Pesquisa mostra que profissionais querem rever pacotes de benefícios e buscam personalização, com destaque para bônus e saúde, mas empresas ainda oferecem principalmente vale-refeição e planos tradicionais. O levantamento revela diferenças claras entre desejo e oferta.
A pressão por rever os pacotes de benefícios cresceu em 2025.
Sete em cada dez profissionais (76%) querem mudanças no que recebem hoje e 84% gostariam de personalizar as vantagens conforme suas necessidades, mas só 21% dizem ter essa possibilidade no emprego atual.
O retrato aparece em pesquisa da Robert Half com 1.400 profissionais com ensino superior e expõe um descompasso: o bônus acordado é o item mais desejado, embora figure apenas na quinta posição entre os mais oferecidos.
-
Banco do BRICS financia megaprojeto na China com aporte de 1,44 bilhão de yuans e transforma Aeroporto Taiyuan Wusu em referência global com energia solar e geotérmica combinadas
-
Petrobras foi proibida de atuar na distribuição após privatização da BR e consumidores pagam gasolina 25,5% mais cara no período
-
Comércio brasileiro renasce em julho de 2025: veja o ramo que lidera esta posição
-
Mais de 17 mil toneladas de asfalto, 11 milhões de m² de vegetação limpa e 30 novas viaturas: veja o impacto das obras no litoral de SP
Preferências em 2025: principais benefícios desejados
O levantamento aponta que os trabalhadores priorizam componentes com impacto direto no bolso e na proteção de longo prazo.
O bônus acordado (anual, trimestral, mensal ou eventual) é considerado importante por 83,72% dos entrevistados.
Em seguida vêm o plano de saúde privado (77,52%) e o vale-refeição (74,42%).
Benefícios voltados à segurança futura, como previdência privada, aparecem com 57,75%, enquanto a assistência odontológica é citada por 53,49%.
Ainda na lista de prioridades, incentivo ou reembolso para educação e cursos é visto como relevante por 43,80%.
Itens relacionados à mobilidade, como auxílio-combustível e reembolso de despesas com combustível, somam 36,43%, mesma fatia atribuída ao seguro de vida e contra acidentes em serviço.
Já carro da empresa ou ajuda de custo para veículo alcançam 31,01%, e celular corporativo ou reembolso do plano móvel, 30,23%.
Personalização de benefícios ainda é exceção
Apesar da demanda forte por customização, só um quinto dos trabalhadores declara ter autonomia para ajustar o pacote.
A distância entre preferência e oferta aparece também na estabilidade do indicador ao longo do tempo: no ano passado, 77% dos profissionais já diziam esperar mudanças nos benefícios, proporção praticamente idêntica à verificada agora.
O que as empresas mais oferecem em 2025
Do lado das organizações, alguns itens dominam a prateleira.
Vale-refeição e plano de saúde são oferecidos por 80,23% das empresas.
O plano odontológico surge em 71,32% dos pacotes, seguido pelo seguro de vida e contra acidentes em serviço (59,30%).
O bônus acordado aparece com 57,36%, atrás de auxílios tradicionalmente massificados.
Outros componentes relevantes incluem vale-transporte (48,84%) e convênio com academias ou assinatura de academias (48,06%).
Celular corporativo ou reembolso do plano móvel estão em 46,90% das ofertas. Já previdência privada alcança 34,88%, e auxílio-creche ou vales para cuidados infantis, 31,01%.
Oferta x demanda: onde está o desalinhamento
O principal ponto de divergência é a prioridade dos trabalhadores por remuneração variável estruturada, enquanto as empresas seguem concentradas em itens clássicos de manutenção.
Benefícios bem avaliados pelos profissionais, como incentivo à educação, ajuda de custo com combustível e carro corporativo, não figuram entre os mais distribuídos.
Em declaração registrada pela pesquisa, Leonardo Berto, gerente da Robert Half, resume esse quadro.
“Os dados mostram um descompasso entre os benefícios oferecidos pelas empresas e o que os trabalhadores realmente valorizam. É fundamental que as organizações continuem a busca por soluções alinhadas à sua realidade para conciliar esses interesses”, disse.
Benefícios e retenção de profissionais
Quando o tema é permanência, 53% dos profissionais reconhecem que os benefícios influenciam diretamente a decisão de ficar na empresa.
Por outro lado, 37% discordam que os auxílios tenham esse poder e 10% não souberam opinar.
As cifras indicam que, embora o pacote não seja o único fator, ele compõe um eixo importante ao lado de salário, perspectiva de crescimento e equilíbrio entre vida e trabalho.
Entre quem busca recolocação, a análise mostra que metade dos desempregados considera os benefícios ao avaliar uma proposta.
Se os itens considerados essenciais não aparecem, muitos partem para a negociação salarial como forma de compensação.
Por que o bônus lidera a preferência
O interesse pelo bônus acordado combina previsibilidade e reconhecimento de desempenho.
Profissionais enxergam nesse mecanismo uma forma de valorizar resultados sem transformar em custo fixo permanente.
Ainda assim, o ritmo de adoção depende da margem de cada empresa e do setor em que atua, fatores que explicam por que o item segue atrás de auxílios tradicionais na oferta.
Saúde e alimentação permanecem essenciais
Mesmo com a busca por variáveis, itens de proteção e bem-estar continuam decisivos.
Plano de saúde e vale-refeição aparecem simultaneamente no topo da preferência e da oferta.
Esses benefícios preservam renda, reduzem imprevistos e impactam a qualidade de vida, razão pela qual permanecem como base dos pacotes.
Educação e previdência ganham espaço
A presença de previdência privada entre os itens relevantes, somada ao desejo por incentivo à educação, sugere atenção ao desenvolvimento e à segurança futura.
Enquanto o auxílio a cursos aparece como ferramenta de atualização técnica, a previdência lida com planejamento financeiro.
Em ambos os casos, o desenho do benefício — contrapartidas, participação da empresa e regras de elegibilidade — influencia a adesão.
O avanço da personalização nos pacotes
Ampliar a flexibilização tende a aproximar oferta e demanda.
Modelos que permitem ao funcionário escolher entre diferentes auxílios — combinando saúde, alimentação, educação, previdência, mobilidade e bem-estar — surgem como alternativa para contemplar perfis variados.
Para as empresas, a questão envolve equilibrar custos e transparência nas regras. Qual é o benefício que teria mais peso na sua decisão de aceitar uma vaga em 2025?