Rússia afirma que desenvolveu mísseis nucleares durante moratória e suspende restrições, alegando ameaça direta dos Estados Unidos e aliados.
A Rússia confirmou que manteve o desenvolvimento de mísseis nucleares de médio e curto alcance mesmo durante a moratória sobre sua implantação.
O vice-ministro das Relações Exteriores, Sergei Ryabkov, afirmou à mídia estatal que o país agora possui um estoque considerável dessas armas.
Ryabkov explicou que a moratória se aplicava apenas à implantação e não interrompeu as atividades de pesquisa e desenvolvimento.
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Segundo ele, esse período foi usado para criar sistemas apropriados e ampliar o arsenal. “Pelo que entendi, agora o possuímos”, disse, em entrevista à Rossiya-1, citada pela agência RIA.
No início deste mês, Moscou suspendeu unilateralmente a moratória, classificando a decisão como uma “resposta forçada” às ações dos Estados Unidos e de seus aliados.
Fim de um pacto histórico
O Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF) foi assinado em 1987 entre EUA e União Soviética. Ele proibia o lançamento de mísseis balísticos e de cruzeiro terrestres com alcance entre 500 e 5.500 quilômetros.
Esse acordo representou um marco na redução das tensões da Guerra Fria. Porém, ao longo dos anos, as relações entre as potências se deterioraram.
Em 2019, durante a presidência de Donald Trump, os EUA se retiraram do tratado, acusando a Rússia de violar os termos, o que Moscou negou. Com o fim do pacto, ambos ganharam liberdade para desenvolver e instalar esse tipo de armamento.
Justificativa russa para a decisão
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse que alertas sobre a proliferação de mísseis foram ignorados. Alegou que os EUA e aliados planejam instalar mísseis terrestres de médio e curto alcance na Europa e na Ásia-Pacífico.
Em nota oficial, o órgão declarou que não existem mais condições para manter a moratória e que a Rússia não se considera vinculada às autorrestrições adotadas anteriormente.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, reforçou que Moscou “reserva a liberdade de ação” e pode reagir caso a OTAN intensifique atividades militares próximas às fronteiras russas.
O Ministério das Relações Exteriores de Moscou classificou as ações ocidentais como “ameaça direta” à segurança do país, exigindo contramedidas.
Escalada com os Estados Unidos
A revelação acontece pouco depois de Donald Trump, presidente dos EUA, ordenar a movimentação de dois submarinos nucleares americanos para áreas mais próximas das águas russas.
Trump afirmou no Truth Social que a decisão respondeu às “declarações extremamente provocativas” de Dmitry Medvedev, ex-presidente russo e atual vice-presidente do Conselho de Segurança.
Essa movimentação amplia as tensões entre Washington e Moscou. Ambos parecem se preparar para retomar a implantação de sistemas de mísseis proibidos por mais de três décadas.
Com o fim do Tratado INF e acusações mútuas, cresce o risco de uma nova corrida armamentista envolvendo Europa e Ásia, em um cenário de desconfiança e respostas militares cada vez mais rápidas.