Secretário aponta impacto dos juros altos sobre o mercado imobiliário e questiona a lentidão do Fed em reduzir as taxas de forma mais agressiva
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, afirmou no domingo, 2 de novembro de 2025, durante entrevista ao programa State of the Union, que, embora a economia americana apresente um desempenho geral considerado sólido, alguns setores já enfrentam sinais de recessão.
A declaração ocorre em um momento de tensão entre o governo de Donald Trump e o Federal Reserve (Fed). O embate está centrado na condução da política monetária e nas decisões sobre as taxas de juros.
De forma enfática, Bessent destacou que, mesmo com crescimento em alguns indicadores, existem áreas da economia em retração. Ele afirmou: “Acho que estamos em boa forma, mas há setores da economia que estão em recessão”.
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Além disso, ele criticou o Fed por, segundo ele, causar distorções distributivas com suas políticas de juros. Essas medidas, conforme o secretário, afetam diretamente o crédito, o consumo e o custo de vida.
Política de juros e impactos diretos
De acordo com o secretário, os juros elevados têm penalizado principalmente o setor imobiliário, considerado um dos pilares da economia americana.
O encarecimento do crédito, segundo ele, reduz o acesso à moradia e freia o consumo. Esses elementos são essenciais para manter o ritmo de crescimento econômico.
Essa preocupação tem sido central na gestão econômica de Trump, que busca impulsionar a construção civil e o investimento doméstico.
Em 29 de outubro de 2025, o Federal Reserve anunciou o segundo corte consecutivo da taxa básica de juros, reduzindo-a em 0,25 ponto percentual.
Com isso, a taxa passou para o intervalo entre 3,75% e 4% ao ano, o menor patamar desde novembro de 2022.
A decisão, porém, gerou controvérsias dentro do próprio comitê do Fed.
Enquanto Stephen Miran, indicado por Trump, defendeu um corte maior de 0,5 ponto percentual, Jeffrey R. Schmid votou pela manutenção das taxas.
A próxima reunião do Fed está agendada para os dias 9 e 10 de dezembro de 2025. Nela, o banco central deverá decidir se continuará o ciclo de flexibilização monetária.
Críticas e expectativas políticas
Durante a entrevista, Bessent reforçou que o ritmo atual de corte dos juros é insuficiente para equilibrar o mercado.
Ele afirmou que a lentidão pode comprometer a retomada de setores-chave, como o imobiliário e o de bens duráveis. Ambos são diretamente afetados pelas flutuações das taxas de financiamento.
Com isso, o secretário defendeu uma abordagem mais agressiva de redução das taxas e um plano de estímulo mais amplo para acelerar a atividade econômica.
Ele também indicou que o governo Trump estuda medidas adicionais para aliviar os custos de crédito e incentivar investimentos.
Sucessão no comando do Federal Reserve
Além de tratar das taxas de juros, Bessent comentou sobre a sucessão de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, cujo mandato expira em maio de 2026.
Ele revelou os cinco nomes finalistas considerados pelo governo para assumir o cargo: Christopher Waller e Michelle Bowman, atuais membros do conselho do Fed; Kevin Warsh, ex-diretor da instituição; Kevin Hassett, ex-chefe do Conselho Econômico Nacional; e Rick Rieder, executivo da BlackRock.
Esses nomes, conforme o secretário, refletem o desejo de Trump de promover uma mudança de direção na política monetária. O objetivo é priorizar o crescimento econômico interno e a redução da inflação de forma sustentada.
Perspectivas para o fim do ano
À medida que o Fed se aproxima de sua última reunião de 2025, o governo americano intensifica a pressão por uma política de juros mais flexível.
Economistas de instituições como Goldman Sachs e Moody’s Analytics preveem que, caso os cortes não se acelerem, a desaceleração setorial pode se ampliar no primeiro trimestre de 2026.
Enquanto isso, o debate sobre a sucessão de Powell deve ganhar força nas próximas semanas.
A escolha do novo presidente do Fed poderá definir o rumo da economia dos Estados Unidos nos próximos anos.
Em meio a cortes graduais de juros, disputas políticas e tensões entre o Tesouro e o Federal Reserve, a principal dúvida permanece: o ritmo de redução será suficiente para evitar uma recessão mais ampla na maior economia do mundo?

                        
                                                    
                        
                        
                        
                        
            
        
        
        
        
        
        
        
        
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