Movimento ocorre em mercados com capacidade ociosa de usinas a carvão, principalmente países europeus, que buscam alternativas ao gás russo
O acordo acertado entre o líder russo e a chanceler alemã, Angela Merkel, fará com que o gás contorne a Polônia e a Ucrânia para a Alemanha. Mas agora Putin está girando o parafuso em Berlim, na esperança de evitar que eles implementem a legislação da UE em todo o sistema. Embora o Reino Unido não seja um alvo direto da restrição do Kremlin, o país agora foi forçado a usar usinas a carvão para se fortalecer novamente.
Apesar de ter dados comprovados pela Agência Internacional de Energia que usinas de carvão é uma das fontes de energia mais poluente, no momento, está sendo a melhor opção já que os valores do gás natural estão bem mais caros do que o normal. De acordo com a agência, neste ano o preço do gás aumentou 4 vezes em relação à 2021, já o carvão teve o aumento reduzido de 3 vezes.
Países europeus possuem um estilo de produção mais alternativo do que outras regiões do mundo, além da capacidade de usinas que não estão em uso que possibilita o investimento e a geração de energia.
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Usinas a carvão viram alternativas ao gás russo
A Agência prevê que com a baixa na demanda de eletricidade, o uso do carvão vai aumentar rapidamente e passar a ser um uso frequente nos dias atuais. Em porcentagem, o aumento deve ser de 2,4% além dos 6% que já tinham ocorrido no ano passado.
Em contrapartida, uma análise do Think Tank aponta que o impacto nos eventos climáticos só seriam limitados caso o carvão fosse utilizado em modo reserva.
O gás natural é extraído da Rússia e com medo do que poderia acontecer após a invasão à Ucrânia, alguns países como a Alemanha, Áustria, França e Holanda mudaram sua política de produção e implantaram novos planos que aumentam a produção de energia através de usinas a carvão. Desse modo, mesmo que a guerra tivesse algum impacto no fornecimento de fonte de energia, os países ao seu redor não seriam prejudicados.
“A Europa encontra-se nesta situação urgente devido a erros passados na política energética. Apesar dos inúmeros sinais de alerta, os estados membros da UE ignoram os riscos da dependência excessiva do gás importado e negligenciaram a necessidade de substituí-lo rapidamente por energias renováveis domésticas”, diz Sarah Brown, analista sênior de Energia e Clima da Ember.
Para tudo isso acontecer a Ember realizou alguns cálculos. Os dados mostram que em 2023, a emissão de CO² seria de 30 milhões de toneladas, o equivalente a 1,3% do total de CO².
Na última semana, houve o pedido, por parte da Comissão Europeia, para que os gastos de gás fossem reduzidos entre todos os estados que fazem parte da União Europeia. A princípio, a ação é voluntária mas pode se tornar obrigatória daqui pra frente já que a meta é reduzir em até 15%, equivalente a 45 bilhões de metros cúbicos até março de 2023.
Brasil quer atingir 15 GW de energia renovável até o final do ano
As variações na demanda de cada energia ainda estão presentes. A IEA (Agência Internacional de Energia) apresentou dados bem diferenciados. Ao mesmo tempo que as fontes de energia renováveis devem aumentar a presença em 10%, a energia gerada com baixo carbono também aumentará em 7% e a energia nuclear terá um declínio de 3%.
“Embora se espere que a demanda por eletricidade continue em um caminho de crescimento semelhante em 2023, as perspectivas são obscurecidas pela turbulência econômica e pela incerteza sobre como os preços dos combustíveis podem afetar o mix de geração”, pontua.
No Brasil, a meta é atingir 15 GW até o final do ano, mas, por enquanto, o auge foi 11 GW gerados por painéis fotovoltaicos. Os cálculos de valoração da geração distribuída foram oficializados pelo Ministério de Minas e Energia (MME), de acordo com a lei 14.300/2022, que retira a contribuição quando abordamos a produção própria.