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Energia do resíduo da casca do café: estudo da UFLA transforma biomassa do agronegócio em energia renovável para produzir biocombustível

Escrito por Hilton Libório
Publicado em 20/10/2025 às 13:22
Grãos de café sobre madeira rústica ao lado de um frasco científico com biocombustível amarelado, em cenário rural ao entardecer.
Foto: Energia do resíduo da casca do café: estudo da UFLA transforma biomassa do agronegócio em energia renovável para produzir biocombustível
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UFLA usa casca do café para gerar biocombustível, impulsionando o uso de energia renovável e abrindo novas oportunidades sustentáveis para o agronegócio brasileiro

Pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (UFLA) anunciaram um avanço significativo na transformação de resíduos agroindustriais em biocombustível, segundo uma matéria divulgada nesta segunda-feira (20) pelo G1.

O estudo, coordenado pelo professor Thiago Protásio, revela que a casca do grão de café pode ser reaproveitada para gerar energia renovável, oferecendo uma solução sustentável para o agronegócio nacional.

Como a UFLA transformou a casca do café em biocombustível?

Essa descoberta representa um marco na valorização de subprodutos agrícolas, especialmente em regiões produtoras como o Sul de Minas Gerais, onde o café é uma das principais culturas.

A pesquisa da UFLA utilizou técnicas de peletização — processo de compressão da biomassa — para produzir pellets, pequenos cilindros sólidos que funcionam como biocombustível.

Esses pellets apresentam alto poder calorífico e podem ser utilizados em caldeiras, fornos e sistemas de aquecimento, substituindo fontes fósseis como carvão e óleo diesel.

O estudo teve como foco principal a redução do desperdício agrícola, promovendo o reaproveitamento de resíduos que, até então, eram descartados ou utilizados de forma limitada.

Benefícios da peletização da casca do café

  • Alta densidade energética: os pellets possuem maior concentração de energia por volume.
  • Facilidade de transporte e armazenamento: formato compacto e uniforme.
  • Baixa emissão de poluentes: alternativa mais limpa em comparação aos combustíveis fósseis.
  • Potencial de uso em propriedades rurais e indústrias.
  • Redução da dependência de combustíveis fósseis.

Casca do café: de resíduo a recurso energético

A casca do café é um subproduto abundante na cadeia produtiva brasileira. Segundo dados da Embrapa, o Brasil produz cerca de 3 milhões de toneladas de café por ano, gerando milhares de toneladas de resíduos como cascas e borras.

Tradicionalmente, esses resíduos são usados como adubo ou descartados, mas seu potencial energético vinha sendo subestimado. Transformar a casca do café em biocombustível é uma solução inteligente e ecológica.

Além de reduzir o impacto ambiental, essa prática agrega valor à produção e abre novas oportunidades de negócio para produtores rurais e cooperativas.

Energia renovável e economia circular no campo

A proposta da UFLA está alinhada com os princípios da economia circular, que busca reaproveitar recursos e minimizar desperdícios. Ao converter resíduos em energia renovável, o agronegócio brasileiro dá um passo importante rumo à sustentabilidade.

Essa iniciativa fortalece a autonomia energética das propriedades rurais, permitindo que produtores utilizem o próprio resíduo como fonte de calor e eletricidade. Isso reduz custos operacionais e dependência de combustíveis externos.

Impactos positivos para o agronegócio

  • Redução de custos com energia.
  • Valorização de resíduos agrícolas.
  • Menor emissão de gases de efeito estufa.
  • Maior competitividade no mercado internacional.
  • Estímulo à inovação no setor rural.

Dados e projeções sobre biocombustível no Brasil

Segundo o Ministério de Minas e Energia, o Brasil já é referência mundial em energia renovável, com mais de 80% da matriz elétrica composta por fontes limpas. A biomassa representa cerca de 9% dessa matriz, sendo o setor agrícola um dos principais fornecedores.

Com a adoção de tecnologias como a peletização da casca do café, esse percentual tende a crescer. Estimativas indicam que o reaproveitamento de resíduos agrícolas pode gerar até 20% da energia consumida no campo, contribuindo para metas climáticas e desenvolvimento sustentável.

Além disso, o Plano Nacional de Energia prevê investimentos crescentes em fontes alternativas, com destaque para o biocombustível oriundo de resíduos agroindustriais. 

Segundo o Plano Nacional de Energia – PNE 2030, há expectativa de crescimento expressivo na produção de energia a partir de biomassa, com projeções que indicam expansão superior a 30% em alguns cenários.

UFLA como referência em pesquisa agroenergética

A Universidade Federal de Lavras tem se destacado por suas pesquisas voltadas à sustentabilidade no agronegócio. O estudo liderado por Thiago Protásio é apenas um dos projetos que visam transformar o setor por meio da ciência.

A UFLA reforça seu papel como agente de inovação e transformação social. Com laboratórios equipados e parcerias internacionais, a instituição contribui para o avanço tecnológico e ambiental do Brasil.

A universidade também atua na formação de profissionais capacitados para lidar com os desafios da transição energética, promovendo cursos, seminários e publicações científicas que disseminam conhecimento sobre biocombustíveis e energia renovável.

Potencial global da casca do café como biocombustível

O modelo desenvolvido pela UFLA pode ser replicado em outros países produtores de café, como Colômbia, Etiópia e Vietnã. A exportação de tecnologia e know-how brasileiro fortalece a imagem do país como líder em soluções sustentáveis.

A casca do café deixa de ser um problema e se torna uma oportunidade global. Empresas interessadas em reduzir sua pegada de carbono podem investir em biocombustíveis derivados de resíduos agrícolas, ampliando o mercado e gerando empregos verdes.

Além disso, o Brasil pode se tornar fornecedor de pellets de casca de café para países que ainda não possuem infraestrutura para produção local, criando uma nova cadeia de exportação com alto valor agregado.

Caminhos para implementação no agronegócio

Para que a tecnologia chegue aos produtores, é necessário investimento em infraestrutura e capacitação. A instalação de unidades de peletização nas fazendas ou cooperativas pode ser viabilizada por meio de programas governamentais e incentivos fiscais.

A adoção em larga escala depende de políticas públicas e apoio técnico. O envolvimento de instituições como Embrapa, Sebrae e bancos de fomento é essencial para democratizar o acesso à inovação.

Além disso, é fundamental que os produtores tenham acesso a informações claras sobre os benefícios econômicos e ambientais da utilização da casca do café como biocombustível. Campanhas educativas e demonstrações práticas podem acelerar a adesão à tecnologia.

Inovação da UFLA: futuro da energia renovável no campo

O estudo da UFLA marca uma revolução silenciosa no agronegócio brasileiro. Ao transformar a casca do café em biocombustível, pesquisadores abriram caminho para uma produção mais sustentável, eficiente e alinhada com os desafios climáticos do século XXI.

Essa inovação une ciência, sustentabilidade e desenvolvimento econômico. O reaproveitamento de resíduos agrícolas como fonte de energia renovável fortalece o Brasil como potência verde e inspira novos modelos de produção.

O futuro do agronegócio está na valorização do que antes era descartado. E a casca do café, agora, é símbolo dessa transformação.

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Hilton Libório

Hilton Fonseca Liborio é redator, com experiência em produção de conteúdo digital e habilidade em SEO. Atua na criação de textos otimizados para diferentes públicos e plataformas, buscando unir qualidade, relevância e resultados. Especialista em Indústria Automotiva, Tecnologia, Carreiras, Energias Renováveis, Mineração e outros temas. Contato e sugestões de pauta: hiltonliborio44@gmail.com

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