Em declaração que gerou debate, Sérgio Habib afirma que o público da SW4 prioriza resistência e valor de revenda, critica a ideia de “premium” restrita a marcas europeias e sustenta que o verdadeiro luxo no Brasil está no campo, onde picapes acima de R$ 300 mil dominam
A fala de Sérgio Habib reacendeu discussões sobre o lugar da SW4 no mercado brasileiro. Segundo o executivo, quem compra o utilitário busca carro resistente, que dura e preserva valor e, por isso, não seria um entusiasta convencional de automóveis. Ele provoca ao dizer que “SW4 por 450 mil não é um carro bacana”, embora reconheça que vende muito, especialmente para uso fora de centros urbanos.
No mesmo raciocínio, Habib afirma que o luxo brasileiro não está nas vitrines das marcas premium, mas no desempenho das picapes acima de R$ 300 mil, impulsionadas por usuários do campo e de rotinas severas. A SW4 entra nesse tabuleiro como produto de robustez e liquidez, mais do que de experiência automobilística purista.
Quem compra a SW4, segundo Habib
Para Habib, o comprador de SW4 busca durabilidade, capacidade de uso intenso e revenda segura. A motivação não é o prazer ao volante, e sim resistência para trabalho, fazenda e trilhas. O argumento central é que a SW4 atende quem precisa de confiabilidade e valor residual, não necessariamente quem procura design, tecnologia embarcada de ponta ou dinâmica refinada.
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Ele compara públicos e rejeita a ideia de migração direta entre SW4 e SUVs premium europeus. Na leitura do executivo, são “outros consumidores”, com perfis, usos e prioridades diferentes. A SW4 aparece como ferramenta sólida em segmentos onde BMW e afins não suportariam as mesmas condições de uso severo.
Habib defende que o verdadeiro luxo brasileiro está no campo, onde picapes acima de R$ 300 mil lideram intenção de compra e recorrência. O critério de luxo, para ele, não é logotipo, e sim entrega de valor no contexto real de uso. Nesse cenário, a SW4 e as picapes robustas fazem mais sentido econômico e funcional do que SUVs premium urbanos.
Ele também provoca o debate sobre o rótulo “premium”. Para além do preço, valor e proposta de uso definem quem entrega luxo no cotidiano brasileiro. A SW4, por combinar robustez e valorização, seria um ativo prático em regiões onde o terreno e a rotina pesam mais do que materiais nobres e assistentes de condução.
Por que o campo dita demanda e preço
Segundo o executivo, o dinheiro que sustenta esse recorte de luxo está no campo. Produtores e profissionais do agro priorizam disponibilidade mecânica, pós-venda capilar e liquidez. Aqui, a SW4 e as picapes topo de linha se convertem em soluções de produtividade, não em símbolos de status. Preço alto vira custo de operação, desde que o veículo suporte as condições e retenha valor.
Essa lógica ajuda a explicar por que a SW4 vende muito em determinadas regiões. A decisão é utilitária: se o veículo aguenta estrada ruim, carga e viagens longas com previsibilidade de manutenção, o investimento se justifica. O luxo, portanto, é não ficar parado.
Habib contrasta a SW4 com SUVs premium europeus para evidenciar mercados separados. Enquanto os europeus vendem imagem, acabamento e dinâmica, a SW4 vende robustez e simplicidade funcional. Para parte do público, isso vale mais do que potência alta ou tecnologias sofisticadas.
A polêmica nasce quando o entusiasmo por carros é medido por critérios puristas. Na visão de Habib, quem prioriza a SW4 não é “apaixonado por carro”, e sim por resultado concreto. É uma definição de paixão diferente, que coloca uso e liquidez acima de prazer de dirigir.
Carro usado, juros e a manutenção de valor
Habib amplia a discussão para o mercado de usados, observando que, em países de juros baixos e renda alta, carro antigo vale muito menos. No Brasil, juros altos e renda mais baixa sustentam valores elevados para seminovos e usados, reforçando a escolha por modelos que preservam preço.
Nesse ambiente, a SW4 tende a reter valor justamente por ser percebida como ferramenta confiável. Para quem compra com cálculo de custo total de propriedade, a equação inclui manutenção, disponibilidade e revenda. O entusiasmo, aqui, é pela conta que fecha.
As falas de Habib ajudam a reposicionar a SW4 como um produto de racionalidade econômica, e não de ostentação. Isso força montadoras e concessionárias a reverem narrativas, calibrando o discurso entre paixão e produtividade. O consumidor que escolhe SW4 compra tempo útil e previsibilidade, atributos que, na ponta do lápis, se equiparam ao que muitos chamam de luxo.
Para o debate público, a provocação expõe duas noções de luxo que convivem no Brasil: a do acabamento e da tecnologia e a do desempenho em condições reais de trabalho. A SW4 está no centro dessa encruzilhada, como símbolo de robustez em um país de terrenos, usos e custos financeiros desafiadores.
A polêmica levantada por Sérgio Habib não é apenas sobre gosto. É sobre contexto, renda, juros e propósito de uso. Quando ele diz que quem compra SW4 não gosta de carro, está separando o apaixonado por experiência do apaixonado por resultado. No Brasil real, robustez e liquidez podem ser o maior luxo.
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