Rover Curiosity da NASA registra nuvens iridescentes raras em Marte, revelando um colorido específico e misterioso no crepúsculo marciano
Marte surpreende novamente. O rover Curiosity da NASA capturou um espetáculo inesperado em seus céus. Um fenômeno raro, cheio de cores impressionantes, apareceu durante o crepúsculo marciano.
As imagens registradas são diferentes de tudo o que já foi visto no Planeta Vermelho. A origem dessas nuvens coloridas ainda é um mistério para os cientistas.
Um espetáculo raro nos céus de Marte
As imagens foram capturadas em 17 de janeiro, durante um período de 16 minutos, no 4.426º dia marciano da missão Curiosity.
-
Nada de Volkswagen, Toyota ou BYD: fábrica automotiva ‘mais moderna do mundo’ pertence à companhia tradicional no Brasil e conta com um robô para cada dois humanos e até cães-robôs farejam imperfeições nos carros
-
Baratas são a aposta da ciência para a transição energética: enzimas digestivas inspiram novas tecnologias de bioenergia limpa e barata
-
DJI Mini 5 Pro promete até 52 minutos de voo e pode se tornar o drone de consumo com maior autonomia do mundo
-
Cientistas revelam tinta criada com IA que “joga o calor para o espaço” e transforma telhados comuns em aliadas para baixar a conta de luz
O registro foi feito pela Mastcam, sistema de câmera de alta resolução do rover. As nuvens noctilucentes, que brilham à noite, surgiram quando os raios do Sol se espalharam em cristais de gelo em grandes altitudes.
Essas nuvens apresentam um efeito semelhante às nuvens “madrepérola” da Terra. Aqui, a luz interage com partículas de gelo, criando um espectro de núcleos hipnotizantes.
Em Marte, as nuvens ficam invisíveis durante o dia, mas ao anoitecer, pintam o céu com um brilho intenso.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/MSSS/SSI
Do que são feitas as nuvens de Marte?
As nuvens marcianas capturadas pelo Curiosity são diferentes da maioria que se vê no planeta. Em geral, as nuvens marcianas são formadas por gelo de água. Porém, os cientistas acreditam que essas nuvens iridescentes são compostas de dióxido de carbono congelado, conhecido como gelo seco.
Elas flutuam entre 60 e 80 quilômetros acima da superfície marciana. Algumas plumas chegam a descer até 50 quilômetros antes de evaporar, devido ao aumento das temperaturas.
Embora a atmosfera de Marte seja composta por 95% de dióxido de carbono, nuvens de CO₂ congeladas são extremamente raras.
Mark Lemmon, cientista atmosférico do Space Science Institute, explica que essas nuvens aparecem apenas no início do outono no Hemisfério Sul do planeta. Isso as torna um espetáculo sazonal, apresentado em momentos específicos do ano marciano.
Além disso, as imagens também revelaram nuvens de água congelada. Elas flutuam a cerca de 50 quilômetros acima da Cratera Gale, onde o Curiosity está localizado.
Fenômeno detectado pela primeira vez em 1997
Esse fenômeno não é totalmente novo. A NASA teve o primeiro vislumbre dessas nuvens crepusculares em 1997, com a missão Pathfinder.
No entanto, o Curiosity só conseguiu capturar suas primeiras imagens iridescentes em 2019. Desde então, o rover registrou as características de quatro anos consecutivos.
Mark Lemmon, que liderou um estudo sobre essas nuvens, lembra com clareza da primeira observação: “Sempre vou me lembrar da primeira vez que vi aquelas nuvens iridescentes e tive certeza de que era algum artefato de cor,” diz.
Hoje, a aparência se tornou tão previsível que os cientistas conseguem planejar suas capturas com antecedência.
Cada novo registro dessas nuvens fornece informações valiosas. Eles ajudaram os cientistas a estudar o tamanho e o crescimento das partículas, trazendo novos insights sobre a atmosfera marciana.
O mistério das nuvens crepusculares desaparecidas
Apesar de sua beleza, as nuvens crepusculares marcianas trazem um mistério. Elas nunca foram vistas em outras regiões do planeta, além da Cratera Gale. O rover Perseverance, que explora a cratera Jezero desde 2021, ainda não registrou essas nuvens.
Outro avistamento importante foi feito pela Pathfinder em 1997, ao norte do equador marciano, em Ares Vallis. Porém, essas nuvens permanecem elusivas em outras áreas.
Lemmon sugere que ondas gravitacionais — perturbações atmosféricas que resfriam o ar — podem estar relacionadas à formação dessas nuvens. No entanto, o funcionamento dessas ondas em Marte ainda não é totalmente compreendido.
Capturando os céus coloridos com a Mastcam
As imagens mais recentes foram registradas usando a Mastcam à esquerda do Curiosity. Esse sistema possui uma roda de filtro que enquadra as fotos em um círculo parcialmente aberto.
Apesar dessas limitações, tanto a Mastcam esquerda quanto a direita de alta resolução continuam fornecendo imagens coloridas valiosas.
Além do estudo das nuvens, o Curiosity concluiu recentemente uma investigação do canal Gediz Vallis. Agora, o rover segue em direção a uma área com formações em forma de caixa, fraturas criadas por águas subterrâneas que lembram teias de aranha gigantes vistas do espaço.
O rover também explorou a cratera de impacto chamada “Rustic Canyon”. O estudo dessa cratera pode revelar materiais enterrados há muito tempo, com potencial para conter moléculas orgânicas preservadas.
Com informações de Daily Galaxy.