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Rodovias que compõe Rota da Celulose terão 12 pedágios com preços salgados de MAIS de R$ 90 e motoristas já estão furiosos por isso

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 24/09/2024 às 22:44

Rodovias da Rota da Celulose passarão a ter pedágios que podem chegar a R$ 91,20. A nova concessão promete maior fluidez no trânsito, mas os valores assustam.

Um novo projeto de concessão de rodovias em Mato Grosso do Sul pode transformar a vida dos motoristas que trafegam pela chamada ‘Rota da Celulose’.

Embora a promessa seja melhorar a fluidez e a segurança nas estradas, os valores do pedágio já começam a levantar dúvidas e preocupações.

Quem dirige pelas rodovias MS-040, MS-338, MS-395, BR-262 e BR-267 pode esperar tarifas que variam de R$ 4,47 até impressionantes R$ 91,20, dependendo do tipo de veículo e da forma de pagamento escolhida.

Isso tudo, claro, caso o leilão de concessão marcado para dezembro seja concluído sem surpresas.

De acordo com o edital aprovado pela administração estadual, o critério de escolha da empresa responsável pela concessão será a menor tarifa oferecida, mas o teto estabelecido já deixa muitos com o pé atrás.

O que realmente preocupa é a variação dos preços entre veículos de passeio e caminhões, especialmente para os de maior porte, como os de seis eixos, que podem ser penalizados com o valor máximo da tarifa de R$ 91,20.

No total, são 12 pontos estratégicos de pedágio ao longo dos 870 km que compõem a rota.

O sistema de cobrança será o inovador ‘free flow’, que permite a passagem sem necessidade de parar, agilizando o fluxo nas estradas.

Mas será que a conveniência vale o preço?

Com um ano para que as cobranças comecem após a assinatura do contrato, motoristas têm tempo para se preparar, mas não estão necessariamente felizes com as perspectivas.

Tarifas elevadas para veículos pesados

Quem circula com veículos de passeio terá uma experiência diferente.

Conforme o método de pagamento escolhido, como o uso da tag automática, que garante 5% de desconto, as tarifas podem ser mais leves.

Para os motoristas comuns, o preço do pedágio varia entre R$ 4,47 e R$ 14,44, dependendo da localização.

Entretanto, caminhoneiros e motoristas de veículos de carga pesada vão sentir o impacto mais forte.

A praça de pedágio entre Campo Grande e Ribas do Rio Pardo, por exemplo, terá o valor mais alto do projeto.

Nesse trecho duplicado, que se estende até a fábrica da Suzano, a tarifa para caminhões de seis eixos poderá atingir os R$ 91,20.

Segundo o edital, Nova Alvorada do Sul também terá uma das tarifas mais elevadas, chegando a R$ 90,60 para os mesmos tipos de veículos.

Em contrapartida, a praça mais barata estará localizada em Bataguassu, com tarifas que começam em R$ 4,47 para veículos leves, mas que ainda podem atingir até R$ 28,20 para caminhões.

Trecho da Rota da Celulose que será leiloada em dezembro (Imagem: Divulgação/EPE)
Trecho da Rota da Celulose que será leiloada em dezembro (Imagem: Divulgação/EPE)

Diferença entre rodovias estaduais e federais

A Rota da Celulose abrange tanto rodovias estaduais quanto federais, e de acordo com o edital, há uma variação nos preços dependendo da condição da pista e do número de faixas.

Para trechos de pista simples, o valor por quilômetro será de R$ 0,1613, enquanto para pistas duplicadas, o teto chega a R$ 0,2258.

Vale lembrar que esse cálculo é feito com base no tipo de veículo e na quilometragem percorrida, o que significa que motoristas que trafegam por longas distâncias em rodovias duplicadas pagarão consideravelmente mais.

Além disso, a instalação de pórticos de pedágio estará sujeita a um sistema de ajuste de acordo com o fluxo de veículos e a demanda, o que pode acarretar mudanças nas tarifas ao longo dos anos.

Conforme informações levantadas em setembro de 2024, os valores máximos, embora já causem polêmica, podem sofrer reduções de até 20% no deságio permitido pelo edital, mas não há garantias de que as empresas oferecerão tal vantagem.

Impactos econômicos e isenções

Enquanto o valor das tarifas parece ser o principal ponto de debate, é importante observar os benefícios potenciais da concessão.

O sistema free flow promete reduzir o tempo de viagem e melhorar a segurança nas estradas.

Além disso, a privatização das rodovias pode resultar em manutenção mais eficiente, aumentando a qualidade das pistas e, consequentemente, a segurança dos motoristas.

Outro ponto relevante é que alguns veículos serão isentos do pagamento de pedágio.

Entre eles estão motocicletas, motonetas, bicicletas a motor, além de veículos de emergência, como ambulâncias e carros de bombeiros.

Veículos do governo estadual também não pagarão as tarifas, assim como veículos de carga vazios, que terão isenção sobre os eixos suspensos.

Tarifas variáveis e o impacto no bolso do caminhoneiro

Se você é caminhoneiro ou depende do transporte de mercadorias, os números não são tão animadores.

A tabela divulgada mostra que, para veículos pesados, como caminhões de seis eixos, as tarifas podem chegar a até R$ 91,20.

O impacto dessa cobrança será inevitavelmente repassado ao consumidor final, seja no preço dos produtos transportados ou nos custos operacionais das empresas de logística.

Vale a pena?

Com tantos valores elevados, a pergunta que não quer calar é: será que o motorista brasileiro está pronto para bancar esses pedágios tão altos em troca de um possível ganho de eficiência nas estradas?

Se por um lado há a promessa de menos congestionamento e maior segurança, por outro, os preços ainda estão longe de serem populares.

O que você acha? Vale a pena pagar até R$ 91,20 para trafegar por rodovias mais seguras, ou esse é mais um fardo financeiro que o brasileiro terá que carregar? Comente abaixo!

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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