Além de exploração de petróleo, cooperação entre Brasil e Suriname será promissora nas áreas de comércio, investimentos em energia, segurança, bem como assuntos migratórios e consulares.
Suriname, que descobriu gigantescas reservas de petróleo em águas profundas do Oceano Atlântico, está considerando dar preferência à gigante estatal brasileira Petrobras, com vasta experiência nessa área. Foi o que disse o presidente brasileiro Jair Bolsonaro na quinta-feira durante sua visita ao país vizinho.
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“Aprecio o que falamos recentemente sobre a possível prioridade que pode ser dada ao Brasil, através da Petrobras, de vir aqui para colaborar na exploração de petróleo e gás”, disse o chefe de Estado brasileiro em um comunicado à imprensa com o presidente do Suriname, Chandrikapersad Santokhi, após a reunião que tiveram no dia 20 de janeiro, em Paramaribo.
Assista abaixo a visita oficial do presidente Bolsonaro ao Suriname
Brasil oferece ao Suriname e à Guiana experiência que a Petrobras tem na exploração de petróleo e gás em águas profundas e ultra-profundas
O presidente brasileiro admitiu que um dos propósitos de sua visita ao Suriname na última quinta-feira e à Guiana na sexta-feira é oferecer aos dois países vizinhos a experiência que o Brasil tem na exploração de petróleo e gás offshore.
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A Petrobras, que extrai mais de 95% do petróleo que produz em bacias marítimas, é uma das empresas líderes mundiais em exploração e exploração de petróleo e gás em águas profundas e ultra-profundas.
A Petrobras tem várias décadas de experiência na exploração de hidrocarbonetos de depósitos subaquáticos e já explora reservas gigantescas em bacias marítimas ao largo de sua costa norte do Brasil, perto das bacias onde Suriname e Guiana descobriram seus depósitos.
Em uma transmissão direta de mídia social para seus seguidores, na noite de quinta-feira, Bolsonaro reiterou que o presidente do Suriname prometeu estudar a possibilidade de dar ao Brasil “prioridade e preferência” na exploração dessas reservas através da Petrobras.
Na mesma transmissão, o ministro brasileiro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que acompanha o governante em sua visita, garantiu que na bacia do mar Suriname e da Guiana “reservas comprovadas correspondem a 40% do que o Brasil descobriu na pré-venda”.
A pré-venda é um horizonte de exploração que a Petrobras descobriu em águas muito profundas do Atlântico, abaixo de uma camada de sal de dois quilômetros de espessura, cujas reservas podem fazer do Brasil um dos cinco maiores exportadores de petróleo do mundo.
Cooperação energética também prevê a possibilidade de o Suriname atender necessidades de fornecimento de eletricidade dos estados do norte do Brasil, que dependem da energia importada da Venezuela.
“É muito gás e petróleo que esses países têm. É por isso a importância que esses países dão ao Brasil, que já tem muita experiência nessa área”, disse Albuquerque.
“Uma das prioridades (da visita) é a integração energética regional, devido ao grande potencial que esses dois países têm”, insistiu ele.
A cooperação energética, inclusive na área de petróleo e gás, foi um dos destaques da Declaração Conjunta que Bolsonaro e Santokhi divulgaram após sua nomeação.
De acordo com o documento, os dois países se comprometeram a “analisar as possibilidades, à luz do desenvolvimento da indústria offshore de petróleo e gás no Suriname, de cooperação relacionada à capacitação técnica e institucional, desenvolvimento de conteúdo local e energias renováveis”.
A cooperação energética também prevê a possibilidade de o Suriname atender a parte das necessidades de fornecimento de eletricidade dos estados do norte do Brasil, que não estão conectados ao sistema elétrico nacional e dependem da energia importada da Venezuela.
Na Declaração Conjunta, ambos os países também se comprometeram a “trocar informações sobre os respectivos planos nacionais de energia e a trocar experiências regulatórias no setor de petróleo e gás, inclusive na regulamentação do conteúdo local, bem como na colaboração na prevenção de acidentes devido a derramamentos de petróleo”.
Suriname agradeceu as vacinas contra a covid doadas ao seu país
No comunicado que ofereceram à imprensa em conjunto, o presidente do Suriname agradeceu as vacinas contra a Covid doadas pelo Brasil ao seu país, e destacou a importante cooperação entre os dois países, refletida em um registro de 25 projetos diferentes.
Ele acrescentou que espera que essa cooperação seja estendida a novas áreas, “Estou convencido de que nossa cooperação no futuro em várias áreas, entre elas comércio, investimentos em energia, incluindo petróleo e gás, segurança, defesa, bem como assuntos migratórios e consulares, com certeza renderão resultados concretos em benefício mútuo”, disse Santokhi.