Com 2.492 quilates e valor de US$ 50 milhões, diamante descoberto em mina de Botswana transforma o país africano em potência mundial da mineração de luxo.
Em 22 de agosto de 2024, Sob o calor intenso do deserto do Kalahari, no coração do sul da África, um trabalhador da mineradora Debswana Diamond Company fez uma descoberta que mudaria o destino de seu país. Ao inspecionar o cascalho de uma das minas de Jwaneng, encontrou algo que cintilava de forma diferente, uma pedra gigantesca, translúcida, de 2.492 quilates, quase meio quilo de diamante bruto.
Avaliado em mais de US$ 50 milhões, o achado colocou Botswana novamente sob os holofotes e consolidou o país como o novo epicentro mundial da mineração de luxo.
Uma descoberta que entrou para a história da geologia moderna
A descoberta ocorreu em agosto de 2024, na mina de Jwaneng, considerada a mais rica do planeta em valor de produção. Operada pela Debswana, uma joint venture entre o governo de Botswana e o grupo De Beers, a mina já havia revelado outras pedras notáveis, mas nada se comparava ao colosso de 2.492 quilates.
O diamante foi identificado por um dos técnicos da linha de triagem, que percebeu uma anomalia no equipamento de classificação óptica. O sistema travou, e quando a equipe abriu o compartimento, encontrou uma pedra de dimensões impressionantes, equivalente ao tamanho de uma bola de tênis.
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Segundo a empresa, o diamante possui pureza excepcional e transparência rara, com potencial para gerar múltiplas gemas de altíssimo valor comercial após o processo de lapidação.
“Esta descoberta é um marco não apenas para Botswana, mas para toda a indústria global de diamantes”, declarou Lefoko Moagi, ministro de Minas e Energia do país. “Ela simboliza a força do nosso setor e o comprometimento dos trabalhadores locais que mantêm viva a tradição mineradora de Botswana.”
Botswana: o pequeno país que desafia gigantes
Com pouco mais de 2,5 milhões de habitantes, Botswana é um dos países mais estáveis e prósperos da África, graças à mineração. Desde a descoberta dos primeiros diamantes em 1967, o país construiu um modelo de gestão pública exemplar, no qual o governo detém 50% de participação nas minas e reinveste os lucros em educação, saúde e infraestrutura.
A mina de Jwaneng, localizada a 160 km de Gaborone, é considerada o “tesouro subterrâneo” de Botswana. Inaugurada em 1982, ela produz cerca de 10 milhões de quilates por ano, com valor médio superior ao de qualquer outra mina do mundo.
A descoberta do diamante de 2.492 quilates reafirmou o papel do país como líder mundial em mineração ética e sustentável, em contraste com o passado conturbado de outras regiões africanas marcadas pelos chamados “diamantes de sangue”.
Uma pedra que rivaliza com as maiores da história
O diamante encontrado em Jwaneng é um dos maiores já descobertos na história moderna. Com 2.492 quilates, ele se aproxima de lendas como:
- Cullinan (3.106 quilates), encontrado na África do Sul em 1905 — atualmente parte das joias da Coroa Britânica.
- Lesedi La Rona (1.109 quilates), também de Botswana, encontrado em 2015 pela Lucara Diamond.
- Sewelô (1.758 quilates), outra pedra gigante descoberta em 2019, também em solo botsuanês.
O novo achado confirma que Botswana concentra algumas das jazidas mais ricas e profundas do planeta, formadas há bilhões de anos sob condições extremas de pressão e temperatura, quando os diamantes foram trazidos à superfície por erupções de kimberlito, o mesmo tipo de rocha vulcânica que deu origem às minas sul-africanas no século XIX.
Avaliação milionária e destino incerto
Após ser analisado por gemologistas da De Beers e da GIA (Gemological Institute of America), o diamante foi avaliado preliminarmente em US$ 50 milhões, valor que pode dobrar após a lapidação.
