Em resposta aos bombardeios dos EUA, o Irã aposta em ciberataques para atingir bancos, refinarias e sistemas estratégicos americanos com ofensivas silenciosas
Depois dos recentes ataques dos Estados Unidos contra o programa nuclear do Irã, uma nova frente de conflito surgiu. Em vez de uma retaliação militar direta, o Irã respondeu com ataques cibernéticos. A estratégia, mais barata e silenciosa, está focada em atingir setores sensíveis dos EUA.
Desde 24 de junho, grupos de hackers ligados a Teerã começaram a lançar ofensivas digitais. O principal alvo são bancos, empresas petrolíferas e companhias ligadas à defesa americana.
Os ataques são do tipo DDoS — negação de serviço distribuída — e têm como objetivo sobrecarregar os sistemas até que saiam do ar. Mesmo sendo limitadas, essas ações preocupam especialistas.
-
Roubos de armas por soldados russos disparam e expõem crise no exército de Putin
-
Texas aprova lei radical: cidadãos e empresas da China, Irã, Coreia do Norte e Rússia ficam proibidos de comprar ou alugar imóveis no estado
-
Alemanha assume liderança europeia em exportações de defesa em 2024 e envia blindados, mísseis e bilhões em apoio militar para a Ucrânia
-
11 de Setembro: atentado que mudou a história e redesenhou a geopolítica mundial
O alerta veio rápido. Especialistas em segurança digital afirmaram que os EUA estão “completamente expostos digitalmente”. A comparação foi direta: “somos como um queijo suíço”, disseram, em referência à quantidade de falhas no sistema.
Parte da fragilidade vem dos próprios cortes feitos pelo governo. Para reduzir gastos e enxugar a máquina pública, a atual administração suspendeu ou reduziu programas de cibersegurança.
No dia 22 de junho, antes mesmo dos ataques, organizações de defesa já haviam emitido alertas. Elas falavam em um “ambiente de ameaça elevado” e pediam maior atenção por parte das autoridades.
Os ataques conseguiram interromper, por pouco tempo, o funcionamento de alguns sites de bancos e refinarias.
Nenhum grande dano foi registrado. No entanto, especialistas alertam que, se outros países aderirem a essa forma de ataque, os EUA terão dificuldade para reagir com eficiência.
Mesmo com poder limitado em comparação com países como China ou Rússia, o Irã tem usado os ciberataques como ferramenta de espionagem.
A intenção seria antecipar os movimentos dos EUA e de Israel em situações de conflito. Uma simples falha na proteção pode trazer consequências graves.
Um exemplo ocorreu no fim de 2023, quando hackers invadiram o sistema de alertas nucleares de Israel. O sistema é responsável por avisar a população sobre possíveis ataques.
O impacto psicológico provocado por esse tipo de ação pode ser tão perigoso quanto o dano direto, especialmente em momentos de alta tensão, como o atual.
Com informações de Xataka.