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Médicos soam o alarme sobre o omeprazol: entenda por que o “protetor gástrico” mais popular agora preocupa especialistas

Escrito por Caio Aviz
Publicado em 11/10/2025 às 10:59
Blister de cápsulas de omeprazol sobre superfície de madeira, com frasco âmbar ao fundo desfocado
Blister com cápsulas de omeprazol expostas ao lado de frasco com medicamentos, ilustrando o uso comum e cotidiano do protetor gástrico
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Entenda por que o omeprazol está sendo retirado de receitas e quais alternativas já são indicadas por especialistas

Durante muito tempo, milhões de brasileiros usaram o omeprazol como protetor gástrico diário, porém especialistas passaram a alertar sobre os perigos escondidos nesse hábito.
Apesar de ser um marco no tratamento de refluxo e gastrite, o medicamento exige hoje mais cautela por parte dos profissionais da saúde.

Especialistas destacam os efeitos colaterais do uso prolongado

Débora Poli, gastroenterologista do Hospital Sírio-Libanês, recomenda evitar o uso contínuo e sem necessidade do omeprazol.
Ela orienta que os pacientes sempre passem por avaliação médica antes de manter o tratamento.

Os inibidores da bomba de prótons (IBPs) — grupo ao qual o omeprazol pertence — reduzem a acidez estomacal, mas também interferem na absorção de nutrientes.

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Raphael Brandão, oncologista e diretor da Clínica First, explica que muitas pessoas iniciam o uso sem previsão de término e seguem por anos, sem reavaliações.

Karoline Soares Garcia, da Clínica Sartor e da Federação Brasileira de Gastroenterologia, afirma que o uso prolongado do medicamento prejudica a absorção de ferro, cálcio, magnésio e vitamina B12.

Esse déficit nutricional provoca anemia, cãibras, osteopenia e fadiga, além de facilitar infecções intestinais por Clostridioides difficile e o crescimento bacteriano no intestino delgado (SIBO).

Segundo estudos observacionais recentes, o uso contínuo também pode aumentar o risco de doenças renais e fraturas ósseas.

Diante disso, os médicos recomendam limitar o tempo de uso e sempre contar com acompanhamento profissional.

Omeprazol continua útil em quadros específicos

Apesar dos alertas, o remédio ainda tem papel essencial no tratamento de doenças como refluxo gastroesofágico, gastrite, úlcera e infecção por Helicobacter pylori.

Débora Poli reforça que ele continua sendo eficaz e acessível, principalmente em tratamentos curtos e bem direcionados.

Pacientes com esôfago de Barrett, esofagite eosinofílica ou que usam anti-inflamatórios por longos períodos ainda podem precisar da medicação.

Por isso, os médicos analisam caso a caso para decidir se vale manter ou não o tratamento com omeprazol.

Medicamentos mais leves e seguros já substituem em casos leves

Para pacientes com refluxo leve ou intermitente, os médicos indicam outras soluções menos agressivas.
Raphael Brandão sugere reduzir a dose, usar o remédio sob demanda ou trocá-lo por bloqueadores H2, como a famotidina.

Esses medicamentos atuam nos receptores de histamina e, embora menos potentes, causam menos efeitos adversos ao longo do tempo.

Outra alternativa são os P-CABs (bloqueadores de potássio), como a vonoprazana, que apresenta ação mais rápida e duradoura.

Por outro lado, o custo elevado e a baixa disponibilidade ainda limitam o acesso a essa nova classe de medicamentos no Brasil.

Estilo de vida saudável ajuda a reduzir a necessidade de medicamentos

Os médicos reforçam que ajustar a rotina pode evitar o uso de medicamentos, principalmente em casos mais leves.

Entre as práticas mais recomendadas, estão:

  • Perder peso de forma gradual;
  • Evitar deitar após as refeições principais;
  • Reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados, álcool e chocolate;
  • Manter uma rotina alimentar com horários definidos e mastigação lenta;
  • Elevar a cabeceira da cama durante o sono.

Essas mudanças simples ajudam no controle do refluxo e evitam a automedicação.

Uso racional e monitorado do omeprazol é a principal recomendação médica

Karoline Soares Garcia esclarece que o atual movimento de redução do uso do omeprazol não representa oposição ao remédio, mas sim uma tentativa de uso racional.

Para ela, o omeprazol representa um avanço importante da medicina moderna, mas, como qualquer medicamento, exige indicação precisa, tempo de uso limitado e supervisão médica constante.

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Caio Aviz

Escrevo sobre o mercado offshore, petróleo e gás, vagas de emprego, energias renováveis, mineração, economia, inovação e curiosidades, tecnologia, geopolítica, governo, entre outros temas. Buscando sempre atualizações diárias e assuntos relevantes, exponho um conteúdo rico, considerável e significativo. Para sugestões de pauta e feedbacks, faça contato no e-mail: avizzcaio12@gmail.com.

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