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Samsung domina o mercado de celulares no Brasil com 43% de participação, superando Apple, Xiaomi e Motorola. Brasil cresce enquanto América Latina encolhe em 2025.
Enquanto o mercado latino-americano de celulares enfrentou uma queda de 4% no primeiro trimestre de 2025, o Brasil surpreendeu ao registrar crescimento de 3% nas vendas de smartphones no mesmo período, segundo levantamento da consultoria Canalys. O país não apenas evitou o declínio observado em vizinhos como Argentina, Chile e México, como também consolidou sua posição como o maior mercado de celulares da América Latina, representando cerca de 28% de todas as remessas da região.
Esse crescimento, ainda que modesto, chamou a atenção por ocorrer num cenário global de retração e incertezas econômicas. De acordo com Miguel Pérez, analista sênior da Canalys, “o ajuste do mercado já era esperado após um período de expansão acelerada para regiões como América Central e Equador”.
Samsung assume liderança absoluta no mercado de celulares no Brasil
O destaque do relatório da Canalys ficou por conta da Samsung. A gigante sul-coreana manteve a hegemonia com 43% de market share no Brasil, ampliando a distância em relação aos concorrentes.
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A liderança da Samsung é sustentada por um amplo portfólio que vai desde modelos de entrada — como a linha Galaxy A — até aparelhos premium como os dobráveis Galaxy Z Fold e Z Flip, além dos tradicionais Galaxy S.
Com essa presença em todos os segmentos, a marca conseguiu atender à ampla diversidade de consumidores brasileiros, consolidando-se como a preferência nacional em celulares.
Ranking atualizado: Motorola, Xiaomi e Realme perdem espaço; Apple aparece na quinta posição
Confira o ranking de participação no mercado brasileiro de celulares no 1º trimestre de 2025, segundo a Canalys:
| Fabricante | Participação de Mercado (%) |
|---|---|
| Samsung | 43% |
| Motorola | 23% |
| Xiaomi | 15% |
| Realme | 7% |
| Apple | 5% |
O dado mais surpreendente é a posição da Apple, que ocupa apenas o quinto lugar no ranking, atrás até mesmo da Realme, marca chinesa emergente que aposta em modelos custo-benefício.
Isso reflete a estratégia da Apple de atuar apenas no segmento de smartphones intermediários e premium, o que limita seu alcance no Brasil — um mercado altamente sensível a preço e dominado por celulares de entrada.
Por que a Apple ficou para trás no Brasil?
Diferente da Samsung e da Xiaomi, que operam com linhas de produtos acessíveis como Galaxy A04, Redmi 12C e modelos abaixo de R$ 1.000, a Apple ainda foca exclusivamente nos segmentos superiores. O modelo mais acessível atualmente, o iPhone SE, custa acima de R$ 3 mil.
Além disso, o iPhone 16e, lançado recentemente, ainda não teve impacto significativo nas vendas. Com preços que ultrapassam os R$ 6 mil, ele não compete diretamente com os smartphones Android mais populares.
Esse foco restrito impede que a Apple avance sobre a fatia de mercado mais volumosa do Brasil: os consumidores que priorizam o custo-benefício.
Crescimento chinês: Xiaomi, Honor e Oppo investem pesado no Brasil
Apesar de não estarem no topo do ranking, as marcas chinesas continuam com forte presença e grandes expectativas de crescimento.
- Xiaomi mantém 15% de participação com modelos da linha Redmi e Poco, que mesclam boa performance e preços competitivos.
- Honor e Oppo intensificaram seus investimentos em 2025, com destaque para os modelos Honor X8b e Oppo Reno 11F, que começaram a ser vendidos em varejistas nacionais e marketplaces.
A aposta dessas empresas no Brasil se explica pela estabilidade econômica relativa e pelo tamanho do mercado consumidor. “O Brasil é visto como a principal base da América Latina pelas fabricantes chinesas”, afirma Pérez, da Canalys.
