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R$ 250 milhões serão investidos em usina de etanol de milho no Mato Grosso, tornando-se a primeira usina do Brasil a ter pegada de carbono negativa

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 23/06/2021 às 15:38
Usina – etanol de milho – Mato Grosso – carbono
FS Bioenergia/ Fonte: Gazeta do Povo

A usina da FS Bioenergia no Mato Grosso, maior produtora de etanol de milho do país, será a 1ª com pegada de carbono negativa

A FS Bioenergia, maior produtora de etanol de milho do país, irá realizar investimentos de cerca de R$ 250 milhões para implementar um sistema de bioenergia com captura e estocagem de carbono em sua usina, localizada em Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso. O empreendimento será o primeiro do Brasil a ter pegada de carbono negativa – ou seja, vai estocar mais carbono do que emite. Veja ainda: 400 milhões de reais em investimentos são esperados em nova usina de etanol e energia na Bahia. 8 mil vagas de emprego podem ser gerados no local

Projeto com pegada de carbono negativa da usina de etanol de milho, no Mato Grosso

A FS Bioenergia irá capturar, comprimir e transportar o carbono produzido na usina até um local de armazenamento subterrâneo. A empresa contratou estudos geológicos e sísmicos para definir qual será a localização exata da injeção de carbono na planta no Mato Grosso.

Rafael Abud, presidente da companhia, disse em entrevista ao Estadão que fizeram a primeira etapa de viabilidade, que determinou que a condição geológica da região da planta é boa. Segundo ele, agora estão fazendo estudos sísmicos para garantir a viabilidade do local, para avançar na construção do projeto de carbono na usina.

Tal estudo sísmico foi feito para identificar o ponto e a profundidade ideais para a injeção do carbono na usina de etanol de milho. Ele é injetado em rochas porosas localizadas logo abaixo de rochas impermeáveis, que evitam que o carbono chegue à atmosfera – esse seria o principal risco do armazenamento. O carbono injetado ocupa os poros da rocha e se expande lateralmente – a expansão vertical é impossibilitada por causa da rocha impermeável selante.

Primeira usina do Brasil a ter pegada de carbono negativa

Será a primeira vez que o sistema será usado para esse propósito no Brasil – a Petrobrás tem um projeto semelhante, mas o foco é retirar petróleo e o volume de carbono que permanece no solo é baixo. Rafael diz que, neste caso, o carbono fica estocado para sempre e irão monitorar os poços para garantir que não haja vazamentos. Para evitar que o carbono capturado da usina vaze, sensores vão medir o teor de CO2 na atmosfera, no solo e em poços.

A companhia espera conseguir estocar todo o carbono da fermentação de etanol produzido pela usina nos próximos 30 anos ou mais. O vice-presidente executivo de Sustentabilidade e Novos Negócios da FS, Daniel Lopes, diz que o carbono que será capturado na unidade tem alto grau de pureza. Com isso, é preciso apenas comprimir e desidratar o gás (caso fosse necessário separá-lo de outros gases antes da estocagem, o custo do projeto aumentaria).

Veja ainda: Para produzir etanol de cana e de milho, unidade São Fernando receberá investimentos de 1 bilhão de reais no Mato Grosso do Sul

A Millenium Holding Bioenergia consagrou-se vencedora do leilão da usina São Fernando, localizada na cidade de Dourados, estado do Mato Grosso do Sul. A empresa vai pagar R$ 351,6 milhões em até 180 dias após a decisão judicial. A usina, que está em processo de recuperação judicial e posterior falência desde 2013, ganhará investimentos de cerca de R$ 1 bilhão, em dois anos, para tornar-se uma unidade flex com a produção de açúcar e etanol, tanto de cana como de milho.

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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