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Rio Grande do Norte irá receber investimento de cerca de R$ 35 bilhões do setor de energia renovável

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 17/05/2022 às 11:06
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Fonte: Pixabay

Com investimentos superiores a 30 bilhões de reais, Rio Grande do Norte ganha destaque no setor de energia renovável

Responsáveis pelo setor de energia renovável planejam investimento no valor de R$ 35 bilhões, no Rio Grande do Norte, nos próximos quatro anos. A previsão foi apresentada durante a primeira edição do RMT Eólica & Solar, evento que uniu, nesta quinta-feira (12), empresários, investidores e autoridades nacionais e internacionais do setor de energia renovável. A conferência é patrocinada pela Baur, organização internacional de serviços e tecnologia de gerenciamento de cabos fechados, que enxerga o Rio Grande do Norte como uma área com potencial gigante para investimentos em redes de energia renovável de médio porte. A empresa está se preparando para trabalhar diretamente no estado do Rio Grande do Norte.

O Rio Grande do Norte foi escolhido para sediar o evento e para abrigar cerca de três usinas éolicas do Brasil. O diretor executivo e representante da Baur no Brasil, Daniel Bento, relata que o costume é o estado continuar como protagonista no setor de energia renovável. Ele comenta que, nos antecedentes 10 anos, mais de R$ 200 bilhões foram investidos em energia eólica e solar. Ele prevê que só nesse ano de 2022 sejam investidos R$ 80 bilhões, que serão usados para adquirir o aerogerador, o componente mais caro que, de fato, vai gerar energia, e também a rede central de energia, que servirá para escoar a energia. A reunião também teve a presença de Markus Baur, CEO da multinacional austríaca que se planeja para começar a atuar diretamente no Rio Grande do Norte.

A conferência teve como foco o desenvolvimento do setor de energia renovável e também o debate de questões relacionadas ao projeto do novo investimento na área de energia renovável, operação e manutenção de redes de energia de médio porte, que são utilizadas para conectar as indústrias ao SIN (Sistema Integrado Nacional).
Os parques de energia eólica e solar, por possuírem várias unidades de produção isoladas umas das outras, requerem este tipo de rede, que na maioria dos casos é instalada no subsolo. Com a crescente oferta de energia renovável, também cresce a infraestrutura de rede elétrica para transferir essa energia para os pontos de utilidade, bem como a necessidade da capacitação de profissionais para atuar em campo.

Sandro Yamamoto, diretor técnico da ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica), também esteve presente no evento fazendo uma apresentação sobre o atual cenário do estado do Rio Grande do Norte. Ele ressaltou que o estado pode ser uma importante fonte de receita, com base na expertise dos especialistas a serem produzidos nos próximos anos com a construção do setor de energia renovável.

Para o diretor, é um investimento enorme, vindo através de uma série de desenvolvimentos regionais. Muitos parques eólicos vão gerar energia, o que também é uma forma de distribuição de renda para as pessoas que alugam suas terras para construir parques.

Durante a apresentação, os investidores também discutiram acerca dos desafios que os empreendedores enfrentam para levar novos parques eólicos ao Rio Grande do Norte. A ABEEólica está analisando a declaração do governo que estabelece uma taxa de compensação ambiental. Segundo Yamamoto, o setor receia que a taxa possa representar um risco para os negócios do Rio Grande do Norte ou que o texto possa alienar até mesmo novos investidores.

“Neste regulamento há uma compensação social e ambiental inédita, para as empresas que vão investir no Estado, variando de 0 a 5% do investimento total. Nós neste campo entendemos que tal aplicação não será uma compensação de 4%, 5%, porque o parque eólico não tem esse impacto, ele tem uma fórmula completa. Porém, é um valor inédito, temos projetos em desenvolvimento que já assinaram contratos de venda de energia e estão considerando a compensação ambiental”, explica Yamamoto.

Porém, um representante da Associação Brasileira de Energia Eólica diz que preserva boas relações com a Sedec (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico) e a com a governadora Fátima Bezerra. “É uma boa conversação que preservamos com a governadora e com o próprio Jaime Calado. Pretendemos nos reunir na próxima semana para discutir essas medidas, pois a relação é boa e esse investimento vai ajudar o Rio Grande do Norte a crescer”, disse.

Regulamentação prevê percentual para compensação ambiental

A gestão da compensação ambiental é exercida pelo Poder Público por meio da Proclamação nº. 31.278, publicada em 16 de fevereiro de 2022. Este documento regulamenta a compensação natural de projetos em diversos setores da economia. O documento discute planos de compensação de impactos ambientais significativos em projetos que devem, na fase de inclusão, destinar de 0,5% a 5% do valor do investimento para ações de compensação.

O documento também regulamenta a Câmara de Compensação Ambiental e criou o Comitê de Compensação Ambiental Estadual. No campo das energias renováveis, como os parques eólicos, teme-se que os custos aumentem, acabando com os investidores. O cálculo do nível de impacto, preços e destino dos recursos, será feito pela Câmara de Compensação Ambiental e pelo Comitê Estadual de Compensação Ambiental, que tem caráter consultivo e deliberativo. Este deve ser composto por representantes de instituições governamentais e organizações da sociedade civil, com funções de definir prioridades, monitorar e avaliar o trabalho da Câmara, com vistas a proporcionar maior segurança, combate à corrupção e transparência.

A compensação ambiental é parceira do empreendedor no uso dos recursos naturais e benefícios econômicos. O modelo do governo foi incorporado à lei estadual de 2004 e prevê a utilização de no mínimo 0,5% do valor do investimento para apoiar a implantação e a manutenção de unidades de conservação, e até o máximo de 5% para apoiar ou criar outro ambiente com medidas para compensar a comunidade afetada e o ecossistema.

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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