Ter uma planta de metanol verde na refinaria de Pecém, no Ceará, já é uma realidade para a empresa que desenvolve o refino do petróleo na região, a Noxis Energy. A refinadora também estuda proposta de substituição das importações de metanol, hoje 100% importado. Estão sendo realizados estudos em petróleo e gás para que seja adicionada uma planta de metanol ao projeto da refinaria.
Desse modo, há a previsibilidade para que sejam produzidos dois tipos de metanol, o verde, que pode ser obtido por meio da oferta futura de hidrogênio verde local. E o metanol cinza, que vem do gás natural. No Brasil, são as indústrias de biodiesel e de plástico que consomem o metanol, prioritariamente.
E com a utilização da sinergia de parte do maquinário da refinaria, cerca de trezentas a quatrocentas mil toneladas de metanol cinza poderão ser produzidas por ano, num primeiro momento. Para tanto, o preço do gás natural no mercado influencia, ele precisa estar abaixo de US$ 5/MMBTU. Considerando que o preço da substância é alvo de constantes oscilações no mercado brasileiro, há expectativa para que os preços globais arrefeçam a partir de 2025.
O estudo inclui também a importação de GNL, o gás natural liquefeito. Ele será realizado pelo porto construído no Ceará, o Portocem, além da inclusão de oportunidades para aquisição de gás natural das empresas Petrobras, e Eneva, em Sergipe.
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Outra notícia que contribui para que a instalação da nova planta seja concretizada, é autorização que a Noxis conseguiu da ANP, Associação Nacional do Petróleo, em dezembro último. Com ela, a refinadora terá capacidade para o processamento de cem mil barris por dia no estado do Ceará.
Além do óleo combustível marítimo, principal objetivo do estudo, a planta também realiza previsão de produção de diesel, gasolina e GLP, gás liquefeito de petróleo. A estimativa é que, sem a planta de metanol, a refinaria tenha um custo de R$ 1,3 bilhão. E como agora, o estudo se encontra na fase de emissão de licença prévia, espera-se que, ainda neste ano, seja possível começar a construção. E até 2026, colocar em operação a refinaria privada.
Desconcentração de ambos os setores
Na contramão da proposta da revisão dos termos do acordo entre Petrobras e Cade, Conselho de Administração e Desenvolvimento Econômico, pelo grupo de transição do governo, a refinadora não acredita em retrocessos. O mercado de refino de petróleo e gás possui um plano nacional em que o novo governo promete que novas oportunidades serão abertas a agentes privados, e as operações não ficarão mais restritas à Petrobras.
A refinadora reivindica que a PPSA, empresa pública Pré-Sal Petróleo S/A, empreenda mais esforços na indução de investimentos, e menos na comercialização de óleo cru. Entregando, assim, o “petróleo da União para pequenos refinadores e, em troca, retirar produtos refinados acabados, de maior valor agregado, sem assumir o risco do investimento”, conjecturou o CEO na Noxis, Gabriel Debellian. Desse modo, o refinador poderia cobrar por serviços de processamento, em um sistema de refino de serviços de aluguel.