Toyota fecha parcerias inéditas com universidades e empresas para fabricar um carro elétrico movido a etanol. A nova fábrica deve chegar em breve para produzir hidrogênio a partir do etanol e impulsionar o segmento.
A Toyota e a BMW perceberam que a solução não é simplesmente passar do motor a combustão para a bateria, entretanto, explorar todas as alternativas energéticas. E uma delas, focada pelas duas montadoras, é o carro elétrico alimentado por uma célula a combustível, a fuel cell que gera energia elétrica a partir de hidrogênio. Entretanto, agora um carro elétrico movido a etanol pode estar por vir.
Toyota fecha parceria com universidades para produzir carro elétrico a etanol
Ambas as montadoras já produzem automóveis com este combustível alternativo e aqui no Brasil, a Toyota foi além. Ela cedeu seu automóvel, o Mirai, com esta tecnologia para um projeto que planeja desenvolver um carro elétrico movido a etanol, ou seja, combustível muito presente no Brasil.
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Apesar das dificuldades, visto que o dispositivo para isso é caro, volumoso e pesado, duas empresas do Brasil estão desenvolvendo projetos parecidos: a Volkswagen e a Nissan. Voltando à japonesa, seu projeto visa produzir hidrogênio verde a partir do etanol. Para isso, a montadora anunciou neste ano uma parceria com a Shell Brasil, Hytron, Raízen, Universidade de São Paulo (USP), Senai CETIQT e Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI).
No projeto do carro elétrico movido a etanol, a Toyota usará o sedan Mirai, o primeiro modelo de série da marca movido a célula de combustível. Um exemplar foi entregue ao Research Centre for Greenhouse Gas Innovation (RCGI) da USP ainda no primeiro semestre deste ano, onde passa por vários testes. De acordo com a Toyota, além do carro elétrico a etanol, o hidrogênio obtido abastecerá três ônibus que circulam dentro da Cidade Universitária.
Shell investe R$ 50 milhões em carro elétrico movido a etanol
Para viabilizar o projeto do carro elétrico a etanol, a Shell Brasil investirá cerca de R$ 50 milhões. Sendo assim, além de produzir hidrogênio por meio do etanol, também planeja calcular o carbono “do poço à roda”, isto é, o estudo visa mensurar as emissões de CO2 na atmosfera em todos os processos, desde o cultivo da cana-de-açúcar até o consumo do hidrogênio na célula combustível.
Segundo o presidente da Toyota do Brasil, Rafael Chang, o Brasil tem potencial para ser o protagonista internacional com a descarbonização da frota. Desta forma, a montadora vem investindo, desde 1997, em soluções que são práticas e sustentáveis.
Uma delas é a tecnologia híbrida flex fabricada em suas unidades de Sorocaba e Indaiatuba, desenvolvida para o Brasil em uma parceria com o Japão, e que se tornou líder no mercado de eletrificados. Agora, com o Mirai abastecido com hidrogênio feito de fonte 100% renovável, como o etanol, o futuro do país pode ser cada vez mais verde.
Nova fábrica para transformar etanol em hidrogênio
O Brasil terá a 1ª planta do mundo para produzir hidrogênio verde a partir do etanol. A iniciativa simplificará o transporte da molécula e, futuramente, poderá ajudar na descarbonização de setores da indústria e dos transportes, viabilizando, por exemplo, o uso de carros elétricos movidos a hidrogênio no Brasil.
A implantação, resultado do investimento das empresas, será dividida em três etapas, sendo que a primeira delas inclui um posto experimental para abastecimento de veículos na USP.
A planta-piloto ocupará uma área de 425 m² e contará com capacidade para produzir 4,5 kg de H2 por hora, ou 50 m³ por hora. A estimativa é que a unidade, focada no abastecimento de veículos, seja inaugurada até o segundo semestre de 2024.