O Mato Grosso do Sul destina R$ 32 milhões em projeto de energia solar, impulsionando a transição energética, promovendo sustentabilidade e beneficiando comunidades rurais
Em uma iniciativa histórica, o Governo do Mato Grosso do Sul firmou no dia 22 de setembro de 2025 um Protocolo de Intenções com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), destinando R$ 32 milhões em investimento para a instalação de energia solar em mil moradias rurais, com foco em sustentabilidade e inclusão social.
A ação, articulada pela Agência Estadual de Habitação (Agehab), representa um marco na política habitacional e energética do estado, promovendo a transição energética em comunidades vulneráveis e fortalecendo o compromisso com o desenvolvimento sustentável.
Energia solar como instrumento de transformação social
O projeto prevê a instalação de kits fotovoltaicos em unidades habitacionais de comunidades quilombolas e assentamentos rurais. A iniciativa contempla também a doação de área estadual para o Condomínio Quilombola Tia Eva, localizado em Campo Grande.
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Segundo o vice-governador José Carlos Barbosa, serão instalados sistemas de energia solar em mil residências, além da formalização da doação de uma área para o Condomínio Quilombola Tia Eva — uma medida histórica que fortalece a inclusão social e impulsiona a sustentabilidade.
A energia solar, além de reduzir os custos com eletricidade, proporciona autonomia energética para famílias que vivem em regiões afastadas dos grandes centros urbanos, onde o acesso à rede elétrica convencional é limitado ou inexistente.
Investimento público e impacto direto no Mato Grosso do Sul
O montante de R$ 32 milhões será aplicado ao longo de dois anos, sem transferência direta de recursos, o que otimiza o uso de verbas públicas e garante maior agilidade na execução do projeto.
A expectativa é beneficiar diretamente cerca de 300 moradias na primeira fase, com expansão prevista conforme a evolução das parcerias e da infraestrutura.
Durante o evento de assinatura do protocolo, também foram entregues títulos de domínio para famílias de Sidrolândia, Nioaque e Campo Grande, além de contratos de concessão para agricultores de Dois Irmãos do Buriti. Essas ações reforçam o compromisso do governo com a regularização fundiária e o fortalecimento da agricultura familiar.
Inclusão social e protagonismo feminino no campo
Outro destaque da cerimônia foi o lançamento do programa Fomento Mulher, voltado à autonomia financeira de mulheres em áreas rurais. A iniciativa oferece crédito subsidiado e capacitação técnica, promovendo o empreendedorismo feminino e a geração de renda.
A ministra Simone Tebet, presente na solenidade, enfatizou: esse protocolo simboliza um avanço em justiça social e demonstra como o diálogo construtivo pode contribuir para a construção de um Brasil mais justo e inclusivo.
A inclusão social promovida pelo projeto vai além da instalação de painéis solares. Ela envolve a valorização das comunidades tradicionais, o respeito à diversidade cultural e o incentivo à participação ativa das mulheres na construção de um futuro mais sustentável.
Transição energética e sustentabilidade como política pública
A adoção da energia solar nas moradias rurais do Mato Grosso do Sul representa um passo significativo na transição energética do estado. A tecnologia fotovoltaica contribui para a preservação ambiental, reduz a emissão de gases de efeito estufa e melhora a qualidade de vida das famílias beneficiadas.
Segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), o Brasil ultrapassou 37 GW de capacidade instalada em energia solar em 2025, consolidando-se como um dos líderes mundiais na geração distribuída. O Mato Grosso do Sul, com sua alta incidência solar, é um dos estados com maior potencial de crescimento nesse setor.
Sustentabilidade e geração de empregos locais
A instalação dos kits fotovoltaicos permitirá que famílias em áreas remotas tenham acesso à energia limpa e confiável, reduzindo a dependência de fontes poluentes e instáveis. O projeto também promove capacitação técnica e geração de empregos locais, fortalecendo a economia das comunidades envolvidas.
A capacitação de mão de obra local para instalação e manutenção dos sistemas solares é um dos pilares do projeto. Isso garante que o investimento gere benefícios duradouros e que as comunidades possam se apropriar da tecnologia, criando oportunidades de trabalho e renda.
Além disso, a sustentabilidade ambiental é reforçada pela redução do uso de combustíveis fósseis e pela valorização de fontes renováveis, alinhando-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
Mato Grosso do Sul como referência nacional em energia solar
Com essa iniciativa, o Mato Grosso do Sul se posiciona como referência nacional na adoção de políticas públicas voltadas à energia solar e à sustentabilidade. O estado demonstra que é possível conciliar desenvolvimento econômico com responsabilidade social e ambiental.
O diretor-presidente da Agehab, Ubiratan Rebouças Chaves, destacou que a iniciativa promove o uso de energia limpa e reduz desigualdades no campo. A parceria entre o Governo do Estado, o Incra e o Ministério do Desenvolvimento Agrário mostra a importância da articulação entre diferentes esferas do poder público.
Dados e estatísticas que reforçam a relevância do investimento
- O Brasil possui mais de 3,4 milhões de sistemas solares conectados à rede elétrica.
- A geração distribuída representa cerca de 60% da capacidade instalada de energia solar no país.
- O Mato Grosso do Sul já ultrapassou 1,6 GW de potência instalada em geração própria de energia solar.
- A economia gerada por sistemas fotovoltaicos pode chegar a 95% na conta de luz das famílias beneficiadas.
- A instalação de sistemas solares pode reduzir em até 1,5 tonelada de CO₂ por residência ao ano.
Esses dados demonstram que o investimento em energia solar não é apenas viável, mas essencial para promover um modelo de desenvolvimento sustentável e inclusivo.
Futuro mais justo e sustentável em Mato Grosso do Sul
O investimento de R$ 32 milhões em energia solar no Mato Grosso do Sul é um marco na construção de um estado mais sustentável e inovador. A ação conjunta entre governo estadual, federal e comunidades locais mostra que é possível alinhar desenvolvimento econômico com responsabilidade social e ambiental.
Ao transformar moradias rurais com energia limpa, o Mato Grosso do Sul dá um exemplo concreto de como a transição energética pode ser inclusiva e eficaz. A iniciativa promove dignidade, autonomia e qualidade de vida para populações historicamente marginalizadas, além de fortalecer a economia local e preservar o meio ambiente.