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Mais uma vez a China: país precisa comprar de 13 a 15 MILHÕES de toneladas de soja até o final do ano e mercado global fica em alerta

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 18/08/2025 às 20:41
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Falta de soja na China deve se agravar a partir de fevereiro, enquanto o Brasil desponta novamente como principal fornecedor; produção de rações já cresce 10% no ano e supera recorde histórico de 2023

O mercado da soja vive um momento de expectativa. Segundo especialistas, os preços em Chicago estão estáveis, aguardando um sinal concreto da China sobre compras nos Estados Unidos. A questão não é se Pequim comprará, mas quanto irá comprar.

A diferença é enorme: adquirir 20 milhões de toneladas ou menos de 10 milhões pode redefinir os preços globais e alterar a balança de exportação americana. Cada semana sem compras significa 1 milhão de toneladas a menos de potencial negociação.

Atualmente, a cobertura chinesa está em 65% a 70% para outubro, abastecida principalmente com soja do Brasil e da Argentina. Para novembro, a cobertura ainda é baixa, perto de 10%, o que indica que a China precisará comprar entre 13 e 15 milhões de toneladas até dezembro.

China pressiona margens e coloca EUA em xeque

Apesar do consumo interno aquecido, a indústria esmagadora chinesa enfrenta margens apertadas. O motivo: soja cara, enquanto o farelo (subproduto usado em rações) não acompanha a valorização.

Nos últimos meses, a China registrou 22 semanas consecutivas com fábricas operando acima de 68% de sua capacidade — um recorde. Mas o fluxo atual pode sofrer forte queda entre outubro e janeiro, quando os embarques brasileiros diminuem e a dependência de soja americana cresce.

Vanin alerta: o “pepino” para os chineses está no início de 2025, quando o intervalo até a chegada da nova safra brasileira pode gerar aperto na oferta. Nesse cenário, os Estados Unidos se tornam peça-chave.

Acordo político pode mudar o jogo

A grande incógnita não é apenas o volume de compras, mas como elas serão feitas. Se por meio de um acordo comercial bilateral entre China e Estados Unidos, como ocorreu em 2020, o impacto pode ser imediato.

No entanto, Vanin destaca que, ao contrário de anos anteriores, não há sinais de um grande “acordão”. A tendência é que a China decida unilateralmente quanto comprar, possivelmente em pequenas rodadas de negociação.

Isso gera instabilidade em Chicago: se as compras forem de 15 a 18 milhões de toneladas, o efeito será positivo para os preços. Já compras de apenas 10 milhões ou menos podem derrubar as cotações.

Brasil no tabuleiro: vantagem ou risco?

Enquanto a China avalia a soja americana, o Brasil já comercializou 80% de sua produção e mantém prêmios altos. Caso os chineses fechem acordo com os Estados Unidos, os preços internos podem cair em até 30 dólares por tonelada, mas a demanda da indústria nacional deve segurar parte da pressão.

Além disso, o crescimento da produção de rações na China — 10% no primeiro semestre de 2025 — reforça a necessidade de soja, contrariando análises que ligam importações ao PIB chinês. O fator decisivo, segundo Vanin, é a estabilidade do rebanho suíno e o baixo custo das rações, que garantem lucro aos produtores chineses mesmo com preços da carne em queda.

Cenário político e econômico em aberto

O mercado global de soja segue preso a uma equação política:

  • A China precisa comprar para garantir abastecimento em 2025.
  • Os Estados Unidos esperam por uma oportunidade de vender.
  • O Brasil já aproveitou o momento e embarcou rapidamente sua safra.

O desfecho vai depender da diplomacia e das escolhas de Pequim: comprar mais soja americana de forma estratégica ou seguir apostando no abastecimento sul-americano.

Enquanto isso, Chicago segue de lado, mas pode reagir a qualquer sinal vindo de Pequim. Um eventual acordo político pode mexer não só com os preços, mas também com o equilíbrio de poder no comércio agrícola internacional.

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Roberta Souza

Autora no portal Click Petróleo e Gás desde 2019, responsável pela publicação de mais de 8.000 matérias que somam milhões de acessos, unindo técnica, clareza e engajamento para informar e conectar leitores. Engenheira de Petróleo e pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, também trago experiência prática e vivência no setor do agronegócio, o que amplia minha visão e versatilidade na produção de conteúdo especializado. Desenvolvo pautas, divulgo oportunidades de emprego e crio materiais publicitários direcionados para o público do setor. Para sugestões de pauta, divulgação de vagas ou propostas de publicidade, entre em contato pelo e-mail: santizatagpc@gmail.com. Não recebemos currículos

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