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Secretário do Tesouro de Trump admite recessão em setores da economia dos EUA e critica ritmo do Federal Reserve

Escrito por Caio Aviz
Publicado em 03/11/2025 às 15:16
Secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, durante entrevista, com bandeira americana ao fundo e expressão séria, abordando recessão em setores da economia.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, destacou em entrevista à CNN que setores da economia americana já enfrentam sinais de recessão.
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Secretário aponta impacto dos juros altos sobre o mercado imobiliário e questiona a lentidão do Fed em reduzir as taxas de forma mais agressiva

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, afirmou no domingo, 2 de novembro de 2025, durante entrevista ao programa State of the Union, que, embora a economia americana apresente um desempenho geral considerado sólido, alguns setores já enfrentam sinais de recessão.

A declaração ocorre em um momento de tensão entre o governo de Donald Trump e o Federal Reserve (Fed). O embate está centrado na condução da política monetária e nas decisões sobre as taxas de juros.

De forma enfática, Bessent destacou que, mesmo com crescimento em alguns indicadores, existem áreas da economia em retração. Ele afirmou: “Acho que estamos em boa forma, mas há setores da economia que estão em recessão”.

Além disso, ele criticou o Fed por, segundo ele, causar distorções distributivas com suas políticas de juros. Essas medidas, conforme o secretário, afetam diretamente o crédito, o consumo e o custo de vida.

Política de juros e impactos diretos

De acordo com o secretário, os juros elevados têm penalizado principalmente o setor imobiliário, considerado um dos pilares da economia americana.

O encarecimento do crédito, segundo ele, reduz o acesso à moradia e freia o consumo. Esses elementos são essenciais para manter o ritmo de crescimento econômico.

Essa preocupação tem sido central na gestão econômica de Trump, que busca impulsionar a construção civil e o investimento doméstico.

Em 29 de outubro de 2025, o Federal Reserve anunciou o segundo corte consecutivo da taxa básica de juros, reduzindo-a em 0,25 ponto percentual.

Com isso, a taxa passou para o intervalo entre 3,75% e 4% ao ano, o menor patamar desde novembro de 2022.

A decisão, porém, gerou controvérsias dentro do próprio comitê do Fed.

Enquanto Stephen Miran, indicado por Trump, defendeu um corte maior de 0,5 ponto percentual, Jeffrey R. Schmid votou pela manutenção das taxas.

A próxima reunião do Fed está agendada para os dias 9 e 10 de dezembro de 2025. Nela, o banco central deverá decidir se continuará o ciclo de flexibilização monetária.

Críticas e expectativas políticas

Durante a entrevista, Bessent reforçou que o ritmo atual de corte dos juros é insuficiente para equilibrar o mercado.

Ele afirmou que a lentidão pode comprometer a retomada de setores-chave, como o imobiliário e o de bens duráveis. Ambos são diretamente afetados pelas flutuações das taxas de financiamento.

Com isso, o secretário defendeu uma abordagem mais agressiva de redução das taxas e um plano de estímulo mais amplo para acelerar a atividade econômica.

Ele também indicou que o governo Trump estuda medidas adicionais para aliviar os custos de crédito e incentivar investimentos.

Sucessão no comando do Federal Reserve

Além de tratar das taxas de juros, Bessent comentou sobre a sucessão de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, cujo mandato expira em maio de 2026.

Ele revelou os cinco nomes finalistas considerados pelo governo para assumir o cargo: Christopher Waller e Michelle Bowman, atuais membros do conselho do Fed; Kevin Warsh, ex-diretor da instituição; Kevin Hassett, ex-chefe do Conselho Econômico Nacional; e Rick Rieder, executivo da BlackRock.

Esses nomes, conforme o secretário, refletem o desejo de Trump de promover uma mudança de direção na política monetária. O objetivo é priorizar o crescimento econômico interno e a redução da inflação de forma sustentada.

Perspectivas para o fim do ano

À medida que o Fed se aproxima de sua última reunião de 2025, o governo americano intensifica a pressão por uma política de juros mais flexível.

Economistas de instituições como Goldman Sachs e Moody’s Analytics preveem que, caso os cortes não se acelerem, a desaceleração setorial pode se ampliar no primeiro trimestre de 2026.

Enquanto isso, o debate sobre a sucessão de Powell deve ganhar força nas próximas semanas.

A escolha do novo presidente do Fed poderá definir o rumo da economia dos Estados Unidos nos próximos anos.

Em meio a cortes graduais de juros, disputas políticas e tensões entre o Tesouro e o Federal Reserve, a principal dúvida permanece: o ritmo de redução será suficiente para evitar uma recessão mais ampla na maior economia do mundo?

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Caio Aviz

Escrevo sobre o mercado offshore, petróleo e gás, vagas de emprego, energias renováveis, mineração, economia, inovação e curiosidades, tecnologia, geopolítica, governo, entre outros temas. Buscando sempre atualizações diárias e assuntos relevantes, exponho um conteúdo rico, considerável e significativo. Para sugestões de pauta e feedbacks, faça contato no e-mail: avizzcaio12@gmail.com.

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