Indefinição climática eleva incertezas para a safra 2025/26 de soja, milho e café; produtores brasileiros devem ficar atentos.
A indefinição climática no Brasil já preocupa produtores e investidores, trazendo incertezas para a safra 2025/26 de soja, milho e café.
Segundo a consultoria Markestrat, a combinação de atrasos nas chuvas e volatilidade internacional pode afetar desde o cronograma de plantio até a formação de preços.
Enquanto isso, nos Estados Unidos, doenças nas lavouras ameaçam a produtividade do milho, cenário que também impacta o mercado global dessas commodities.
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Soja: preços estáveis, mas atenção ao clima
No mercado de soja, os contratos futuros apresentam uma leve valorização mensal, enquanto o preço físico se mantém praticamente estável.
A situação reflete a transição entre a safra encerrada e a expectativa pelo início do novo plantio.
A Markestrat alerta que “a indefinição climática no Centro-Oeste, com possibilidade de atraso das chuvas, preocupa e pode postergar a semeadura, afetando cronogramas de produção.”
Portanto, produtores devem acompanhar de perto as previsões meteorológicas e planejar estratégias para lidar com eventuais atrasos.
Além disso, a consultoria recomenda atenção à formação de custos da nova safra, considerando os riscos climáticos e incertezas regulatórias.
Isso é essencial para evitar surpresas financeiras e manter a competitividade no mercado interno e externo.
Milho: recuperação física e atenção às doenças nos EUA
Para o milho, a safra 2024/25 fechou com preços físicos em leve recuperação, enquanto os contratos futuros registraram queda devido à pressão externa.
Nos Estados Unidos, a propagação de doenças nas lavouras ameaça a produtividade esperada, o que pode sustentar prêmios internacionais pagos por grãos de qualidade.
Segundo a Markestrat: “para o produtor brasileiro, o cenário demonstra a importância de monitorar a correlação entre biocombustíveis e exportações, buscando capturar oportunidades diante da volatilidade externa.”
Assim, manter atenção às tendências globais pode gerar ganhos estratégicos mesmo em períodos de incerteza.
Café: arábica em alta, robusta em ajustes
No mercado de café, o arábica registrou ganhos expressivos de 22,83% no mês e alta semanal de 1,43%.
Por outro lado, o robusta apresentou leve queda física de 0,66% na última semana, mas mantém recuperação nos contratos futuros.
A consultoria destaca que “o fluxo de exportações brasileiras permanece robusto, consolidando receita cambial relevante e reforçando a confiança do mercado externo.”
Apesar da estabilidade nos preços em Nova York, fatores climáticos e de produtividade podem reintroduzir volatilidade, exigindo que produtores planejem cuidadosamente suas vendas e estoques.
Clima: fator-chave para toda a safra
O clima continua sendo o principal determinante da produtividade e dos preços da soja, milho e café.
A previsão de atrasos nas chuvas no Centro-Oeste brasileiro pode impactar o plantio e a colheita, enquanto eventos climáticos extremos nos EUA afetam a oferta global.
Portanto, o monitoramento constante das condições meteorológicas, aliado à análise das tendências de exportação, é fundamental para que os produtores protejam suas margens e capturem oportunidades de mercado.