Setor de pescados é o primeiro a sentir o impacto da sobretaxa de 50% anunciada pelos EUA; contêineres com mais de 1.000 toneladas de peixes estão parados em portos do Nordeste.
A indústria brasileira de pescados foi a primeira a sentir o impacto direto das novas taxas de Trump. Apenas um dia após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros, a exportação de cerca de 1.000 toneladas de peixes foi paralisada nesta quinta-feira, 10 de julho de 2025.
De acordo com informações da Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (ABIPESCA), 58 contêineres frigoríficos que seguiriam para os EUA deixaram de ser embarcados. A medida drástica reflete a inviabilidade de exportar com a nova tarifa e acende um alerta para um setor que movimenta R$ 8 bilhões por ano e depende fortemente do mercado americano.
O que aconteceu? A sobretaxa de 50% e o impacto imediato
A crise foi desencadeada pelo anúncio do governo de Donald Trump de impor uma tarifa de 50% sobre uma série de produtos brasileiros, com início de vigência em 1º de agosto de 2025.
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A reação do mercado foi imediata. No dia 10 de julho, um total de 58 contêineres, carregados com aproximadamente 1.000 toneladas de pescados, tiveram seu embarque para os Estados Unidos cancelado. A carga agora aguarda uma definição sobre o futuro das relações comerciais entre os dois países.
Onde está a carga parada? Os portos do Nordeste
Os contêineres com a produção paralisada estão distribuídos em três dos principais portos do Nordeste brasileiro:
- Porto de Salvador, na Bahia.
- Porto de Suape, em Pernambuco.
- Porto do Pecém, na região metropolitana de Fortaleza, no Ceará.
Por que o setor de pescados é tão vulnerável às taxas de Trump?
O setor pesqueiro brasileiro é particularmente dependente do mercado norte-americano, o que o torna extremamente vulnerável às novas taxas de Trump.
- Principal Destino: Entre 70% e 80% de todas as exportações de pescados do Brasil têm como destino os Estados Unidos.
- Mercado Europeu Fechado: A União Europeia, outro grande mercado consumidor, mantém restrições sanitárias ao pescado brasileiro desde 2017, o que limita as alternativas de exportação para as empresas do setor.
A posição da indústria: “Não há como absorver a produção”
A situação é crítica, segundo a ABIPESCA. O presidente da associação, Eduardo Naslavsk, afirmou que não há condições de o mercado interno brasileiro absorver toda a produção que seria exportada para os EUA.
Segundo ele, os custos de produção já foram realizados com base na venda para o mercado externo, e um redirecionamento para o mercado nacional seria inviável.
O futuro incerto: o que acontecerá com as exportações?
A paralisação das exportações se deve a uma questão de logística e tempo. O transporte marítimo de contêineres entre o Brasil e os Estados Unidos leva, em média, de 18 a 20 dias.
Isso significa que qualquer nova remessa enviada a partir de agora chegaria ao seu destino após o dia 1º de agosto, já sob a vigência da nova tarifa de 50%. Como os importadores americanos não querem arcar com esse novo custo, as exportações foram suspensas até que haja uma definição sobre as novas taxas de Trump.
O que você acha do impacto dessas novas tarifas na economia brasileira? Deixe sua opinião nos comentários.
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