Novas evidências genéticas revelam o trágico destino do governante egípcio – uma combinação mortal de doenças e consanguinidade real que selou seu destino aos 19 anos.
O mistério que envolve a morte do Rei Tutancâmon acaba de ganhar um capítulo decisivo. Após um século de especulações, testes de DNA realizados por uma equipe internacional de cientistas trouxeram respostas concretas sobre o que realmente matou o jovem faraó.
A verdade é mais cruel do que qualquer teoria sobre assassinato ou maldição. O Rei Tutancâmon foi vítima de uma combinação fatal: malária cerebral agravada por graves problemas de saúde decorrentes da endogamia real. Os exames comprovam que o governante sofria de necrose no pé esquerdo e possivelmente dependia das 130 bengalas encontradas em seu túmulo.
Os segredos de família revelados pelo DNA
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O estudo genético trouxe à tona informações perturbadoras sobre a linhagem do Rei Tutancâmon. Seus pais eram parentes próximos – muito provavelmente irmãos, uma prática comum na realeza egípcia. A múmia conhecida como KV55, identificada como sendo do faraó Akhenaton, seria seu pai, enquanto sua mãe era possivelmente uma das irmãs de Akhenaton.
Essa consanguinidade explica as múltiplas anomalias físicas encontradas na múmia, incluindo um crânio anormalmente alongado e deformidades nos pés que o deixavam incapacitado. “Era um jovem rei condenado pela própria genética”, explica o egiptólogo Tim Batty, curador da exposição internacional sobre Tutancâmon.
A máscara de ouro e outros mistérios do túmulo
Entre os mais de 5.000 artefatos encontrados na tumba do Rei Tutancâmon, a máscara mortuária de ouro se tornou símbolo de seu legado. Mas até esse tesouro esconde segredos: estudos recentes sugerem que a peça foi originalmente criada para uma rainha, possivelmente Nefertiti, e adaptada às pressas para o enterro do jovem faraó.
Os medicamentos e amuletos encontrados ao lado da múmia contam uma história de sofrimento constante. “Tutancâmon governou o Egito entre dores crônicas e limitações físicas”, revela Batty. “Seu túmulo foi preparado para uma vida após a morte que ele mal conseguiu experimentar em vida.”
O legado de um faraó frágil
A ironia histórica é inegável: um governante que quase foi apagado dos registros oficiais do Egito Antigo se tornou o faraó mais famoso da história justamente por ter seu túmulo encontrado intacto. O Rei Tutancâmon reinou por apenas nove anos, mas seu nome ecoa três milênios depois.
As novas descobertas científicas não encerram completamente os mistérios que cercam o faraó-menino, mas oferecem um retrato mais humano do governante que sempre foi visto como símbolo de riqueza e poder. “Agora sabemos que por trás do ouro e dos tesouros, havia um jovem frágil, produto de um sistema que valorizava a pureza sanguínea acima da saúde”, reflete Batty.
A exposição com os resultados completos da pesquisa está em cartaz em Dorchester, onde visitantes podem ver reconstituições digitais que mostram como seria a vida do Rei Tutancâmon com suas limitações físicas. Uma jornada que une ciência moderna e história antiga para desvendar os segredos do faraó mais enigmático do Egito.