Ondas de até 4 metros interrompem embarcações, causam prejuízos e provocam alagamentos em diferentes pontos do estado
A forte ressaca que atinge o litoral fluminense desde terça-feira, 29 de julho, obrigou a Capitania dos Portos a restringir completamente a saída de embarcações da Baía de Guanabara.
Segundo a Marinha do Brasil, ondas de até 4 metros tornaram a navegação externa impraticável. Dessa forma, somente embarcações em águas abrigadas foram autorizadas a operar até novo aviso.
Além da Baía de Guanabara, a medida também vale para as baías de Sepetiba e da Ilha Grande. O objetivo principal é preservar vidas e proteger as embarcações.
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Em nota, a Marinha informou que, diante das “condições adversas de vento e mar”, decidiu interditar a navegação para evitar acidentes e prevenir danos ambientais.
Proibição atinge pesca e transporte marítimo
Em Copacabana, a Colônia de Pescadores Z13 não conseguiu operar nesta quinta-feira, 31 de julho. Nenhum barqueiro se arriscou a sair com o mar revolto.
Com isso, o tradicional ponto de vendas no Posto 6 amanheceu com as gôndolas totalmente vazias. O impacto afetou diretamente o comércio local, que depende da atividade pesqueira.
Ainda segundo a Marinha, quem desobedecer à portaria está sujeito a multa de até R$ 3.200. A punição pode incluir prisão e suspensão da habilitação náutica.
A recomendação é clara: evitar banho de mar, prática de esportes aquáticos e permanecer longe das áreas onde as ondas quebram com força.
Via costeira é reaberta após interdição
A prefeitura fechou a Avenida Delfim Moreira, na orla do Leblon, após sucessivas invasões das ondas entre terça e quarta-feira.
As águas chegaram a prédios residenciais.
Na madrugada desta quinta-feira, com a redução da maré, equipes da Comlurb conseguiram remover os detritos acumulados. Por isso, a via foi liberada novamente ao tráfego.
Durante os dias anteriores, os danos foram significativos. Um portão de prédio foi destruído. Além disso, diversos quiosques relataram prejuízos estruturais e materiais.
A CET-Rio manteve bloqueios e monitoramento constante para garantir segurança. Ainda assim, o cenário foi de tensão ao longo da orla.
Ressaca provoca alagamentos e destruição em comunidades
Na Zona Oeste, a região de Rio das Pedras enfrentou alagamentos. Moradores da área conhecida como Areal caminharam com água até os joelhos nas primeiras horas da manhã.
Embora não tenha chovido forte, a combinação da maré alta com a ressaca empurrou o volume das águas da Lagoa da Tijuca até o Rio das Pedras.
O terreno baixo agravou a situação. As ondas destruíram parte do famoso Deck dos Pescadores, em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos.
Algumas embarcações também se perderam. Pescadores locais mantêm a estrutura, e voluntários junto à comunidade reconstruirão o espaço, segundo nota não oficial da Prefeitura local.
Previsão do tempo para os próximos dias
Apesar da previsão de término do aviso de ressaca na noite desta quinta-feira, o mar continuará agitado na sexta-feira, 1º de agosto, com ondas de até 2 metros.
Além disso, a circulação de ventos da alta pressão que se afasta para o oceano ainda deve trazer umidade marítima para o Grande Rio e a Região dos Lagos.
Durante o período da manhã, pode chover fraco nessas áreas. Já no interior do estado, a umidade relativa do ar pode cair abaixo dos 30%.
A queda é esperada principalmente nas regiões próximas a Minas Gerais. O frio permanece. A capital deve registrar máximas de até 22°C na sexta-feira.
As manhãs continuam frias até domingo, 3 de agosto, com madrugadas geladas. Já na segunda-feira, 4 de agosto, os efeitos pré-frontais elevam ligeiramente a temperatura.
As tardes tendem a esquentar mais, com máximas de até 31°C. Até lá, não há previsão de chuvas fortes. Contudo, o mar continuará exigindo atenção.
A orientação é válida especialmente para navegadores, pescadores e esportistas aquáticos.
Fiscalização será intensificada até o fim da instabilidade
A Capitania dos Portos, portanto, reforçou que continuará fiscalizando as áreas afetadas, sobretudo nas saídas das baías, onde o risco permanece elevado.
Além disso, a segurança seguirá como prioridade absoluta até que as condições marítimas retornem à normalidade, o que ainda pode demorar alguns dias.
Enquanto isso, os moradores do litoral fluminense permanecem em alerta, pois a ressaca, embora passageira, causou sérios prejuízos à infraestrutura, ao comércio e às comunidades.
Ademais, além das ondas elevadas, a atuação de ventos moderados com rajadas de até 50 km/h deve continuar entre a Costa Verde e a Região dos Lagos.
Por isso, a orientação segue sendo de cautela. Ainda que não haja alerta formal de ressaca, o mar continuará forte e instável nos próximos dias.