Com investimentos superiores a 30 bilhões de reais, Rio Grande do Norte ganha destaque no setor de energia renovável
Responsáveis pelo setor de energia renovável planejam investimento no valor de R$ 35 bilhões, no Rio Grande do Norte, nos próximos quatro anos. A previsão foi apresentada durante a primeira edição do RMT Eólica & Solar, evento que uniu, nesta quinta-feira (12), empresários, investidores e autoridades nacionais e internacionais do setor de energia renovável. A conferência é patrocinada pela Baur, organização internacional de serviços e tecnologia de gerenciamento de cabos fechados, que enxerga o Rio Grande do Norte como uma área com potencial gigante para investimentos em redes de energia renovável de médio porte. A empresa está se preparando para trabalhar diretamente no estado do Rio Grande do Norte.
O Rio Grande do Norte foi escolhido para sediar o evento e para abrigar cerca de três usinas éolicas do Brasil. O diretor executivo e representante da Baur no Brasil, Daniel Bento, relata que o costume é o estado continuar como protagonista no setor de energia renovável. Ele comenta que, nos antecedentes 10 anos, mais de R$ 200 bilhões foram investidos em energia eólica e solar. Ele prevê que só nesse ano de 2022 sejam investidos R$ 80 bilhões, que serão usados para adquirir o aerogerador, o componente mais caro que, de fato, vai gerar energia, e também a rede central de energia, que servirá para escoar a energia. A reunião também teve a presença de Markus Baur, CEO da multinacional austríaca que se planeja para começar a atuar diretamente no Rio Grande do Norte.
A conferência teve como foco o desenvolvimento do setor de energia renovável e também o debate de questões relacionadas ao projeto do novo investimento na área de energia renovável, operação e manutenção de redes de energia de médio porte, que são utilizadas para conectar as indústrias ao SIN (Sistema Integrado Nacional).
Os parques de energia eólica e solar, por possuírem várias unidades de produção isoladas umas das outras, requerem este tipo de rede, que na maioria dos casos é instalada no subsolo. Com a crescente oferta de energia renovável, também cresce a infraestrutura de rede elétrica para transferir essa energia para os pontos de utilidade, bem como a necessidade da capacitação de profissionais para atuar em campo.
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Sandro Yamamoto, diretor técnico da ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica), também esteve presente no evento fazendo uma apresentação sobre o atual cenário do estado do Rio Grande do Norte. Ele ressaltou que o estado pode ser uma importante fonte de receita, com base na expertise dos especialistas a serem produzidos nos próximos anos com a construção do setor de energia renovável.
Para o diretor, é um investimento enorme, vindo através de uma série de desenvolvimentos regionais. Muitos parques eólicos vão gerar energia, o que também é uma forma de distribuição de renda para as pessoas que alugam suas terras para construir parques.
Durante a apresentação, os investidores também discutiram acerca dos desafios que os empreendedores enfrentam para levar novos parques eólicos ao Rio Grande do Norte. A ABEEólica está analisando a declaração do governo que estabelece uma taxa de compensação ambiental. Segundo Yamamoto, o setor receia que a taxa possa representar um risco para os negócios do Rio Grande do Norte ou que o texto possa alienar até mesmo novos investidores.
“Neste regulamento há uma compensação social e ambiental inédita, para as empresas que vão investir no Estado, variando de 0 a 5% do investimento total. Nós neste campo entendemos que tal aplicação não será uma compensação de 4%, 5%, porque o parque eólico não tem esse impacto, ele tem uma fórmula completa. Porém, é um valor inédito, temos projetos em desenvolvimento que já assinaram contratos de venda de energia e estão considerando a compensação ambiental”, explica Yamamoto.
Porém, um representante da Associação Brasileira de Energia Eólica diz que preserva boas relações com a Sedec (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico) e a com a governadora Fátima Bezerra. “É uma boa conversação que preservamos com a governadora e com o próprio Jaime Calado. Pretendemos nos reunir na próxima semana para discutir essas medidas, pois a relação é boa e esse investimento vai ajudar o Rio Grande do Norte a crescer”, disse.
Regulamentação prevê percentual para compensação ambiental
A gestão da compensação ambiental é exercida pelo Poder Público por meio da Proclamação nº. 31.278, publicada em 16 de fevereiro de 2022. Este documento regulamenta a compensação natural de projetos em diversos setores da economia. O documento discute planos de compensação de impactos ambientais significativos em projetos que devem, na fase de inclusão, destinar de 0,5% a 5% do valor do investimento para ações de compensação.
O documento também regulamenta a Câmara de Compensação Ambiental e criou o Comitê de Compensação Ambiental Estadual. No campo das energias renováveis, como os parques eólicos, teme-se que os custos aumentem, acabando com os investidores. O cálculo do nível de impacto, preços e destino dos recursos, será feito pela Câmara de Compensação Ambiental e pelo Comitê Estadual de Compensação Ambiental, que tem caráter consultivo e deliberativo. Este deve ser composto por representantes de instituições governamentais e organizações da sociedade civil, com funções de definir prioridades, monitorar e avaliar o trabalho da Câmara, com vistas a proporcionar maior segurança, combate à corrupção e transparência.
A compensação ambiental é parceira do empreendedor no uso dos recursos naturais e benefícios econômicos. O modelo do governo foi incorporado à lei estadual de 2004 e prevê a utilização de no mínimo 0,5% do valor do investimento para apoiar a implantação e a manutenção de unidades de conservação, e até o máximo de 5% para apoiar ou criar outro ambiente com medidas para compensar a comunidade afetada e o ecossistema.