossas importações em 2022. Os blank sailing, ou seja, o cancelamento da atracação de um navio na escala de um determinado porto, ocorrerão nos próximos dias, sejam pequenos ou grandes. Consequentemente, o preço do frete deve ter um aumento relevante, afinal a demanda será superior a oferta do espaço”, explicou Bruna.
Bruna acredita que cerca de pelo menos 50 mil TEUs serão retirados das rotas nas próximas semanas em blank sailings ou omissões de portos. “Não lembro de uma redução tão drástica de espaço, exceto nos meses iniciais da pandemia, em razão da força de trabalho, afinal, as pessoas estavam confinadas e/ou doentes. Além disso, mesmo quando os fretes atingiram US$ 25 por contêiner em 2015, isso não ocorreu de forma tão rápida”, acrescenta ela.
- Inovação Tecnológica: Impulsionando o Futuro do Setor de Transportes
- Governo Federal quer colocar ferrovias em foco e reviver projeto ferroviário de quase 500 km esquecido há anos
- Caminhões com eixo suspenso: A inovação que mudou o transporte, reduziu custos e transformou a economia das estradas!
- Asia Shipping revoluciona logística com aquisição da Hórus e soluções inovadoras
Como vai ficar os fretes marítimos
Por conta da guerra que ainda é vigente entre países europeus, e também os desafios enfrentados por organizações internacionais e por indústrias de todo o mundo, alguns fatores que se foram criados durante a pandemia se repetiram, tais como as dificuldades enfrentadas no âmbito das negociações, na escassez de produtos e até na logística de abastecimento global.
Dessa forma, o frete marítimo só aumentou por conta de tais consequências que se destacaram nos últimos 3 anos. Essa sobrecarga do sistema portuário em alguns países, ainda com a soma da “crise dos contêineres”, e até os desequilíbrios dos abastecimentos por cancelamentos de rotas e falta de frota marítima, fizeram a desaceleração do tempo de recuperação do setor e, graças a isso, a redução dos valores agregados às suas operações e aos preços dos fretes.
Conforme alguns portais de notícias como a do TradeMap, o aumento do frete foi um dos principais desafios para 90% das empresas com operações em comércios internacionais, segundo o levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgado no mês de outubro de 2022. Sem contar que o aumento do custo de transporte também foi um dos principais problemas para 92% das exportadoras e 95% para as importadoras.