O Grupo, que detém uma capacidade de moagem de 24 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, destinará investimentos para produção de biogás
O Grupo São Martinho, pretende realizar um investimento de R$ 160 milhões no setor de biogás, com o objetivo de expandir suas produções a partir da cana-de-açúcar, informou Felipe Vicchiato, diretor financeiro da companhia, por meio de teleconferência com analistas e investidores realizada na terça-feira, 21. Ainda, o executivo relatou que está estudando modelos de negócios rentáveis e tecnologias para decidir se o Grupo irá realizar, de fato, o investimento no setor de biogás até o fim deste ano.
No que tange os aumentos dos custos de produção de cana-de-açúcar nos trimestres futuros, Vicchiato diz que é “muito difícil saber” se eles irão permanecer no mercado. Para o diretor, particurlamente, ele diz não ver o preço do fertilizante cair no ano sucessivo, o que ocorre é o contrário, o preço do fertilizante costuma subir.
Ele relata ainda que a estratégia da companhia para o investimento em biogás é depender menos possível dos fertilizantes na produção de cana-de-açúcar, tornando-a mais assertiva no uso e na aplicação. Em relação ao biodiesel, o executivo observa que o preço do biocombustível poderá começar a decair a partir do momento que petróleo começar a registrar quedas. “Mas, bem ou mal, o etanol acompanha.”
Para mais, o diretor do Grupo diz ainda que atualmente o spread de diesel está elevado e subindo “muito mais” do que a gasolina, não apenas no Brasil, mas em nível mundial. Para Vicchiato, as usinas que se encontram longe do Porto de Santos necessitam de arcar com o custo de frete elevado até o local onde ela estiver estabelecida.
“Está ficando muito caro. Nesses casos é melhor produzir etanol. O frete pode chegar a R$ 200, R$ 250 por tonelada de cana-de-açúcar.” Para ele, a tendência é de que os custos parem de subir no médio prazo. “Mas não sei se cairão tanto.”
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Biogás e biometano estão com vasta demanda para investimentos
O setor de biogás, desenvolvido a partir da cana-de-açúcar, segue se expandindo em ritmo acelerado no Brasil. A publicação Panorama do Biogás no Brasil, mostra que no ano de 2017 havia em ação no Brasil cerca de 271 plantas de biogás, do qual, deste total, 51 plantas eram novas. No ano de 2021, por sua vez, a soma de plantas de biogás em operação aumentou para 755, sendo neste total, 102 plantas novas.
Tendo como base esse mesmo período, a produção de biogás, feito de cana-de-açúcar, passou de 1,12 bilhão para 2,35 bilhões de metros cúbicos no Brasil. Porém, por se tratar de uma fonte de energia extremamente atrativa do ponto de vista ambiental, já que é uma fonte de energia proveniente da cana-de-açúcar, foram declarados, recentemente, inúmeras iniciativas e medidas para fornecer a segurança necessária e estimular cada vez mais investimentos no setor.
Investimentos em biocombustível estão cada vez mais favoráveis
Segundo o Broadcast, o cenário de negócios para investimentos no setor de biogás está se tornando cada vez mais benéfico. A Lei nº 14.134/2021 (Nova Lei do Gás) e o seu regulamento, Decreto nº 10.712/2021, estabelecem que qualquer gás que não se delimitar na definição de gás natural conforme dita a lei tenha tratamento equivalente, desde que aderente às especificações estabelecidas pela ANP, gerando assim segurança jurídica para os negócios e investimentos que podem se utilizar da base legal e regulatória do gás natural, produzido a partir da cana-de-açúcar.