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TCU forma maioria para privatização da Eletrobras

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 19/05/2022 às 18:33
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Fonte: Agência Brasil

TCU forma maioria para aprovar privatização da Eletrobras e ministros anunciam votação favorável para projeto

O Tribunal de Contas da União (TCU) formou maioria nesta quarta-feira (18), conforme indicado pelos votos dos ministros, para validar a segunda etapa do processo de privatização da Eletrobras, onde a União não poderia mais controlar a maior parte dos lucros da Eletrobras.
O voto do secretário, ministro Aroldo Cedraz, apoiou o processo de privatização da Eletrobras, acolheu várias propostas da unidade técnica e do Ministério Público e propôs algumas mudanças no modelo proposto pelo governo.

Cedraz se juntou com os ministros Benjamin Zymler e Bruno Dantas. Os ministros Walton Alencar Rodrigues, Jorge Oliveira, Antonio Anastasia e Augusto Nardes não votaram ainda. “Me inclino a direção de esperar a redação final pelo ministro Jorge para me posicionar, só quero fazer esse registro da minha opinião. Mas devo seguir os ministros Walton, Jorge, Aroldo e Bruno”, disse Nardes.

A decisão do TCU inclui uma segunda fase de análise da privatização, referente a simulações do procedimento. Até fevereiro deste ano, a agência já havia aprovado os recursos do valor movimentado pelo processo de privatização da Eletrobras, na ordem de R$ 67 bilhões.

Com a nova aprovação, o governo espera realizar ofertas de ações da empresa até o mês de julho, sem ter que inserir a privatização da Eletrobras na janela eleitoral a partir do segundo semestre do ano.

Nesta quarta-feira, o ministro Vital do Rêgo, em seu voto, destacou seis possíveis irregularidades no processo, incluindo a valoração de Itaipu e ações vinculadas à Eletronuclear, criticando a falta de transparência do governo, erros na contagem da Eletrobras e propôs uma suspensão no projeto de privatização da Eletrobras até o TCU ser investigado sobre provisões. Porém, Rêgo não foi apoiado pelos outros ministros presentes.

Vital do Rêgo admitiu que aparentemente perdeu seu posicionamento para a maioria da assembleia, mas disse que os preços apresentados precisam ser averiguados. O ministro Zymler defendeu características da Eletrobras sobre como aperfeiçoar a definição da estrutura de preços, como recomendação e proposta, para esclarecer os estudos.

Impedimentos no TCU

O julgamento através do TCU, que visa a privatização da Eletrobras, começou no mês de abril, mas foi adiado após o ministro Vital do Rêgo pedir uma revisão.

De início, o tempo de análise pedido por Vital era de 60 dias, o que tornaria inviável a privatização nesse ano. No entanto, a pedido de parceiros, o prazo foi reduzido para 20 dias.
Durante a sessão do TCU na última quarta-feira (11), o ministro adiantou alguns aspectos de seu voto e as questões que ele teria achado.
O ministro disse ter identificado o “alta contabilização de provisões para contingências” e decidiu que o centro técnico do TCU teria que abrir uma investigação interna para averiguar a situação. As provisões referem-se a passivos financeiros com valor ou data de pagamento incertos.
Segundo ele, o problema era que, no terceiro trimestre de 2021, a Eletrobras elevou de R$ 17 bilhões para R$ 26 bilhões o preço do provisionamento individual para atender decisões judiciais contra empresas estatais, mas sem prazo fixo de pagamento.
O ministro entende que, se a privatização da Eletrobras for aprovada e o valor for convertido a favor da empresa, os acionistas atuais terão perdido os recursos que investiram.
O ministro Vital também solicitou vista no julgamento da primeira parte do processo de privatização da Eletrobras, na qual discordava das contas do governo sobre o preço da outorga que a Eletrobras iria necessitar para pagar as operações das usinas hidrelétricas.

Naquela época, o processo foi adiado em 2021 e retomado em fevereiro do ano de 2022, mas o posicionamento do ministro não recebeu muito apoio, seguindo apenas as reformas propostas por Aroldo Cedraz.

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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