Toyota investe pesado na República Tcheca para lançar seu primeiro carro elétrico europeu, ampliar a produção e enfrentar rivais chineses em um mercado cada vez mais competitivo e pressionado pelas metas ambientais.
Segundo a agência Reuters, a Toyota anunciou um investimento de € 680 milhões para expandir sua fábrica em Kolin, na República Tcheca, onde construirá o primeiro carro totalmente elétrico produzido pela marca na Europa.
O projeto, que inclui uma nova linha de montagem e a instalação de um módulo para baterias, busca atender às metas ambientais do continente e enfrentar a concorrência de rivais chineses, em especial a BYD e o compacto Dolphin.
Expansão da fábrica na República Tcheca
A unidade de Kolin, que atualmente monta o Aygo X e o Yaris Hybrid, passará de 152 mil m² para 173 mil m². Com essa expansão, haverá reforços nas áreas de pintura e soldagem, além de adequações para processos específicos de veículos elétricos.
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A capacidade anual permanecerá em cerca de 220 mil veículos, consolidando o complexo como um polo estratégico da marca na Europa Central.
Conforme a Reuters, o governo da República Tcheca aprovou incentivos de até € 64 milhões para apoiar o projeto, principalmente na área de baterias.
O primeiro-ministro Petr Fiala afirmou que a decisão fortalece a economia local e ajuda a preservar empregos em um setor que representa uma parcela significativa do PIB do país.
Primeiro carro elétrico da Toyota na Europa
De acordo com a Reuters, esta será a primeira vez que a Toyota fabricará um BEV (veículo elétrico a bateria) em território europeu.
Até agora, a marca produzia elétricos apenas em outros mercados, como a China, de onde exportava parte de sua linha para a Europa.
O movimento marca uma mudança importante na estratégia global da montadora, que até então privilegiava híbridos.
Detalhes ainda mantidos em sigilo
Embora já esteja confirmada a ampliação, a Toyota não revelou nome, segmento ou data de estreia do novo modelo.
A única informação oficial é que ele será montado ao lado dos atuais compactos produzidos em Kolin.
Também não há confirmação sobre qual plataforma será utilizada, nem se o projeto será derivado do Yaris.
As melhorias previstas incluem ajustes de processos industriais e a criação de uma linha dedicada à integração de baterias, fundamentais para atender às exigências técnicas de um elétrico.
Concorrência direta com a BYD
O avanço de modelos como o BYD Dolphin elevou a pressão sobre fabricantes tradicionais.
A produção local na Europa pode reduzir custos logísticos, diminuir riscos tarifários e tornar a homologação mais ágil diante das rígidas regras regionais de emissões.
A Toyota, que até recentemente concentrava esforços em híbridos, aposta no novo elétrico europeu para disputar esse espaço e manter participação em um mercado cada vez mais dominado por montadoras chinesas.
Geração de empregos e impacto econômico
O investimento também prevê a criação de 245 novos postos de trabalho na fábrica de Kolin, que atualmente emprega cerca de 3,2 mil pessoas.
Além disso, a ampliação exigirá treinamento especializado em processos ligados à eletrificação, sobretudo no manuseio de baterias de alta tensão.
A decisão da Toyota se alinha a iniciativas de outros países do Leste Europeu, que buscam atrair indústrias da mobilidade elétrica para reforçar suas economias e preservar relevância no setor automotivo.
Experiência prévia da Toyota com elétricos
Embora este seja o primeiro modelo europeu, a Toyota já tem experiência em veículos elétricos.
Na China, por exemplo, a marca fabrica o bZ3X em parceria com a GAC, além de comercializar o bZ4X em outros mercados.
Essas operações mostram que a companhia possui capacidade tecnológica para escalar elétricos, mas optou por inaugurar a produção local europeia apenas agora.
Impacto no mercado brasileiro
Ainda não há confirmação de que o novo elétrico será exportado ao Brasil.
A estratégia local permanece focada em híbridos, como Corolla, Corolla Cross e RAV4 — este último disponível em versão híbrida plug-in em alguns mercados.
O envio de unidades europeias dependerá de fatores como custos, acordos comerciais e volume de produção.
Com a fábrica ampliada e incentivos assegurados, a Toyota terá mais condições de enfrentar a ofensiva chinesa.
A grande incógnita é se o novo elétrico conseguirá competir em preço e autonomia com o BYD Dolphin, hoje referência entre os modelos acessíveis na Europa.
Se não tem a concorrência, até hoje eles não tiram se coçar.
Se continuar com os preços absuedos, a BYDvai nadar de braçada.