Obras em rodovias do litoral paulista vão durar até 2032, com investimentos bilionários e impacto direto no turismo, no trânsito e na rotina de milhares de motoristas, que terão de conviver com interdições e congestionamentos ao longo dos próximos anos.
As rodovias que ligam a Baixada Santista ao Alto Tietê e ao Vale do Ribeira passam por um pacote de modernização estimado em R$ 4,3 bilhões e com conclusão prevista até 2032.
Duplicações, marginais, passarelas, ciclovias, alargamento de pontes e novas bases de atendimento integram o plano.
Enquanto as entregas ocorrem por etapas, moradores e motoristas devem conviver com lentidão, interdições e mais poeira nas frentes de obra.
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As intervenções abrangem as SP-055 (Padre Manoel da Nóbrega), SP-088 (Mogi–Dutra) e SP-098 (Mogi–Bertioga), sob fiscalização da Artesp e operação da concessionária Novo Litoral.
No modelo de Parceria Público-Privada, o contrato tem prazo de 30 anos e cobre cerca de 212 a 213 quilômetros.
O governo estadual projeta impacto direto na capacidade de escoamento, no acesso ao Porto de Santos e na segurança viária, além da criação de mais de 24 mil empregos diretos, indiretos e induzidos ao longo da concessão.
Cronograma das obras até 2032
A execução foi organizada em fases. Em 2025, o foco está na implantação de oito bases do Serviço de Atendimento ao Usuário e nos primeiros pórticos do sistema eletrônico de cobrança.
Entre 2026 e 2027, avançam as marginais urbanas na SP-055, passarelas, ciclovias e melhorias em pontos de ônibus.
Em 2027, começam os dispositivos de retorno em desnível.
O período 2028–2029 concentra passagens inferiores e obras de arte.
Em 2030, estão previstas intervenções na serra da Mogi–Bertioga, com faixas adicionais, rampas de escape e baias.
As duplicações da Padre Manoel da Nóbrega seguem de 2027 a 2032.
Além de obras físicas, o projeto incorpora pedagiamento eletrônico no modelo de livre passagem.
Segundo o governo, a cobrança no Litoral Sul só começa após a entrega das marginais contínuas entre Praia Grande e Peruíbe, que irão segregar o tráfego urbano do fluxo de longa distância.
A promessa é que deslocamentos locais, como Peruíbe–Praia Grande, tenham alternativa sem pagamento.
Preocupações do setor turístico
O cronograma prolongado preocupa setores dependentes do turismo.
Pousadas, restaurantes e o comércio local temem perdas em feriados e alta temporada, quando qualquer retenção impacta as viagens às praias.
Prefeituras também avaliam efeitos de curto e médio prazo no trânsito urbano e na atratividade da região.
Ainda assim, a gestão estadual sustenta que o saldo final será de mais fluidez e segurança, com redução dos tempos de deslocamento e mais opções para pedestres e ciclistas.
Impactos imediatos e medidas de mitigação
Durante a execução, a concessionária e a Artesp afirmam que haverá planejamento de tráfego, sinalização reforçada e rotas alternativas quando necessário, para reduzir transtornos ao máximo.
A previsão inclui operação 24 horas das equipes de atendimento, monitoramento por câmeras e reforço de pavimento em trechos críticos.
O que dizem as prefeituras
Em Santos, a administração municipal reconhece efeitos de longo prazo, inclusive no turismo, e afirma manter “diálogo com o Governo do Estado para preservar os interesses da população da Área Continental”, segundo apuração da Gazeta de São Paulo.
Em Itanhaém, a prefeitura ressalta que o turismo é vetor econômico central e defende a preservação da fluidez e do acesso, mas não detalha impactos esperados.
Já Praia Grande informa que ainda não possui estudo específico sobre reflexos na vinda de turistas, mas acompanha a discussão sobre pedágios e registra posição contrária à instalação de novas cobranças.
Em Bertioga, o secretário de Turismo e Cultura, Ney Carlos da Rocha, afirmou à Gazeta de São Paulo que as intervenções podem afetar o turismo, pois “qualquer situação que afete este deslocamento, seja por que meio for, afeta o turismo”.
Ao mesmo tempo, ele disse esperar que as empresas responsáveis atuem para executar os serviços sem grandes impactos.
Em Peruíbe, a prefeitura atribui as obras ao governo estadual e declarou confiança de que as benfeitorias serão benéficas e impulsionarão o desenvolvimento do litoral.
A reportagem buscou Mongaguá, mas não obteve retorno até a publicação.
Obras por município
Em Bertioga, o pacote prevê marginais e duplicações nos trechos urbanos da SP-055, com novas passarelas e retornos em desnível, além de ciclovias.
As primeiras entregas estão previstas para 2026–2027, e as duplicações seguem por etapas até 2032.
Em Santos, haverá duplicação em segmentos da SP-055, retornos em desnível, adequações para pedestres e trechos de ciclovia.
O cronograma indica conclusão urbana entre 2027 e 2029, com duplicações faseadas até 2032.
Em Praia Grande, o foco recai sobre retornos em desnível, novas passarelas e marginais contínuas com calçamento e iluminação antes da cobrança no trecho entre o município e Peruíbe.
As principais obras se concentram em 2026–2027.
Em Mongaguá, o plano inclui marginais contínuas, retornos em desnível, passarelas e passagens inferiores.
A previsão é finalizar marginais e passarelas até 2027, com passagens inferiores até 2029.
Em Itanhaém, estão previstas marginais nos pontos mais movimentados, travessias seguras e ciclovias ao longo da malha urbana.
As entregas vão de 2026 a 2029.
Em Peruíbe, o destaque é a duplicação de 89,8 km até Miracatu, com marginais, passagens inferiores, ciclovia e melhorias no acesso SPA-344/055.
As obras urbanas se estendem até 2029, e as duplicações percorrem várias frentes até 2032.
Trânsito e turismo na alta temporada
Enquanto as frentes avançam, a combinação de canteiros, desvios e redução de faixas pode travar o trânsito em períodos de maior demanda.
O efeito tende a ser mais sensível em feriados e no verão, quando aumenta o fluxo de visitantes.
Setores de hospedagem, alimentação e comércio local cobram previsibilidade e coordenação para que o calendário de obras considere tanto a logística dos moradores quanto a sazonalidade do turismo.
Segundo destacou a Gazeta de São Paulo, o Estado afirma que, finalizados os principais eixos, o tráfego de passagem ficará segregado do tráfego local por meio de marginais contínuas, calçadas iluminadas e travessias padronizadas.
A expectativa oficial é de que a reorganização do sistema traga redução de acidentes, melhora no tempo de viagem e infraestrutura segura para pedestres e ciclistas.
Diante desse cenário, moradores e visitantes terão de adaptar rotas, horários e meios de deslocamento ao longo dos próximos anos.
Caberá à concessionária manter comunicação transparente sobre interdições temporárias e alternativas viárias, sobretudo nas janelas de maior movimento. Na sua avaliação, as melhorias esperadas compensarão os transtornos?