Devido ao tamanho e à qualidade, a pedra não pode ser lapidada por equipamentos convencionais — exigindo tecnologia de corte a laser de alta precisão e meses de simulações 3D antes do primeiro corte.
Ainda não se sabe se o diamante será mantido como peça única, como o “Lesedi La Rona”, ou se será dividido em várias gemas menores para o mercado de luxo.
Especialistas estimam que apenas uma fração da pedra possa render até 20 diamantes de 50 quilates cada, todos com classificação “D flawless”, a mais alta da escala de pureza.
A Sotheby’s e a Christie’s já demonstraram interesse em intermediar a futura venda, e há rumores de que colecionadores do Oriente Médio e da Ásia estão acompanhando de perto o processo.
O impacto econômico e simbólico para Botswana
A descoberta do diamante coincidiu com o momento em que o país buscava diversificar sua economia após a pandemia. Com as receitas de exportação de diamantes representando mais de 80% das reservas cambiais de Botswana, o governo tem direcionado parte dos lucros para o Fundo Soberano Pula, responsável por investir em educação tecnológica e projetos de energia limpa.
Segundo o Banco Central de Botswana, a comercialização dessa pedra específica poderá impulsionar o PIB nacional em até 2% e aumentar a arrecadação pública em US$ 30 milhões somente em royalties e impostos.
Mas, mais do que cifras, o diamante se tornou um símbolo de orgulho nacional. Ele representa o sucesso de um modelo que alia governança, transparência e participação social — um exemplo raro em um continente historicamente explorado por potências estrangeiras.
Diamantes de sangue versus diamantes éticos
Enquanto Angola, República Democrática do Congo e Serra Leoa enfrentaram décadas de exploração ilegal e conflitos armados financiados por pedras preciosas, Botswana trilhou um caminho distinto.
Ao firmar parceria com a De Beers, o país criou uma estrutura estatal sólida, garantindo que toda extração fosse monitorada e certificada segundo o Processo de Kimberley, que combate o comércio de diamantes ilegais.
Hoje, mais de 70% dos diamantes exportados legalmente da África passam por Botswana para serem avaliados, cortados e certificados. A capital, Gaborone, se transformou em um hub global da lapidação, abrigando empresas da Bélgica, Índia e Emirados Árabes.
A nova descoberta reforça essa posição e atrai olhares de investidores e conglomerados do setor de luxo, que buscam pedras com origem ética e rastreabilidade garantida.
Um futuro lapidado em riqueza e tecnologia
A Debswana anunciou que vai investir US$ 6 bilhões na expansão subterrânea da mina de Jwaneng até 2036, prolongando sua vida útil por mais de 30 anos. Com o avanço da automação e da inteligência artificial, a produção será controlada por sistemas digitais que otimizam o fluxo do minério e reduzem perdas.
Além disso, o país pretende se consolidar como referência global em mineração sustentável, usando energia solar para alimentar parte das operações e desenvolvendo programas de recuperação ambiental das áreas degradadas.
Em entrevista à Bloomberg, a CEO da Debswana, Lynette Armstrong, afirmou: “Este diamante não é apenas uma joia da natureza — é um reflexo do nosso compromisso com o futuro. Cada quilate extraído aqui representa oportunidades, empregos e dignidade.”
O brilho que nasceu da areia
Entre o anonimato e a história, o trabalhador que identificou o diamante preferiu não revelar seu nome. Mas nos bastidores da empresa, ele é tratado como um herói. O episódio ganhou proporções quase míticas em Botswana, a história de um homem comum que, ao cumprir sua rotina, encontrou um tesouro capaz de iluminar o destino de uma nação.
Assim como o Cullinan transformou a África do Sul no início do século XX, o diamante de 2.492 quilates agora coloca Botswana no centro do mapa global da mineração e do luxo.
O brilho dessa pedra vai muito além do seu valor monetário: ele reflete a força, a disciplina e o orgulho de um país que soube transformar suas riquezas naturais em prosperidade compartilhada.
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