O presidente da Toyota, Akio Toyoda, declarou que veículos elétricos podem emitir até três vezes mais carbono do que modelos híbridos em países que utilizam eletricidade gerada por combustíveis fósseis, como o Japão. A afirmação foi feita durante uma série de eventos da montadora em junho de 2025, destacando a estratégia da empresa em relação à mobilidade sustentável. Segundo Toyoda, a transição acelerada para os veículos 100% elétricos pode colocar em risco empregos e não garantir redução efetiva das emissões globais.
Toyoda reforçou que a Toyota vendeu aproximadamente 27 milhões de veículos híbridos desde 1997, o que teria evitado emissões equivalentes às de 9 milhões de carros elétricos em uso contínuo. O executivo apontou que o impacto ambiental real dos veículos elétricos depende diretamente da matriz energética de cada país e que, em locais onde a eletricidade ainda é majoritariamente gerada por usinas termelétricas, os benefícios podem ser anulados.
No caso do Japão, por exemplo, a alta dependência de carvão e gás natural na geração de energia elétrica comprometeria os ganhos ambientais de uma frota exclusivamente elétrica.
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“Mas se tivéssemos produzido nove milhões de BEV no Japão, as emissões de carbono teriam realmente aumentado, não diminuído. Isso porque o Japão depende de usinas térmicas para eletricidade.”
Estratégia de carbono neutro se apoia em soluções múltiplas
Em seu discurso, Toyoda reiterou que a luta da Toyota é contra o carbono, e não contra uma tecnologia específica. A empresa defende a coexistência de diferentes soluções, incluindo híbridos, veículos a hidrogênio, combustíveis sintéticos e modelos totalmente elétricos, adaptando-se às realidades energéticas e infraestruturais de cada mercado.
A nova Toyota Aygo X, apresentada como a primeira city car totalmente híbrida da montadora, simboliza essa filosofia. Compacta e eficiente, o modelo urbano foi projetado para oferecer baixas emissões sem depender de carregamento elétrico, tornando-se ideal para cidades com infraestrutura limitada de recarga.
Toyoda também destacou que a abordagem híbrida preserva cadeias produtivas existentes, reduzindo o risco de desemprego em massa. Segundo o executivo, forçar o fim dos motores a combustão interna de forma abrupta pode desestabilizar indústrias e economias inteiras, especialmente nos países em desenvolvimento.
Toyota se mantém líder global apesar das críticas ao seu ritmo elétrico
A postura conservadora da Toyota diante da eletrificação total recebeu críticas ao longo dos anos, com analistas prevendo perda de relevância da montadora frente a concorrentes que apostaram tudo em veículos elétricos. No entanto, os números demonstram o contrário: em 2024, a Toyota foi novamente a maior fabricante de automóveis do mundo, pelo quinto ano consecutivo.
A empresa continua a expandir sua gama de veículos eletrificados, como os modelos bZ4X e C-HR+, enquanto mantém forte presença com os híbridos e a combustão. Além disso, a divisão de luxo Lexus apresentou novos elétricos como o sedã ES e a SUV RZ, mirando segmentos premium do mercado global.
Paralelamente, a Toyota mantém investimentos estratégicos em tecnologias alternativas, como a propulsão a hidrogênio. A marca Mirai, embora não tenha alcançado sucesso comercial significativo, continua sendo desenvolvida e agora serve de base para uma colaboração com a BMW em um novo carro a hidrogênio previsto para 2028.
Posicionamentos oficiais
As declarações de Akio Toyoda foram amplamente divulgadas por portais automotivos internacionais, como o it.motor1, que publicou uma análise detalhada sobre a posição da montadora em junho de 2025. Conforme o artigo, o presidente da Toyota reforça que a neutralidade de carbono precisa ser alcançada com pragmatismo e ações realistas, e não apenas com metas idealistas.
A publicação também destacou a consistência da Toyota ao longo dos anos em sua estratégia de não se comprometer exclusivamente com uma única solução tecnológica, mesmo diante das pressões do mercado e das políticas públicas de vários países.
Ao contrário de apostar todas as fichas nos BEVs (Battery Electric Vehicles), a Toyota parece preferir uma abordagem gradual, que combina múltiplas alternativas de propulsão com foco na viabilidade de longo prazo e na redução efetiva de emissões.