Medida anunciada pelo ex-presidente impacta diretamente produtos da Europa, Ásia e México; entenda quem serão os principais alvos do novo tarifaço de Trump a partir de 1º de outubro.
Anunciado na última quinta-feira (25) pelo ex-presidente Donald Trump, o novo tarifaço de Trump promete reconfigurar importantes cadeias de suprimentos globais a partir de 1º de outubro. Conforme divulgado pela CNN, a medida impõe uma sobretaxa de 100% sobre produtos farmacêuticos importados, 50% sobre determinados tipos de móveis e 25% sobre caminhões pesados, afetando diretamente grandes parceiros comerciais dos Estados Unidos.
A justificativa para a ação, detalhada por Trump em sua rede social Truth Social, é proteger a indústria nacional e forçar a transferência de plantas fabris para território americano, especialmente no setor farmacêutico. A decisão gera um forte abalo nas relações comerciais, com repercussões econômicas imediatas para países exportadores e para o próprio consumidor nos EUA.
Farmacêuticas da Europa na mira da tarifa de 100%
O setor mais drasticamente atingido pela nova política é o de produtos farmacêuticos, que enfrentará uma tarifa de 100% sobre medicamentos de marca ou patenteados. Segundo o anúncio, essa taxa só deixará de ser aplicada caso a empresa farmacêutica responsável decida construir ou expandir suas fábricas nos Estados Unidos, uma condição que pressiona diretamente os gigantes europeus do setor.
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De acordo com dados da Eurostat, citados pela agência Reuters e repercutidos pela CNN, as cadeias de abastecimento entre Europa e EUA são profundamente interligadas. Em 2024, as exportações de medicamentos da União Europeia para os EUA totalizaram US$ 134 bilhões. Países como Irlanda, Suíça e Alemanha, que estão entre os maiores fornecedores, serão os mais impactados. A Irlanda, sozinha, respondeu por cerca de 37% desse volume, demonstrando a forte dependência mútua que agora entra em xeque.
Caminhões pesados e a proteção da indústria americana
Outro alvo central do pacote de tarifas são os caminhões pesados, que passarão a ser sobretaxados em 25% na importação. A principal motivação declarada por Trump para essa medida é o combate ao que ele classifica como “concorrência externa desleal”, que estaria prejudicando os fabricantes instalados nos Estados Unidos.
Neste segmento, o impacto geográfico é mais concentrado. O principal afetado será o México, que hoje figura como um dos maiores exportadores de caminhões pesados para o mercado norte-americano. A tarifa de 25% visa encarecer o produto mexicano, tornando a produção local mais competitiva e, em teoria, preservando empregos no setor automotivo pesado dos EUA, uma pauta recorrente em sua plataforma política.
Móveis da Ásia enfrentam taxas de até 50%
O setor de móveis também foi incluído no pacote, com alíquotas variadas. A partir de 1º de outubro, os EUA aplicarão uma tarifa de 50% sobre as importações de armários de cozinha, móveis de banheiro e produtos associados. Além disso, móveis estofados importados sofrerão uma taxação de 30%. A medida representa um desafio significativo para os exportadores e pode resultar em aumento de preços para o consumidor final.
A análise do mercado, conforme publicado pela revista especializada Furniture Today e destacado pela CNN, mostra que a Ásia será a região mais atingida. Em 2024, cerca de 60% dos US$ 25,5 bilhões em importações de móveis dos EUA vieram do Vietnã e da China. Essas duas nações, que dominam o fornecimento para o mercado americano, terão que recalcular a viabilidade de suas exportações diante das novas e pesadas barreiras tarifárias.
Você concorda com essa mudança? Acha que isso impacta o mercado? Deixe sua opinião nos comentários, queremos ouvir quem vive isso na prática.
Porquê Trump, desde sua posse no cargo é sempre citado como “EX-PRESIDENTE”?