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Shell cancela megaprojeto verde em Roterdã e amarga prejuízo bilionário enquanto aposta tudo no gás natural liquefeito

Escrito por Caio Aviz
Publicado em 07/10/2025 às 12:07
Refinaria da Shell em Roterdã com tanques industriais e chaminés sob céu nublad
Estrutura industrial da Shell em Roterdã, na Holanda, cenário do cancelamento do projeto de biocombustíveis avaliado em mais de US$ 1 bilhão.
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Um recuo bilionário que redefine a estratégia energética da petroleira britânica

A Shell confirmou prejuízo de US$ 600 milhões no terceiro trimestre de 2025. A empresa decidiu encerrar definitivamente o projeto de biocombustíveis em Roterdã, na Holanda, após analisar a baixa competitividade do investimento.

De acordo com informações divulgadas pela Reuters, o total de perdas e provisões relacionadas ao empreendimento chega a US$ 1,4 bilhão. O projeto, que previa a produção anual de 820 mil toneladas de biocombustíveis, havia sido aprovado em 2021.

Em 2024, a Shell suspendeu a construção da planta e, em setembro de 2025, confirmou o cancelamento definitivo. Assim, a companhia encerra um dos maiores investimentos de sua história em energia limpa, demonstrando mudança clara em sua estratégia global.

Companhias recuam e reduzem metas em energia limpa

O cancelamento do projeto da Shell confirma o recuo global de grandes produtoras de combustíveis fósseis. Nos últimos meses, empresas como BP e Equinor revisaram seus planos de expansão em energia renovável, buscando maior retorno financeiro.

Em fevereiro de 2025, a BP anunciou cortes expressivos em investimentos verdes, enquanto a Equinor reavaliou suas metas de geração renovável. Esse movimento mostra que, embora o discurso de sustentabilidade continue forte, as empresas ajustam estratégias para manter competitividade e lucro.

Além disso, a redução de investimentos ocorre em meio à alta dos custos de capital e à volatilidade global, fatores que pressionam decisões corporativas e limitam projetos de longo prazo.

Shell fortalece aposta no gás natural liquefeito (GNL)

Apesar das perdas, a Shell reafirma sua confiança no gás natural liquefeito (GNL). A companhia aumentou sua projeção de produção para o terceiro trimestre de 2025, estimando volumes entre 7 milhões e 7,4 milhões de toneladas, segundo atualização divulgada pela Reuters.

Antes, o relatório de julho de 2025 previa entre 6,7 e 7,3 milhões de toneladas. O novo número indica desempenho mais sólido e consistente no setor, evidenciando a prioridade da empresa em fortalecer o segmento de gás natural.

Além disso, a margem de refino da Shell subiu para US$ 11,6 por barril, contra US$ 8,9 registrados no segundo trimestre. Esse resultado reflete maior eficiência operacional e melhor aproveitamento de ativos tradicionais, equilibrando parte das perdas financeiras do trimestre.

Ajustes de ativos e impactos no Brasil

A Shell também estimou impactos financeiros entre US$ 200 milhões e US$ 400 milhões, decorrentes da redução de sua participação nos campos de Tupi, no pré-sal brasileiro. Segundo a companhia, o ajuste resulta de revisões técnicas sobre os dados geológicos dos reservatórios.

Ao mesmo tempo, a divisão de produtos químicos da Shell deve registrar novo prejuízo neste trimestre, em linha com a queda na demanda global. Mesmo assim, a empresa mantém planos de buscar novos parceiros e compradores para otimizar seu portfólio e reduzir riscos futuros.

Recuo marca ponto de virada na transição energética global

A desistência do projeto de biocombustíveis marca uma virada na política de descarbonização da Shell. A empresa mantém a meta de neutralidade de carbono até 2050, porém ajusta o ritmo de seus investimentos sustentáveis.

O cancelamento da usina em Roterdã reforça a dificuldade de conciliar rentabilidade e sustentabilidade, sobretudo em um mercado dominado pela pressão por resultados imediatos.

Atualmente, a transição energética segue caminho mais cauteloso, impulsionado por decisões que priorizam estabilidade financeira e eficiência industrial. As empresas do setor precisam equilibrar crescimento e compromisso ambiental para garantir longevidade nos negócios.

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07/10/2025 12:17

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Caio Aviz

Escrevo sobre o mercado offshore, petróleo e gás, vagas de emprego, energias renováveis, mineração, economia, inovação e curiosidades, tecnologia, geopolítica, governo, entre outros temas. Buscando sempre atualizações diárias e assuntos relevantes, exponho um conteúdo rico, considerável e significativo. Para sugestões de pauta e feedbacks, faça contato no e-mail: avizzcaio12@gmail.com.

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