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Terras raras: o que são os elementos estratégicos que movem o mundo moderno e atraem atenção global

Escrito por Caio Aviz
Publicado em 16/10/2025 às 15:05
Vista aérea ultra realista de uma mina de extração mineral no Brasil, ilustrando a exploração de terras raras e minerais estratégicos usados em tecnologia e energia limpa.
Imagem representa a extração de minerais estratégicos no Brasil, como neodímio e cério, usados na produção de ímãs, turbinas e veículos elétricos.
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Conheça os 17 minerais que impulsionam a tecnologia, alimentam indústrias e despertam disputa entre potências

As terras raras são um grupo de 17 elementos químicos que se tornaram indispensáveis para a vida moderna.
Embora o nome sugira escassez, eles estão espalhados em diversos países, mas em concentrações tão pequenas que tornam a extração complexa e custosa.
Esses elementos, como neodímio, lantânio, cério e ítrio, movem a indústria tecnológica, a transição energética e o setor de defesa.
Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), 70% da produção global vem da China, que domina também as etapas de refino e separação química, mantendo o controle sobre o mercado mundial.

O que são e para que servem

Esses metais possuem propriedades magnéticas, luminescentes e eletroquímicas únicas, sendo utilizados na fabricação de ímãs permanentes, turbinas eólicas, veículos elétricos, satélites, chips, lasers e smartphones.
Mesmo em pequenas quantidades, seu valor tecnológico é inestimável. Os ímãs feitos com neodímio e praseodímio são potentes e duráveis, permitindo equipamentos menores e mais leves, o que favorece a eficiência energética.
Isso torna as terras raras essenciais para reduzir o peso de motores elétricos e aumentar a autonomia dos veículos movidos a bateria. Além disso, dispositivos médicos, radares e sistemas ópticos dependem delas.
O Pentágono, em relatórios de 2023, classificou esses minerais como críticos para a segurança nacional dos Estados Unidos, o que explica o crescente interesse internacional.

Por que são chamadas de raras

Apesar do nome, as terras raras não são escassas, mas difíceis de extrair. Elas costumam estar misturadas a outros minerais, exigindo processos químicos complexos e caros para separação e purificação.
De acordo com o USGS, as maiores reservas conhecidas estão na China, Brasil, Austrália e Índia. A mina Bayan Obo, no norte da China, concentra volumes enormes de elementos usados em ímãs permanentes, superando as reservas da Austrália (Monte Weld) e da Groenlândia (Kvanefjeld).
O domínio chinês sobre o refino e a exportação desses elementos faz com que EUA e Europa dependam fortemente do país asiático, o que aumenta a tensão geopolítica global.

O papel do Brasil

O Brasil possui a segunda maior reserva de terras raras do mundo, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME).
O país detém cerca de 25% das jazidas conhecidas, localizadas principalmente em Goiás, Minas Gerais, Bahia, Amazonas e Maranhão. A Minaçu (GO) é uma das poucas regiões fora da Ásia com produção em escala comercial, por meio de depósitos em argila iônica.
Além disso, estudos da Universidade de São Paulo (USP) apontam alto potencial mineral na Elevação do Rio Grande, uma formação submersa a 1.200 km da costa do Rio Grande do Sul, rica em minerais críticos.
O governo brasileiro, em parceria com a Organização das Nações Unidas (ONU), busca o reconhecimento dessa área como extensão natural do território, ampliando sua soberania sobre recursos estratégicos.

O interesse global

Os Estados Unidos, em meio a impasses comerciais desde 2024, negociam com o Brasil e outros países o acesso a reservas estratégicas.
Em julho de 2025, o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) confirmou encontros com representantes da Embaixada dos EUA, interessados em acordos para fornecimento controlado desses minerais.
Já a União Europeia, em 2023, aprovou o Ato de Matérias-Primas Críticas, com metas para reduzir em 65% a dependência chinesa até 2030. No entanto, a China continua liderando a cadeia de valor, do refino à exportação.
Essa concentração de poder desperta alertas sobre o futuro da transição energética e tecnológica mundial.

Por que elas movem o mundo

Na era da energia limpa e da digitalização, as terras raras são o coração invisível da tecnologia moderna.
Elas sustentam desde turbinas eólicas até smartphones e veículos elétricos, conectando indústrias e impulsionando economias.
Por essa razão, controlar sua produção é controlar o futuro.
Assim, enquanto o Brasil consolida suas reservas e o mundo busca novas fontes, uma questão persiste:

Quem dominará os minerais que movem o amanhã?

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Caio Aviz

Escrevo sobre o mercado offshore, petróleo e gás, vagas de emprego, energias renováveis, mineração, economia, inovação e curiosidades, tecnologia, geopolítica, governo, entre outros temas. Buscando sempre atualizações diárias e assuntos relevantes, exponho um conteúdo rico, considerável e significativo. Para sugestões de pauta e feedbacks, faça contato no e-mail: avizzcaio12@gmail.com.

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