O motor mais produzido da história não é da Toyota: conheça o V8 da GM que já passou dos 100 milhões de unidades
Quando se fala em carro mais vendido do mundo, a resposta quase sempre é a mesma: Toyota Corolla. Com mais de 50 milhões de unidades vendidas desde seu lançamento nos anos 60, o sedã japonês se tornou uma lenda global. Mas existe um outro recorde, menos conhecido —e ainda mais impressionante— que não pertence à Toyota, e sim à General Motors: o do motor mais produzido da história.
Com mais de 100 milhões de unidades fabricadas, o lendário motor V8 da GM, conhecido originalmente como Small Block, é uma verdadeira instituição da engenharia automotiva. Desde sua estreia em 1955, esse propulsor já passou por várias gerações, equipando desde esportivos como o Chevrolet Corvette até picapes, SUVs e veículos comerciais da gigante americana.
Uma lenda nascida nos anos 50
A história começou em 1955, quando a General Motors percebeu que seus motores de seis cilindros já não eram suficientes para os modelos mais potentes da época. Foi aí que nasceu o Small Block V8, com um design compacto, construção leve e desempenho surpreendente para os padrões da época. Ele estreou no Corvette, mas rapidamente passou a equipar modelos como o Impala, o Bel Air e, mais tarde, as famosas picapes da linha C/K.
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Segundo o Museu Nacional do Corvette, o sucesso do Small Block foi tão grande que ele se tornou um dos pilares da identidade da GM por décadas, sendo modernizado continuamente sem perder sua essência.
Evolução e renascimento: dos Small Blocks aos blocos LS e LT
O motor evoluiu bastante ao longo do tempo. Nos anos 90, deu origem à icônica série LS, que elevou o desempenho e a eficiência a novos patamares. Essa nova geração logo virou referência em preparações esportivas, swaps de motor e modificações, sendo cultuada por entusiastas e mecânicos em todo o mundo — inclusive no Brasil.
Hoje, estamos na terceira geração dessa linhagem: os motores LT, lançados a partir de 2013, que equipam modelos como Chevrolet Corvette, Cadillac Escalade, Chevrolet Suburban e Silverado. A GM já confirmou que trabalha no desenvolvimento da quarta geração, com estreia prevista para 2027, prometendo mais potência, menor consumo e emissões reduzidas. Veja mais detalhes no site da própria GM Powertrain.
México e América Latina também fazem parte dessa história
Pouca gente sabe, mas a América Latina —especialmente o México— teve um papel crucial na história desse motor. Em 1973, a GM começou a produzir o V8 Small Block na planta de Toluca, e milhões de unidades saíram de lá ao longo das décadas. Isso permitiu que o motor equipasse diversos modelos comercializados em países como Brasil, Chile e Argentina.
Inclusive, no Brasil, versões adaptadas do V8 foram vistas em picapes importadas, frotas especiais e veículos preparados para competições ou uso agrícola. Apesar de não ser tão popular por aqui quanto os quatro cilindros da linha Família II, o V8 da GM ainda é lembrado com respeito e admiração entre os apaixonados por potência.
Enquanto outras marcas desistem, a GM dobra a aposta no V8
A postura da General Motors contrasta diretamente com a de outras montadoras. A RAM, por exemplo, chegou a descontinuar o famoso motor V8 HEMI, alegando questões de sustentabilidade. A decisão foi tão impopular que, segundo o site MotorTrend, a marca precisou recuar após pressão dos consumidores — e isso custou o cargo do CEO.
Enquanto isso, a GM permanece firme: mesmo diante do avanço da eletrificação, não pretende abandonar o V8. “Ainda existe demanda por motores de alto desempenho, especialmente em mercados como América do Norte e América Latina”, declarou Mary Barra, CEO da empresa, durante uma coletiva recente no Detroit Auto Show.
E no Brasil?
Embora o foco do mercado brasileiro esteja cada vez mais voltado a motores pequenos, turbo e híbridos, o fascínio pelo V8 não desapareceu. No mundo das competições, como a Old Stock Race e o Hot Rod, o motor V8 da GM continua sendo a alma dos carros mais admirados da pista.
Além disso, alguns modelos como a Silverado, que voltou recentemente ao Brasil em versão limitada, ainda oferecem essa motorização, reforçando o apelo junto ao público de luxo e alto desempenho.