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Parque temático completamente abandonado no Brasil: capaz de receber mais de 20 mil visitantes por dia, este colosso de R$ 220 milhões está fechado desde 2010 e hoje é cenário de ruínas e esquecimento

Escrito por Débora Araújo
Publicado em 20/10/2025 às 09:04
Parque temático completamente abandonado no Brasil capaz de receber mais de 20 mil visitantes por dia
Parque temático completamente abandonado no Brasil capaz de receber mais de 20 mil visitantes por dia
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Inaugurado em 1998 na Barra da Tijuca, o Terra Encantada foi o maior parque temático da América Latina, capaz de receber 20 mil visitantes por dia, mas está abandonado desde 2010.

Erguido com a promessa de ser o “maior parque temático da América Latina”, o Terra Encantada, localizado na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, é hoje um dos maiores símbolos de decadência e abandono urbano do país. Inaugurado em 1998, o complexo foi projetado para receber mais de 20 mil visitantes por dia e custou cerca de R$ 220 milhões — valor que, corrigido pela inflação, ultrapassaria facilmente R$ 600 milhões em valores atuais.

O projeto nasceu ambicioso: uma mistura de parque de diversões, centro cultural e polo turístico, com 200 mil metros quadrados de área, montanhas-russas de padrão internacional, cenários inspirados na cultura brasileira e shows diários com centenas de artistas. A ideia era competir diretamente com parques internacionais, como o Disney World, mas adaptando o conceito à identidade tropical e carnavalesca do Brasil.

O auge de um sonho brasileiro de lazer

Nos primeiros anos, o Terra Encantada era sinônimo de modernidade. Seu ingresso era caro para os padrões da época, mas o público lotava as atrações. O parque chegou a empregar mais de 1.000 pessoas entre operadores, técnicos e artistas. Logo na entrada, o visitante era recebido por um imenso portal de concreto com esculturas mitológicas, e dentro havia réplicas de vilas indígenas, templos, montanhas artificiais, cascatas e um lago central de onde partiam os desfiles temáticos.

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O espetáculo principal, chamado “Noite Encantada”, reunia mais de 150 bailarinos e acrobatas, com música, fogos e coreografias. A infraestrutura impressionava: pavilhões climatizados, restaurantes temáticos, um auditório para 3 mil pessoas e brinquedos importados da Europa e dos Estados Unidos.

Mas, por trás do brilho das luzes, o empreendimento acumulava dívidas e falhas estruturais. A promessa de expansão nunca se concretizou, e a administração do parque enfrentava sucessivos problemas de segurança e má gestão.

Da glória ao colapso em pouco mais de uma década

Em 2002, o Terra Encantada foi palco de uma tragédia que marcou seu destino. Um acidente em uma das montanhas-russas causou a morte de uma jovem de 28 anos e ferimentos em outros visitantes. A repercussão foi imediata, e a confiança do público desabou.

Nos anos seguintes, o parque ainda tentou sobreviver com eventos e festas privadas, mas a estrutura começou a se deteriorar. Escassez de manutenção, falta de investimentos e disputas judiciais acabaram levando ao fechamento definitivo em 2010.

Desde então, o que era um dos maiores empreendimentos de entretenimento do país se transformou em um cenário pós-apocalíptico. As esculturas estão cobertas por ferrugem, as fachadas se desmancham e as atrações foram tomadas por vegetação. Em vários pontos, o concreto cedeu, revelando o que restou dos trilhos das antigas montanhas-russas.

O que sobrou do “maior parque da América Latina”

Hoje, o terreno do Terra Encantada é um esqueleto de concreto de quase 200 mil metros quadrados, cercado por tapumes e com acesso restrito. Parte da área foi demolida, mas muitos prédios e estruturas continuam em ruínas. A cena é desoladora: palcos quebrados, restos de brinquedos enferrujados e grafites cobrindo os antigos murais coloridos.

Moradores da região relatam que o espaço é usado ocasionalmente como depósito de entulho e, em alguns períodos, chegou a ser invadido por pessoas em situação de rua. O local também virou ponto de exploração urbana por fotógrafos e curiosos, atraídos pela atmosfera fantasmagórica de um lugar que já foi símbolo de alegria.

As lições de um projeto grandioso que fracassou

O colapso do Terra Encantada é frequentemente citado em estudos de urbanismo e economia como exemplo de planejamento mal executado e gestão insustentável. Apesar do potencial turístico e do público fiel, a falta de reinvestimento e o alto custo de operação inviabilizaram o projeto.

Especialistas apontam que o modelo de negócios do parque era baseado em expectativas irreais: alta dependência de ingressos caros e pouca diversificação de receitas. Com o tempo, a concorrência de outros polos de lazer e as mudanças no perfil de consumo do público contribuíram para o fim do empreendimento.

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Ainda assim, o Terra Encantada permanece como um ícone cultural. Durante anos, foi o único parque de grande escala do país com identidade brasileira, exaltando mitos, folclore e diversidade. Hoje, ele sobrevive apenas na memória de quem viveu seus anos de glória — e nas imagens que registram o contraste entre o esplendor e o abandono.

Uma ruína que ainda desperta curiosidade

Mesmo após mais de uma década fechado, o nome “Terra Encantada” continua despertando curiosidade nas redes sociais. Vídeos e reportagens mostrando suas ruínas acumulam milhões de visualizações, e há quem defenda a revitalização da área como patrimônio cultural ou espaço público de lazer.

Mas, por enquanto, o terreno segue esquecido. O que um dia foi um dos maiores símbolos de entretenimento do Brasil hoje é um retrato silencioso do que acontece quando o sonho da grandiosidade não resiste à realidade da manutenção e do tempo.

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Débora Araújo

Débora Araújo é redatora no Click Petróleo e Gás, com mais de dois anos de experiência em produção de conteúdo e mais de mil matérias publicadas sobre tecnologia, mercado de trabalho, geopolítica, indústria, construção, curiosidades e outros temas. Seu foco é produzir conteúdos acessíveis, bem apurados e de interesse coletivo. Sugestões de pauta, correções ou mensagens podem ser enviadas para contato.deboraaraujo.news@gmail.com

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