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Relâmpago gigante cruza 827 km e quebra recorde mundial

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 01/08/2025 às 11:31
Relâmpago
Foto: Reprodução
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Um relâmpago atravessou os céus dos Estados Unidos e quebrou um recorde impressionante. O fenômeno, registrado por satélites, alcançou 827 quilômetros de extensão e revelou novos desafios para a segurança durante tempestades extremas. Cientistas agora conseguem identificar megaflashes com mais precisão e alertam sobre os riscos crescentes.

Um megaflash de relâmpago estabeleceu o recorde de descarga elétrica mais longa já registrada no planeta. O clarão percorreu 827 quilômetros, cruzando os céus dos Estados Unidos em uma única tempestade.

A descarga elétrica ocorreu em 22 de outubro de 2017. O relâmpago se estendeu do leste do Texas até os arredores de Kansas City. Essa distância é comparável ao trajeto entre Paris e Veneza, ou entre Washington, D.C. e Detroit.

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) confirmou o feito após nova análise dos dados da época. O satélite GOES-16, recém-lançado na ocasião, registrou a tempestade e permitiu a detecção do fenômeno anos depois.

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Comparação com recordes anteriores

Esse megaflash superou em 61 quilômetros o recorde anterior, registrado em abril de 2020. Na ocasião, um relâmpago percorreu 768 quilômetros também nos Estados Unidos.

Segundo a OMM, a metodologia usada nas medições foi a mesma: a distância máxima do círculo máximo, que considera a extensão total do clarão no globo terrestre.

Portanto, o novo recorde não apenas representa um número impressionante. Ele também reforça a confiança científica nos instrumentos atuais de observação atmosférica.

Tempestades nas Grandes Planícies

O relâmpago recordista aconteceu nas Grandes Planícies da América do Norte. Essa região é conhecida por abrigar sistemas convectivos de mesoescala — formações de nuvens que favorecem a ocorrência de megaflashes.

O mais importante é que esse fenômeno não havia sido identificado na análise original da tempestade. A descoberta só foi possível graças ao avanço nas técnicas de processamento de dados meteorológicos.

Segundo a OMM, o evento é um marco nos estudos sobre tempestades extremas. Ele demonstra como novas tecnologias podem revelar detalhes antes invisíveis ao olhar humano ou aos radares antigos.

Avanços na tecnologia de detecção

O satélite GOES-16 representou um salto na capacidade de mapeamento de raios. Ele monitora continuamente grandes áreas da Terra a partir da órbita geoestacionária.

De acordo com o pesquisador Michael J. Peterson, do Centro de Pesquisa de Tempestades Severas, agora a maioria dos pontos críticos de megaflashes no mundo está coberta por satélites. Isso permite observar fenômenos antes considerados raros ou mesmo impossíveis de registrar.

“Os extremos da capacidade dos raios são difíceis de estudar porque ultrapassam os limites do que podemos observar na prática”, afirmou Peterson.

Riscos e alertas à população

Apesar da beleza e do fascínio, os raios representam riscos significativos. A secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, alertou que essas descargas matam muitas pessoas todos os anos.

Segundo ela, as descobertas recentes reforçam a necessidade de ações de prevenção. Nuvens eletrificadas com alto potencial de descarga são perigosas para a aviação e podem até iniciar incêndios florestais.

Por isso, a OMM integra os estudos sobre raios à sua iniciativa “Alertas Antecipados para Todos”, voltada à proteção da população mundial.

Segurança durante tempestades

O especialista Walt Lyons reforçou quais são os locais seguros durante uma tempestade com raios. De acordo com ele, o abrigo ideal é um prédio grande com fiação e encanamento.

A segunda opção segura é um veículo totalmente fechado com estrutura metálica. Estruturas como pontos de ônibus, barracas ou motocicletas não oferecem proteção adequada.

Portanto, conhecer essas orientações pode ser decisivo em situações de risco.

Progresso na ciência e novos desafios

O professor Randall Cerveny, relator de Extremos de Tempo e Clima da OMM, destacou o valor simbólico do recorde. Para ele, a medição mostra o avanço da ciência e da observação ambiental.

Além disso, Cerveny acredita que fenômenos ainda maiores podem existir. Conforme os satélites capturam mais dados e as ferramentas evoluem, novas descobertas devem surgir.

A distância percorrida pelo megaflash de 2017 pode, em breve, deixar de ser a maior já registrada. Mas, por enquanto, ela permanece como um lembrete da força da natureza e da importância do conhecimento científico.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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