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Startup do Zimbábue constrói triciclo elétrico movido a energia solar — carrega até 450 kg

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 22/07/2025 às 06:12
Triciclo elétrico
Foto: Reprodução
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No interior do Zimbábue, um triciclo elétrico movido a energia solar está mudando a vida de milhares de mulheres. Criado pela startup Mobility for Africa, o veículo leva renda, autonomia e sustentabilidade para comunidades rurais que antes dependiam de carroças ou longas caminhadas.

No Zimbábue, uma startup local está mudando a realidade de comunidades rurais com um triciclo elétrico movido a energia solar. Chamado de Hamba, o veículo carrega até 450 quilos e tem como objetivo principal melhorar a mobilidade de quem mais sofre com a falta de transporte: as mulheres.

A iniciativa partiu da Mobility for Africa (MFA), que atua com foco em regiões sem acesso à rede elétrica, criando uma solução limpa, resistente e acessível.

Pensado para o campo

Ao contrário de muitas soluções de mobilidade elétrica voltadas às cidades, o Hamba foi desenvolvido especificamente para as zonas rurais africanas.

Com autonomia para rodar mais de 30 km por dia, ele substitui carroças de boi e horas de caminhada em terrenos difíceis.

A bateria é de fosfato de ferro-lítio (LFP), ideal para resistir ao calor intenso e ao uso constante. Como a maioria dessas áreas não possui eletricidade, o triciclo conta com um sistema de recarga 100% solar

O objetivo é claro: levar mobilidade sem depender da infraestrutura tradicional.

As estações solares, criadas em parceria com a InfraCo Africa, permitem a troca rápida de baterias por apenas US$ 5. Isso evita que o veículo fique parado por longas horas aguardando recarga.

Mulheres no comando

Uma das grandes transformações trazidas pelo Hamba é o protagonismo feminino.

Cerca de 70% dos triciclos foram entregues a mulheres, graças a um modelo de aluguel acessível, com mensalidades a partir de US$ 15. Muitas estão, pela primeira vez, ao volante de um veículo motorizado.

Com isso, passaram a transportar mercadorias ao mercado, criar pequenos negócios de entrega e melhorar a renda familiar.

Casos como o de Anna Bhobho e Hilda Takadini mostram o impacto direto. Antes dependentes de terceiros ou de animais para se locomover, hoje essas mulheres são responsáveis pelas finanças da casa e líderes em suas comunidades.

Mais de 90% dos usuários relatam se sentir mais seguros usando o Hamba do que caminhando por áreas rurais isoladas.

Simplicidade com propósito

A tecnologia aplicada no triciclo é simples e robusta. O motor tem apenas uma parte móvel, o que reduz quebras e facilita o conserto.

A bateria LFP não apenas aguenta altas temperaturas, mas também suporta vários ciclos de carga sem perda significativa de desempenho. A velocidade máxima de 60 km/h é suficiente para as estradas de terra onde circulam.

Além da autonomia e da resistência, o Hamba contribui para a redução das emissões de poluentes.

Sem depender de combustíveis fósseis, ele melhora a qualidade do ar e diminui a necessidade de importação de petróleo, algo estratégico para países africanos.

Expansão além do Zimbábue

Com os resultados positivos no Zimbábue, outros países começaram a demonstrar interesse. Uganda, Ruanda e Etiópia estudam a adoção do modelo.

A ideia é que o Hamba vá além do transporte de mercadorias, podendo ser usado também para levar crianças à escola, recolher lixo ou distribuir medicamentos.

Outro diferencial é o compromisso da Mobility for Africa com tecnologias abertas e adaptadas.

Isso permite que o conhecimento seja compartilhado, incentivando a criação de empregos verdes, montagem local e manutenção dentro das comunidades. Não se trata apenas de oferecer um veículo, mas de criar uma rede de autonomia sustentável.

O Hamba representa mais do que inovação. Ele se tornou símbolo de transformação, dignidade e independência em regiões historicamente marginalizadas.

Levar mobilidade elétrica para o campo não é um luxo, mas uma necessidade.

Ao investir em soluções como essa, o continente africano mostra que é possível crescer com inclusão, sustentabilidade e respeito à realidade de seu povo.

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Nilton
Nilton
23/07/2025 17:21

Noticia falsa, dá pra ver que se trata de um triciclo Chinês, está até no velocímetro que funciona a energia solar,mentira a bateria sim é recarregada numa estação,ele não se recarrega sozinho enquanto anda,e outra a China vem investindo na África,e financiando a implantação até de bombas d’água,que o governo **** não faz.querem forçar dizendo que é projeto Africano, más não é, é sim um triciclo Chinês.Zimbabue não tem tecnologia pra isso

Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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