Explore Whittier, Alasca, a cidade do planeta onde a vida de aproximadamente 471 habitantes se concentra nas Begich Towers, um legado militar em meio ao isolamento e à natureza selvagem.
Imagine uma localidade remota no Alasca onde a vida de quase toda a população se desenrola dentro de um único edifício de 14 andares. Bem-vindo a Whittier, uma cidade do planeta verdadeiramente singular. Dos seus cerca de 471 residentes, a maioria vive e, muitas vezes, trabalha nas Begich Towers.
O acesso a esta comunidade isolada é feito principalmente pelo Túnel Memorial Anton Anderson, uma via de 4 quilômetros com horários restritos. O cotidiano e os desafios desta “aldeia vertical”, um exemplo notável de adaptação humana.
A surpreendente história de Whittier
A gênese de Whittier remonta à Segunda Guerra Mundial, quando o Exército dos EUA estabeleceu o Campo Sullivan, um porto estratégico livre de gelo. Foram construídos o ramal da Alaska Railroad e túneis para acesso. No pós-guerra, ergueram-se o Edifício Hodge (que se tornaria as Begich Towers) e o Edifício Buckner.
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Com a retirada militar por volta de 1960, o Edifício Buckner foi abandonado. O terremoto da Sexta-feira Santa de 1964 causou danos na região, mas o Edifício Hodge resistiu e foi posteriormente transformado no condomínio Begich Towers. Em 1973/1974, os residentes adquiriram as instalações, formalizando a transição para a atual cidade vertical.
Um mundo completo dentro de um único edifício
As Begich Towers funcionam como um microcosmos urbano. No seu interior, encontram-se a prefeitura, uma delegacia de polícia, uma estação de correios, uma mercearia (Kozy Korner Market) e uma lavanderia. Há também uma clínica médica, uma igreja e até um Bed & Breakfast.
Para as crianças, um parque infantil interior e um túnel subterrâneo que leva à escola local garantem acesso e lazer mesmo sob o clima rigoroso do Alasca. O edifício de concreto armado, com seus 196 apartamentos, protege os moradores da neve, ventos fortes e chuva intensa, sendo um verdadeiro refúgio nesta peculiar cidade do planeta.
Viver e trabalhar em Whittier, a realidade da conveniência, dos desafios e da economia local
A ideia de que todos em Whittier vivem e trabalham sob o mesmo teto é parcialmente verdadeira. Dados do censo indicam que 44% dos residentes vão a pé para o trabalho ou trabalham em casa. Muitos serviços dentro das Begich Towers são operados por moradores.
No entanto, a economia de Whittier também depende de atividades externas, como o turismo (mais de 700.000 visitantes anuais no verão), a pesca comercial e as operações portuárias. A conveniência de ter tudo perto é um benefício, mas o isolamento, a falta de privacidade e os recursos limitados (como uma mercearia cara) são desafios constantes.
O portão para esta isolada e peculiar cidade do planeta
O Túnel Memorial Anton Anderson, com seus 4 quilômetros de extensão, é a principal e única via de acesso terrestre a Whittier. Este túnel de via única opera com horários restritos para entrada e saída, fechando durante a noite.
Essa característica dita o ritmo da vida local, influenciando desde compras de supermercado até emergências. O túnel é um símbolo do isolamento de Whittier, mas também da sua conexão vital com o mundo exterior.
Planejamento, resiliência e o legado de uma cidade do planeta incomum e seus desafios
Whittier planeja seu futuro através do Plano de Desenvolvimento Econômico e da Orla Marítima (WEDP), que visa identificar oportunidades econômicas, proteger o ambiente e melhorar a infraestrutura, como a reconstrução da orla marítima do porto.
A disponibilidade limitada de terrenos (a maioria pertence à Alaska Railroad) e a dependência de um edifício com 70 anos são desafios. A resiliência climática também é uma prioridade. Whittier permanece um fascinante estudo de caso sobre adaptação, vida comunitária concentrada e os desafios de sustentar uma cidade do planeta tão singular.