Estratégias da Samsung para dominar o mercado brasileiro
A Samsung tem utilizado uma estratégia agressiva e multifacetada para manter a liderança no Brasil. Entre os principais diferenciais da marca em 2025, destacam-se:
- Lançamentos frequentes: os novos Galaxy A15 e Galaxy M15 foram bem recebidos no segmento de entrada.
- Investimentos em marketing e parcerias com grandes redes varejistas.
- Ecossistema de produtos integrados: a compatibilidade entre celulares, TVs, relógios inteligentes e fones de ouvido tem cativado consumidores que buscam conectividade.
- Assistência técnica ampla no Brasil, com centros de reparo em todas as capitais.
Essa combinação de fatores faz da Samsung uma marca presente no cotidiano do consumidor brasileiro, seja na faixa dos R$ 900 ou dos R$ 9.000.
O Brasil como “porto seguro” para fabricantes em 2025
Com crescimento de 3% no primeiro trimestre, o Brasil foi o único país da América Latina a registrar alta nas vendas de celulares. Essa performance contrasta com a queda de 4% da região como um todo e faz do país um porto seguro para fabricantes em tempos de instabilidade.
Segundo a Canalys, a perspectiva para o restante da América Latina é de contração de 1% no acumulado de 2025, pressionada pela alta do dólar, inflação e instabilidade política em países vizinhos.
Com um mercado consolidado, infraestrutura de varejo digital em expansão e políticas que favorecem a industrialização local (como em Manaus), o Brasil segue atraindo fábricas, centros de distribuição e investimentos em marketing.
Linhas populares que impulsionaram a Samsung
Entre os aparelhos mais vendidos da Samsung no Brasil em 2025, destacam-se:
- Galaxy A15 e A25: sucesso absoluto no varejo, com preços a partir de R$ 899
- Galaxy M14 5G: desempenho acima da média por menos de R$ 1.300
- Galaxy S24 e S24 Ultra: líderes no segmento premium Android
- Galaxy Z Flip5: referência em dobráveis, cada vez mais presentes nas capitais
A variedade é um dos grandes trunfos da marca: ela atende todos os perfis de consumidor, algo que nenhuma outra fabricante consegue fazer com a mesma eficiência no Brasil.
Motorola ainda segura o 2º lugar, mas pressão é crescente
Mesmo mantendo o segundo lugar com 23%, a Motorola enfrenta pressão de ambos os lados: da Samsung no topo e da Xiaomi logo atrás. A marca, que já liderou o mercado há alguns anos, precisa renovar com mais frequência suas linhas Moto G e Edge para manter a relevância.
A percepção de que os aparelhos da Motorola ficam rapidamente defasados em comparação aos da Samsung e Xiaomi pode afetar seus números ao longo do ano.
Tendências para 2025: crescimento no Brasil, retração no resto da América Latina
O relatório da Canalys aponta que o mercado de smartphones na América Latina deve encolher 1% ao longo de 2025, principalmente devido à:
- Inflação persistente
- Acesso restrito a crédito
- Enfraquecimento do consumo nas classes C e D
Por outro lado, o Brasil pode seguir crescendo — mesmo que de forma discreta — com base em três pilares:
- Demanda por aparelhos mais baratos
- Consolidação do comércio eletrônico
- Investimentos contínuos das marcas asiáticas
Com 43% do mercado, a Samsung consolida sua posição como líder absoluta no mercado de celulares no Brasil. O crescimento do país num cenário regional adverso reforça o papel estratégico que o Brasil desempenha para as marcas globais.
Enquanto isso, a Apple amarga o quinto lugar, com apenas 5% de participação, e precisa avaliar urgentemente seu modelo de atuação no país. A falta de aparelhos de entrada e a limitação de portfólio colocam a empresa em desvantagem frente a concorrentes mais adaptadas à realidade brasileira.
A disputa pelo mercado continua, mas, por ora, a cor que domina os celulares brasileiros não é prata, dourado ou azul — é Samsung.
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