O rompimento de cabo submarino que conecta a Finlândia à Alemanha pelo Mar Báltico acendeu um alerta tanto em Helsinque quanto em Berlim. O incidente, envolvendo o cabo C-Lion1, interrompeu as comunicações ópticas entre os dois países e levanta suspeitas de que uma “força externa” possa estar envolvida.
O cabo C-Lion1, comissionado em 2016 e com 1.200 km de extensão, conecta a capital finlandesa, Helsinque, ao porto alemão de Rostock, passando pelo leito do Mar Báltico. Segundo Ari-Jussi Knaapila, diretor-executivo da Cinia, há indícios de que o rompimento de cabo submarino pode ter sido causado por uma “força externa”, mas ainda falta uma inspeção física para confirmar a suspeita.
Samuli Bergström, do Centro Nacional Finlandês de Segurança Cibernética Traficom, explicou que interrupções assim podem ser causadas por fatores como o clima ou danos acidentais relacionados ao transporte. Contudo, a natureza exata do incidente segue incerta.
“A segurança de nossa infraestrutura crítica está em jogo. Embora outras rotas de conexão estejam funcionando, a perda de um cabo pode gerar sobrecarga no sistema”, alertou Bergström.
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Preocupação internacional com o rompimento de cabo submarino
Os governos da Finlândia e da Alemanha expressaram preocupação imediata com o rompimento de cabo submarino, apontando o episódio como mais um risco à segurança de infraestruturas críticas na Europa.
“A segurança europeia não está apenas sob ameaça direta devido à guerra na Ucrânia, mas também enfrenta desafios na forma de guerra híbrida conduzida por atores mal intencionados”, destacaram os Ministérios do Exterior dos dois países em declaração conjunta.
Outros incidentes no Mar Báltico
O Mar Báltico tem sido palco de outros episódios recentes que colocam em xeque a segurança de infraestruturas essenciais.
Em outubro de 2023, o gasoduto Balticconnector, entre Finlândia e Estônia, foi danificado em um ato considerado deliberado pelas autoridades finlandesas.
Em setembro de 2022, explosões romperam os gasodutos Nord Stream 1 e 2, perto da ilha dinamarquesa de Bornholm, em um caso até hoje atribuído a possível sabotagem.
Além disso, um cabo submarino conectando a Suécia e a Estônia também foi danificado no mês passado, adicionando tensão às relações diplomáticas na região.
Próximos passos
Enquanto investigações continuam, espera-se que o reparo do cabo C-Lion1, localizado perto da ilha sueca de Oland, leve entre cinco e 15 dias.
Autoridades reforçam que, apesar do impacto limitado ao cidadão comum, o incidente serve como um lembrete da fragilidade das infraestruturas críticas que sustentam a conectividade moderna.
O rompimento de cabo submarino no Mar Báltico não é apenas um problema técnico, mas uma questão estratégica que reflete a crescente instabilidade na região.