Declaração do Cazaquistão pressiona o petróleo Brent, provoca reação no mercado brasileiro e influencia ações da Petrobras e o Ibovespa
O barril de petróleo tipo Brent, referência no mercado internacional, registrou forte queda nesta quarta-feira (23). Os contratos futuros com vencimento em junho recuavam 2,43%, sendo negociados a US$ 65,80 por volta das 11h30 (horário de Brasília).
A desvalorização ocorre após o Cazaquistão, membro da Opep+, afirmar que colocará os interesses nacionais acima dos do cartel. A declaração aumenta a chance de elevação na oferta global, pressionando os preços para baixo.
Cenário global e impacto nas ações da Petrobras
O cenário se agrava com a perspectiva de desaceleração econômica mundial. A agenda tarifária do governo dos Estados Unidos, que prevê restrições às importações, influencia negativamente as expectativas de consumo.
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A combinação de possível aumento na oferta com redução na demanda coloca ainda mais pressão sobre o petróleo.
No Brasil, os reflexos já são sentidos na bolsa. As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) registravam leve alta de 0,58%, a R$ 31,10, após atingirem a máxima de R$ 31,78. Já os papéis ordinários (PETR3) caíam 0,12%, cotados a R$ 32,95, após chegarem a R$ 33,57.
Oscilação do dólar e reação do Ibovespa
A queda nas ações da Petrobras afetou o Ibovespa. O principal índice da bolsa brasileira, que chegou a subir mais de 2% no início do dia, registrava alta mais modesta de 1,6% por volta das 11h30.
A companhia representa cerca de 10% da composição do índice, amplificando seu impacto.
Enquanto isso, o dólar operava em baixa frente ao real.
Após cair mais de 1% pela manhã, a moeda americana recuava 0,57%, cotada a R$ 5,70. A mínima do dia foi de R$ 5,66, influenciada por sinais de que os Estados Unidos podem aliviar as tensões comerciais com a China.
Com informações de Valor Investe.