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Quanto ouro já foi retirado da Terra — e quanto ainda resta para ser explorado?

Publicado em 03/07/2025 às 09:42
Ouro, Depósitos de ouro, Terra
Imagem ilustrativa: IA
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Muito ouro já foi extraído, mas o maior volume permanece fora do alcance humano — preso no núcleo do planeta, segundo cientistas

O ouro sempre despertou fascínio. Desde tempos antigos, seu brilho e valor atravessaram civilizações. Hoje, o metal continua símbolo de riqueza, investimento e beleza. Mas afinal, qual é a real quantidade de ouro disponível no mundo?

O total de ouro já extraído

De acordo com estimativas do Conselho Mundial do Ouro, os seres humanos já retiraram cerca de 216,3 mil toneladas de ouro ao longo da história.

Grande parte desse volume foi direcionado à produção de joias, representando cerca de 45% do total. Outros 22% estão em coleções privadas e públicas — como moedas e barras — e 17% permanecem armazenados por bancos centrais de diversos países.

Já o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), que também acompanha os dados de produção, estima que 187 mil toneladas de ouro foram retiradas da natureza até hoje.

Apesar da diferença nos números, ambas as fontes concordam que a maior parte foi utilizada para fabricação de joias.

Mas o metal valioso não acabou. Segundo o relatório Mineral Commodity Summaries (MCS), publicado pelo próprio USGS, existem ainda cerca de 64 mil toneladas do metal em depósitos considerados acessíveis com a tecnologia atual.

Três países concentram as maiores reservas: Rússia (12 mil toneladas), Austrália (12 mil toneladas) e África do Sul (5 mil toneladas). Esses locais são estratégicos para o futuro da mineração do ouro.

Reservas versus recursos

Há uma diferença importante entre “reservas” e “recursos” quando se fala em ouro. As reservas são depósitos cuja extração é economicamente viável com os métodos atuais.

Já os recursos incluem áreas com potencial mineral, mas que ainda carecem de mais estudos geológicos ou desenvolvimento tecnológico.

Com base nessa distinção, o Conselho Mundial do Ouro estima que as reservas globais somam 54,7 mil toneladas, enquanto os recursos chegam a cerca de 132,1 mil toneladas.

Essa diferença mostra que há muito ouro conhecido, mas ainda não explorado de forma efetiva.

Ouro na crosta terrestre

Além das reservas e recursos tradicionais, existe ouro disperso por toda a crosta terrestre. Pesquisadores da Universidade da Califórnia apontam que esse ouro está principalmente em rochas ígneas, formadas a partir do resfriamento do magma.

Segundo a Royal Mint, a Casa da Moeda do Reino Unido, se fosse possível reunir todo o ouro presente na crosta terrestre, o total chegaria a 400 milhões de toneladas.

No entanto, esse ouro está extremamente disperso e não pode ser facilmente aproveitado com as tecnologias disponíveis hoje.

A maior parte está no núcleo da Terra

Ainda assim, esse número representa apenas uma pequena parte do ouro que existe no planeta. Estudos indicam que cerca de 99% do ouro da Terra está concentrado no núcleo, região inacessível para a humanidade.

Se fosse retirado, daria para cobrir toda a superfície do planeta com uma camada dourada de meio metro de espessura.

Esse fenômeno se explica pela densidade do metal. Durante a formação da Terra, quando tudo ainda era derretido, os elementos mais pesados, como o ouro, afundaram até o núcleo. A explicação é do geólogo Chris Voisey, da Universidade de Monash.

Segundo ele, 99,5% da massa da Terra se formou nessa fase inicial, permitindo que metais mais densos se acumulassem nas partes mais profundas.

Apenas 0,5% do ouro permaneceu na crosta terrestre, o que corresponde às quantidades hoje conhecidas e exploradas.

O que conhecemos é só uma fração

A maior parte do ouro acessível para uso humano está em forma de joias, moedas, barras e reservas bancárias.

Há ainda muito a ser extraído de depósitos conhecidos. No entanto, a esmagadora maioria do ouro do planeta permanece fora de alcance, trancada no núcleo da Terra.

Essa realidade mostra que o metal valioso, mesmo com sua longa história de exploração, ainda guarda segredos sobre sua verdadeira abundância.

Para os cientistas, os depósitos acessíveis continuarão sendo o foco da mineração nos próximos anos. Já o núcleo permanece como um cofre natural, impossível de alcançar. Por enquanto.

Com informações de Canal Tech.

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Romário Pereira de Carvalho

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