Toyota prepara picape intermediária inédita baseada no Corolla Cross, com versões flex e híbrida, para disputar espaço em um segmento em expansão no Brasil e nos Estados Unidos, com estreia prevista ainda nesta década.
Informações publicadas nesta terça-feira (02) pelo portal Autoesporte mostram que a Toyota decidiu lançar uma picape intermediária monobloco para disputar espaço com Ford Maverick, Fiat Toro e Ram Rampage.
Em entrevista recente, o chefe de planejamento e estratégia da marca na América do Norte, Cooper Ericksen, afirmou que o projeto “não é mais uma questão de ‘se’, mas de ‘quando’”, e que a discussão interna agora concentra-se no cronograma de estreia.
Publicações especializadas nos EUA indicam metas de 100 mil a 150 mil unidades anuais naquele mercado, onde Maverick e Hyundai Santa Cruz serão os principais alvos.
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Decisão tomada e público-alvo
A confirmação do programa coloca a Toyota diretamente no segmento de caminhonetes intermediárias, faixa que ganhou tração com produtos mais acessíveis e eficientes.
A fabricante mira clientes que buscam uso misto, urbano e rodoviário, com capacidade de caçamba sem abrir mão de consumo contido e pacote de segurança amplo.
Nesse contexto, a nova picape atuará abaixo das linhas médias tradicionais, oferecendo uma porta de entrada para quem deseja um utilitário com perfil de carro de passeio.
Base compartilhada com Corolla Cross e RAV4
A arquitetura escolhida é a TNGA, já utilizada em Corolla, Corolla Cross e RAV4.
A picape aproveitará componentes e soluções do SUV médio, mas terá entre-eixos alongado para acomodar caçamba e cabine dupla.
O design seguirá a identidade visual mais recente da marca, alinhada ao RAV4 e ao Prius, com dianteira mais afilada, conjuntos ópticos horizontais e superfícies limpas.
A proposta é entregar dirigibilidade de automóvel, mantendo robustez suficiente para carga moderada e uso cotidiano.
Motorização: 2.0 flex e híbrida plug-in no radar
Para as versões de entrada no Brasil, a picape deverá empregar o 2.0 Dynamic Force flex de quatro cilindros, com ciclo Otto, associado a CVT com engrenagem mecânica para a arrancada.
Nesse arranjo, o conjunto alcança até 175 cv e 20,8 kgfm com etanol, a exemplo do que já se vê em Corolla e Corolla Cross.
A configuração mais sofisticada tende a introduzir no país a arquitetura híbrida flex plug-in (PHEV) da Toyota, combinando o 2.0 aspirado em ciclo Atkinson a um motor elétrico e bateria de íons de lítio de 13,6 kWh, com recarga externa e autonomia próxima de 50 km em modo elétrico.
Esse sistema é o mesmo conceito aplicado no Prius Plug-in Hybrid e, quando associado ao motor 2.0, pode chegar a até 223 cv de potência combinada, trabalhando com câmbio e-CVT.
A adoção da tecnologia híbrida visa entregar consumo reduzido e menor emissão de poluentes sem sacrificar desempenho em uso urbano.
Estratégia para o Brasil: produção e posicionamento
No mercado brasileiro, a picape ficará abaixo da Hilux e terá como concorrentes diretas Fiat Toro, Ford Maverick e Ram Rampage, além de futuros modelos de BYD, Volkswagen e Renault.
A produção está prevista para a planta de Sorocaba (SP), um dos pilares do plano de investimento de R$ 11 bilhões até 2030 anunciado pela Toyota para ampliar capacidade, gerar empregos e expandir a oferta de híbridos flex no país.
Em paralelo, a montadora executa a expansão do complexo de Sorocaba, movimento que integra a readequação fabril e cria base para novos produtos nessa arquitetura.
Segundo apurações do setor, a inicialização da produção local pode ocorrer a partir do segundo trimestre de 2026, caso o cronograma industrial avance como planejado.
Embora a empresa não detalhe o produto, a nova picape se encaixa no escopo de nacionalização de modelos híbridos e faz sentido no esforço de aumentar participação em um nicho que cresce e consolida margens.
Estados Unidos: metas e janela de lançamento
Para a América do Norte, a Toyota trabalha com volume anual entre 100 mil e 150 mil unidades, número compatível com o desempenho observado por Maverick e Santa Cruz.
Executivos e relatos da imprensa indicam que a estreia comercial no mercado norte-americano deve ocorrer a partir de 2027, com posicionamento abaixo da Tacoma.
O foco será atrair compradores que precisam de utilitário leve, preço mais contido e eficiência, sem a complexidade e o custo de picapes maiores.
“Corolla Cross das picapes”: lógica de portfólio
A aposta repete a estratégia que o Corolla Cross consolidou entre os SUVs médios.
Ao usar base conhecida, cadeia de fornecedores estabelecida e motorizações já homologadas, a Toyota reduz riscos, acelera o desenvolvimento e mantém a confiabilidade como diferencial.
Enquanto isso, a chegada do PHEV flex abre caminho para um portfólio eletrificado mais amplo, capaz de atender a realidades distintas de infraestrutura de recarga no Brasil e no exterior.
Dimensões, cabine e uso cotidiano
Ainda que as medidas finais não tenham sido divulgadas, a expectativa é de uma cabine dupla confortável para quatro ou cinco ocupantes e caçamba dimensionada para tarefas diárias, lazer e pequenas cargas profissionais.
O entre-eixos maior em relação ao SUV deve favorecer estabilidade e espaço interno, enquanto o pacote de assistência ao motorista deve incluir controles de tração e estabilidade, frenagem automática de emergência e recursos de condução semiautônoma, alinhados ao que a marca já oferece em suas linhas atuais.
O que falta a Toyota confirmar
Embora a montadora tenha admitido publicamente que a picape está a caminho e trabalhado em volumes e prazos, dados finais de potência, capacidade de carga, dimensões e catálogo de versões continuam pendentes de anúncio oficial.
A marca também não detalhou, até aqui, o mix exato entre versões flex e híbridas plug-in para o Brasil, assim como prazos internos de validação de componentes e fornecedores locais.
Com a decisão tomada e o segmento em alta, a pergunta que fica é simples: entre eficiência híbrida, versatilidade de uso e preço competitivo, qual desses fatores será decisivo para você na escolha de uma picape intermediária?