Além das tarifas altas, vamos conviver com cortes de energia e esperamos que não chegar a uma situação de apagão. Alerta Adilson de Oliveira, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Apagão? Segundo o comitê de monitoramento do setor, apesar de ter havido aumento nas chuvas nas principais bacias hidrográficas que abastecem as hidrelétricas do Brasil, esse aumento ainda não foi capaz de reverter as condições dos reservatórios e a escassez de água nas bacias aumenta o risco de colapsos na geração de energia.
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Entre outubro e dezembro, o Sistema Interligado Nacional (SIN) registrou a segunda pior afluência – água que chega aos reservatórios das hidrelétricas – em 90 anos nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul.
Para se ter ideia de como a situação é grave, um terço dos reservatórios monitorados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) está com menos de 20% da capacidade total.
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Apesar dos dados serem preocupantes, há boas perspectivas de chuvas em importantes bacias, especialmente na região Sudeste, que concentra a maior parte das usinas hidrelétricas do país.
Devido a expectativa, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), vinculado ao Ministério de Minas e Energia, decidiu na última quarta-feira (6) limitar a geração de energia por usinas térmicas e a 16,5 mil megawatts médios (MWmédios) a importação de energia.
Já que a energia elétrica produzida pelas usinas térmicas é mais cara se comparada à energia produzida por usinas hidrelétricas e pesa diretamente no bolso do consumidor.
No fim do ano passado, as contas de luz tiveram um reajuste e o consumidor passou a pagar a tarifa mais alta (bandeira vermelha patamar 2). Agora, voltou a um status de alerta (bandeira amarela).
Adilson de Oliveira, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que durante a reforma do setor elétrico foi consultor do Ministério de Minas e Energia, explica que o governo precisa agir rápido para evitar problemas ainda mais drásticos alerta:
“A conta vai aumentar, porque vamos trabalhar com as bandeiras tarifárias mais elevadas. Em março, é provável ter outra tarifação. Além das tarifas altas, vamos conviver com cortes de energia e esperamos que não chegar a uma situação de apagão”.