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TCU e Ipea desmontam mito: pedágio no Brasil custa R$ 0,16–0,23/km, mas praça Anchieta-Imigrantes chega a R$ 38,70 e pesa mais na renda

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 04/09/2025 às 15:54
Estudos mostram que o pedágio no Brasil não está entre os mais caros do mundo por quilômetro, mas impacto na renda é maior que em países ricos
Estudos mostram que o pedágio no Brasil não está entre os mais caros do mundo por quilômetro, mas impacto na renda é maior que em países ricos
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O “caríssimo” vem da renda, não do quilômetro: por km o Brasil não lidera, mas pesa mais no bolso que em países ricos (Ipea).

A ideia de que o pedágio no Brasil está “entre os mais caros do mundo” circula com força nas redes sociais, mas parte de uma comparação equivocada. Segundo levantamentos do TCU (Tribunal de Contas da União) e do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a métrica correta é o custo por quilômetro rodado, e não o valor isolado de uma praça. Nessa régua, o Brasil cobra entre R$ 0,16 e R$ 0,23/km, patamar inferior a rodovias premium no Canadá e semelhante a países europeus.

Ainda assim, a percepção de pedágio “caríssimo” se mantém porque algumas praças apresentam valores absolutos elevados por travessia, caso do Sistema Anchieta-Imigrantes, em São Paulo, que desde 1º de julho de 2025 cobra R$ 38,70 por carro, após reajuste anual pelo IPCA.

Quanto custa o pedágio por quilômetro

O peso do pedágio no Brasil está ligado à renda da população.
Nos contratos federais, o TCU e a ANTT trabalham com faixas de R$ 16–23 por 100 km (R$ 0,16–0,23/km).

Exemplos: no Paraná, o custo de referência é R$ 16,38/100 km em pista simples e R$ 22,93/100 km em pista dupla.

Na BR-060/364 (GO-MT), os valores iniciais de concessão ficaram em R$ 0,16270/km (simples) e R$ 0,21151/km (dupla).

No exterior, há rodovias urbanas bem mais caras. A 407 ETR, em Toronto (Canadá), chega a 0,34 dólar canadense por km em horários de pico.

Na Europa, a média para carros é de € 0,095/km na França e € 0,09/km na Itália, com Portugal na faixa de € 0,08/km.

Nos Estados Unidos, turnpikes como a Ohio Turnpike cobram cerca de US$ 0,044/km, enquanto outras, como a Pennsylvania Turnpike, chegam a valores mais altos.

Por que a sensação de pedágio caro no Brasil?

O peso do pedágio no Brasil está ligado à renda da população.

O Ipea analisou a acessibilidade rodoviária e mostrou que 100 km de pedágio podem consumir até 16,2% da renda mediana em trechos como a Autopista Fluminense.

Já em rodovias francesas comparáveis, o impacto ficava em 8,9% da renda local. Ou seja, o preço por km pode ser menor, mas pesa mais no bolso dos brasileiros.

Além disso, praças unitárias de alto valor reforçam a percepção.

A ViaLagos (RJ-124) cobra R$ 30,60 por eixo em feriados e R$ 18,40 em dias úteis, valores considerados altos mesmo em comparação internacional.

Esses pontos isolados alimentam a narrativa de que o Brasil teria os pedágios mais caros do mundo.

Qualidade e fiscalização das concessões

O peso do pedágio no Brasil está ligado à renda da população.
Há também o debate sobre qualidade em relação ao preço.

A Pesquisa CNT de Rodovias 2024 mostrou que 9 das 10 melhores estradas do Brasil estão em São Paulo, e a maioria é pedagiada.

Isso indica que o pedágio pode, de fato, financiar pavimento melhor, serviços de guincho e atendimento mecânico.

No entanto, há concessões que não entregam o padrão prometido, e nesses casos a fiscalização da ANTT, ARTESP e TCU é fundamental para garantir equilíbrio entre tarifa e serviço.

Dizer que o pedágio no Brasil é o mais caro do mundo não se sustenta quando se analisa o custo por quilômetro.

O mito cai diante dos dados de TCU e Ipea. Mas o problema real está na equidade: com renda mais baixa, os brasileiros sentem muito mais o impacto de cada pedágio.

Essa diferença estrutural explica a indignação nas rodovias, mesmo quando os números internacionais mostram outra realidade.

E você, já deixou de viajar ou alterou sua rota por causa do valor do pedágio no Brasil? Acha que a qualidade das estradas compensa o preço pago? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir sua experiência na prática.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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