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Rubens Menin, um dos empresários mais influentes do Brasil, faz alerta: “temos uma crise encomendada para daqui a dois anos”. Empresário critica juros altos e diz que polarização desvia o país das reformas essenciais

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 23/09/2025 às 12:14
Rubens Menin, um dos empresários mais influentes do Brasil, dispara alerta: “temos uma crise encomendada para daqui a dois anos”. Empresário critica juros altos e diz que polarização desvia o país das reformas essenciais
Foto: Rubens Menin, um dos empresários mais influentes do Brasil, dispara alerta: “temos uma crise encomendada para daqui a dois anos”. Empresário critica juros altos e diz que polarização desvia o país das reformas essenciais
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Em 13 de setembro de 2025, Rubens Menin alertou em entrevista que juros altos e polarização política podem encomendar uma crise para 2027, caso reformas não avancem.

No dia 13 de setembro de 2025, durante o Inter Invest Summit em Belo Horizonte, o empresário Rubens Menin, fundador da MRV e figura de destaque no setor imobiliário e financeiro, concedeu uma entrevista ao NeoFeed que repercutiu como um alerta contundente sobre os rumos da economia brasileira. Em tom direto, ele afirmou que o Brasil está prestes a colher os frutos amargos de uma política econômica desequilibrada e de um ambiente político intoxicado pela polarização: “temos uma crise encomendada para daqui a dois anos”.

A fala não foi mero exagero, mas um diagnóstico que combina números, contexto e a experiência de quem acompanhou crises anteriores e sabe como os erros acumulados hoje se transformam em rupturas amanhã.

Juros altos e a crise anunciada

O ponto de partida da crítica de Menin foi a taxa de juros mantida em níveis elevados por tempo prolongado. Embora os juros tenham sido usados historicamente como instrumento de combate à inflação, o empresário argumenta que, em 2025, esse mecanismo deixou de ser solução e passou a ser parte do problema.

Ao encarecer o crédito para empresas e famílias, a Selic elevada drena investimentos, inibe a inovação, estrangula a geração de empregos e coloca o país em desvantagem frente a outras economias.

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Nos Estados Unidos e na Europa, bancos centrais já iniciaram ciclos de corte, enquanto o Brasil permanece “defasado”, insistindo em manter o custo de capital em patamar que eleva a dívida pública e trava o crescimento.

Para Menin, se essa postura não for corrigida, os impactos acumulados devem estourar até 2027, com um cenário de recessão e instabilidade que poderia ter sido evitado.

Polarização política e paralisia em Brasília

Outro aspecto central da entrevista foi a crítica à polarização política. Menin ressaltou que, embora as eleições presidenciais estejam previstas apenas para outubro de 2026, o clima eleitoral já contaminou o debate em Brasília.

Essa antecipação cria um ambiente em que governo e oposição concentram energias em disputas ideológicas e campanhas veladas, deixando de lado pautas que deveriam ser tratadas como emergenciais, como a reforma administrativa, a melhoria da eficiência do gasto público e a criação de condições para destravar investimentos.

O empresário foi enfático ao afirmar que a polarização extrema desvia o foco do que realmente importa e aumenta a vulnerabilidade do país diante de choques externos e pressões internas.

O risco de uma crise contratada até 2027

Menin chamou atenção para o fato de que a combinação de juros elevados e paralisia política cria um terreno fértil para a crise futura.

mpresas que já operam com margens apertadas enfrentam dificuldades crescentes para financiar projetos, famílias se endividam em condições cada vez mais duras e o Estado, atolado em gastos obrigatórios, não consegue apresentar soluções estruturais.

O resultado é um círculo vicioso em que a economia patina e o risco de ruptura se torna inevitável. Segundo ele, se não houver uma mudança imediata de postura, em dois anos o Brasil estará diante de uma crise contratada de antemão, com queda de confiança, retração de investimentos e possível explosão social.

Comparações com crises anteriores

A fala de Menin ecoa o histórico de outras crises enfrentadas pelo Brasil. Em 1999, a maxidesvalorização do real expôs fragilidades das contas externas; em 2015, o colapso fiscal e a instabilidade política mergulharam o país em profunda recessão; e em 2020, a pandemia escancarou a dependência de medidas emergenciais para evitar um colapso social.

Em todas essas ocasiões, os sinais de alerta estavam claros, mas as soluções demoraram a ser aplicadas ou foram tratadas de forma paliativa.

Para Menin, a diferença agora é que a crise não virá de um choque inesperado, mas de um conjunto de erros já visíveis no presente e que, se não forem corrigidos, se transformarão em ruptura até 2027.

A urgência das reformas estruturais

Outro ponto destacado foi a necessidade de retomar a agenda de reformas. Menin defendeu que a reforma administrativa é indispensável para reduzir o peso da máquina pública e melhorar a eficiência do Estado.

Além disso, destacou que a reforma tributária precisa avançar em direção a uma simplificação real e a uma diminuição do custo Brasil, para que empresas possam investir com mais previsibilidade.

Ele também ressaltou a importância de investir em inovação e educação técnica, áreas que podem elevar a produtividade e permitir que o Brasil reduza sua dependência de commodities, abrindo espaço para uma economia mais diversificada e competitiva.

Um chamado à responsabilidade coletiva

Menin afirmou que não se trata de pessimismo, mas de realismo. O Brasil ainda tem condições de evitar a crise encomendada, mas apenas se houver coragem política e engajamento da sociedade.

Isso significa enfrentar de forma imediata os problemas fiscais, reduzir o custo do capital de forma sustentável e abandonar a lógica de guerra permanente entre polos ideológicos.

Para o empresário, é hora de construir um pacto mais amplo que envolva governo, empresários, trabalhadores e lideranças sociais, capaz de destravar investimentos e devolver confiança à economia.

Rubens Menin encerrou a entrevista lembrando que quando o país cresce, todos ganham, mas quando o país trava, todos perdem. Sua mensagem foi clara: o Brasil precisa agir em 2025, e não esperar 2026, porque até lá já será tarde demais para corrigir os rumos.

Caso contrário, o país colherá em 2027 a crise que hoje está plantando. O alerta do empresário deve servir de ponto de inflexão no debate público, provocando lideranças a escolher entre continuar empurrando soluções com a barriga ou encarar de frente os desafios que definem o futuro da economia nacional.

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Fabio
Fabio
24/09/2025 00:22

Melhor investimento do momento, disparado é: qquer lugar fora do país.
Quem é de família abastada e pode enviar os filhos par estudar fora, eu incentivo fortemente que fique por lá.
Quem não é, mas se virou e conseguiu sair, fique por lá.
Aqui, vc sustenta os 3 poderes mais ineficientes e caros do mundo, só isso.

Fonte
Valdemar Medeiros

Formado em Jornalismo e Marketing, é autor de mais de 20 mil artigos que já alcançaram milhões de leitores no Brasil e no exterior. Já escreveu para marcas e veículos como 99, Natura, O Boticário, CPG – Click Petróleo e Gás, Agência Raccon e outros. Especialista em Indústria Automotiva, Tecnologia, Carreiras (empregabilidade e cursos), Economia e outros temas. Contato e sugestões de pauta: valdemarmedeiros4@gmail.com. Não aceitamos currículos!

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