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Região brasileira vai ganhar trem regional com 223 km de extensão terá 13 estações, três tipos de serviço e trajeto em tempo recorde; veja os planos revelados

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 03/10/2025 às 12:23
Projeto prevê trem regional entre Santos e Cajati com 223 km, 13 estações e serviços expresso e parador. Estudo avalia viabilidade. (jornalismo@grupo-tribuna.com)
Projeto prevê trem regional entre Santos e Cajati com 223 km, 13 estações e serviços expresso e parador. Estudo avalia viabilidade. (jornalismo@grupo-tribuna.com)
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Projeto ferroviário prevê ligação entre litoral e Vale do Ribeira com 223,6 km de extensão, 13 estações e três modalidades de serviço. Estudo inicial indica tempo reduzido de viagem e recuperação de trechos ferroviários abandonados.

O primeiro estudo técnico da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) detalha um trem regional que pretende reconectar Santos e a Baixada Santista ao Vale do Ribeira, com 223,6 km de extensão, 13 estações e três modalidades de serviço.

A proposta, ainda sujeita à viabilidade econômica e à decisão do governo paulista, prevê um trajeto expresso entre Santos e Cajati em cerca de 2h20 e circulação de cargas em aproximadamente 3 horas.

O que está previsto para a nova ferrovia

Segundo o documento técnico, a linha usará trechos de ferrovias hoje ociosos ou desativados para ligar o litoral sul à fronteira com o Paraná.

O desenho inicial distribui estações em Santos, São Vicente, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe, Itariri, Pedro de Toledo, Miracatu, Juquiá, Registro, Jacupiranga e Cajati.

A operação se dividiria em três frentes: um serviço expresso Santos–Cajati com paradas estratégicas, um parador entre Santos e Peruíbe e outro parador de Peruíbe a Cajati.

Ainda que preliminar, o estudo já indica metas de tempo de viagem e perfil de atendimento.

O trem expresso encurtaria a ligação entre a Baixada e o Vale, enquanto os paradores atenderiam deslocamentos locais e integração com ônibus municipais e intermunicipais.

Para o transporte de cargas, a janela estimada de 3 horas busca compatibilizar logística regional sem interferir na frequência de passageiros.

Projeto prevê trem regional entre Santos e Cajati com 223 km, 13 estações e serviços expresso e parador. Estudo avalia viabilidade. (jornalismo@grupo-tribuna.com)
Projeto prevê trem regional entre Santos e Cajati com 223 km, 13 estações e serviços expresso e parador. Estudo avalia viabilidade. (jornalismo@grupo-tribuna.com)

Retomada dos trilhos no litoral e no Vale do Ribeira

A proposta de reativação ferroviária mira mobilidade e desenvolvimento econômico.

Ao aproveitar traçados existentes, a CPTM pretende reduzir custos de implantação e acelerar a etapa de projetos.

O corredor passaria por cidades com polos turísticos e áreas agrícolas, o que daria suporte tanto ao turismo de fim de semana na costa quanto ao escoamento de produção do sul do estado.

Em paralelo, o Vale do Ribeira, uma das regiões com menor renda per capita do estado, ganharia um eixo estruturante de transporte para acesso a serviços e mercados.

Ao longo do traçado, o estudo projeta interligações com terminais urbanos e pontos de conexão rodoviária.

A expectativa é que a capilaridade dos paradores auxilie deslocamentos curtos e, ao mesmo tempo, o expresso entregue ganho de tempo em médias distâncias.

Há, contudo, condicionantes técnicas: recuperação de pontes, readequação de via permanente e implantação de sistemas de sinalização e controle compatíveis com operação mista de passageiros e cargas.

Modalidades de serviço e tempos de viagem

A lógica operacional combina velocidade no eixo principal e acessibilidade nos ramais paradores.

O trem expresso faria Santos–Cajati em cerca de 2h20, com paradas limitadas.

Entre Santos e Peruíbe, o parador atenderia estações litorâneas em sequência, favorecendo integração com o transporte local de Praia Grande, Mongaguá e Itanhaém.

De Peruíbe a Cajati, outro parador conectaria Itariri, Pedro de Toledo, Miracatu, Juquiá, Registro e Jacupiranga, ampliando a cobertura no Vale.

Para a carga, a referência de 3 horas no mesmo corredor pressupõe janelas dedicadas e critérios de cruzamento que não penalizem a oferta de trens de passageiros.

Esses parâmetros serão calibrados em fases posteriores de projeto, incluindo simulações de demanda, matriz origem–destino e modelagem de receitas.

Situação do projeto e próximos passos

A iniciativa está em fase de estudo.

A CPTM conduz levantamentos técnicos do traçado, mapeia condições de via e avalia estruturas necessárias para reabrir trechos abandonados.

A partir desses insumos, o governo deve analisar viabilidade técnica, ambiental e econômico-financeira para decidir se avança para as etapas de audiência pública, edital e contratação.

Não há cronograma de obra anunciado para a ligação Santos–Cajati.

Por ora, trata-se de um estudo detalhado de traçado e operação.

Enquanto isso, o estado toca os estudos do Trem Intercidades (TIC), com dois eixos já qualificados no programa de parcerias: o Eixo Sul, planejado para ligar São Paulo à Baixada Santista, e o Eixo Leste, que conectará São Paulo ao Vale do Paraíba.

As duas frentes têm estimativas de investimento divulgadas pelo governo: R$ 15 bilhões para o TIC Sul e R$ 10 bilhões para o TIC Leste.

Os projetos contam com etapas formais de estruturação, incluindo estudos, consulta e audiência públicas, elaboração de edital, leilão e assinatura contratual.

TIC Sul e TIC Leste em relação ao trem Santos–Cajati

Os eixos do TIC têm natureza intercidades em alta média velocidade, priorizando a ligação da capital com grandes polos regionais.

Já o Santos–Cajati é um trem regional que percorre o litoral e adentra o Vale do Ribeira.

Embora distintos, os projetos podem ser complementares.

O TIC Sul facilitaria o acesso da capital à Baixada, e, a partir de Santos ou São Vicente, o novo trem distribuiria a demanda ao longo da costa e rumo ao interior sul.

Essa combinação, se confirmada, criaria um sistema em rede, com transferências planejadas entre serviços rápidos e paradores.

Nos estudos do governo, o TIC Leste tem extensão estimada entre 80 e 130 km, a depender do traçado, com horizonte de 30 anos de contrato.

O TIC Sul segue avaliação de engenharia e modelagem.

Ambos estão no rol de projetos estruturantes do estado e passam por ritos de qualificação, licenciamento e consulta pública antes de irem a leilão.

Benefícios esperados e pontos críticos

Caso avance, o trem regional tende a reduzir tempos de deslocamento, ampliar a segurança viária frente ao tráfego rodoviário e estimular novos investimentos nos municípios atendidos.

A operação de cargas pela mesma via favorece cadeias locais, desde produtos agrícolas até insumos industriais, oferecendo mais uma alternativa ao transporte por caminhões.

Há, por outro lado, condicionantes essenciais.

A recuperação de trechos exige diagnóstico preciso de pontes e túneis.

As licenças ambientais devem considerar áreas sensíveis ao longo da Serra do Mar e do Vale.

A sustentação econômico-financeira depende de projeções realistas de demanda, custos de reabilitação e receitas tarifárias e acessórias.

A governança da operação mista, com regras claras de prioridade de via, é outro ponto que o estudo deverá detalhar nas próximas fases.

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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