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Proteína do fungo está revolucionando a alimentação sustentável com micoproteínas, fermentação de precisão, biotecnologia alimentar, carne alternativa e impacto ambiental reduzido

Escrito por Rodrigo Souza
Publicado em 08/10/2025 às 09:04
Pesquisas mostram que a proteína do fungo pode transformar a alimentação global com micoproteínas de alta qualidade e baixo impacto ambiental, impulsionando a biotecnologia alimentar e a carne alternativa
Pesquisas mostram que a proteína do fungo pode transformar a alimentação global com micoproteínas de alta qualidade e baixo impacto ambiental, impulsionando a biotecnologia alimentar e a carne alternativa (Foto: Embrapa)
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Pesquisas mostram que a proteína do fungo pode transformar a alimentação global com micoproteínas de alta qualidade e baixo impacto ambiental, impulsionando a biotecnologia alimentar e a carne alternativa

A proteína do fungo tem conquistado espaço nas discussões sobre o futuro da alimentação, segundo uma matéria publicada.

Em um cenário de mudanças climáticas e crescente demanda por alimentos sustentáveis, os fungos surgem como protagonistas de uma revolução alimentar silenciosa.

As micoproteínas, produzidas a partir do micélio, a estrutura que sustenta o fungo, combinam alto valor nutricional, textura semelhante à carne e um processo de produção com baixo impacto ambiental.

Essa inovação vem despertando o interesse de pesquisadores, empresas e investidores que enxergam nesse recurso uma solução promissora para os desafios da segurança alimentar e da sustentabilidade global.

O mercado, estimado em US$ 7,2 bilhões atualmente, deve ultrapassar US$ 32 bilhões até 2032, impulsionado pelos avanços em fermentação de precisão e biotecnologia alimentar.

Micoproteínas e fermentação de precisão: como os fungos estão transformando a produção de alimentos

A combinação de micoproteínas e fermentação de precisão tem redefinido o conceito de carne alternativa.

O pesquisador André Damasio, da Unicamp, explica que os fungos filamentosos e leveduras estão sendo convertidos em “fábricas celulares” capazes de gerar proteínas recombinantes com baixo impacto ambiental.

Empresas como Quorn, Meati e Enough já produzem em escala industrial, atendendo tanto ao mercado B2B quanto ao consumidor final.

Essas proteínas apresentam 45% a 48% de teor proteico e 22% a 35% de fibras, o que garante valor nutricional e textura comparáveis à carne animal.

Além disso, o cultivo de fungos demanda menos terra e água, emitindo quantidade significativamente menor de gases de efeito estufa que a pecuária convencional.

Essa eficiência está transformando a proteína do fungo em uma das fontes mais sustentáveis de proteína do planeta.

Nos últimos cinco anos, os investimentos em fermentação de biomassa, que é a tecnologia base da produção de micélio, superaram os da carne cultivada.

Foram € 628 milhões aplicados em fungos, contra € 459 milhões destinados à carne produzida em laboratório.

A tendência reflete a confiança crescente de investidores na biotecnologia alimentar, que alia escalabilidade, sustentabilidade e aceitação do consumidor.

Biotecnologia alimentar e engenharia genética: o papel das novas tecnologias na proteína do fungo

A biotecnologia alimentar tem permitido avanços notáveis na produção da proteína do fungo.

Técnicas como a edição genética CRISPR-Cas9 e as chamadas tecnologias ômicas, que incluem análises de transcriptômica e proteômica, estão otimizando linhagens fúngicas para melhorar produtividade, sabor e textura.

O engenheiro agrônomo Gabriel Mascarin, da Embrapa Meio Ambiente (SP), destaca que esses progressos vão desde a engenharia das cepas até o processamento downstream, etapa responsável pela purificação das proteínas.

Essas inovações também aumentam a segurança alimentar, pois permitem rastreabilidade e controle de contaminantes.

Ainda assim, o especialista alerta que faltam estudos clínicos para avaliar a biodisponibilidade de aminoácidos e o impacto da proteína do fungo sobre a saciedade e a saúde a longo prazo.

A padronização de valores nutricionais e o monitoramento de toxinas e metais pesados são fundamentais antes da popularização desses produtos em larga escala.

Com esse avanço tecnológico, os fungos Fusarium venenatum e Aspergillus oryzae se destacam pela alta eficiência na produção de micoproteínas.

Embora cresçam mais lentamente que leveduras, apresentam rendimento elevado e características sensoriais desejadas pela indústria alimentícia.

Essa combinação entre biotecnologia e fermentação de precisão posiciona a proteína do fungo como pilar de uma nova era de produção alimentar.

Carne alternativa e aceitação do consumidor: os desafios e oportunidades da proteína do fungo

O mercado de carne alternativa baseada em micélio cresce a taxas anuais próximas de 10,78%, refletindo o interesse crescente por dietas sustentáveis.

No entanto, a aceitação do consumidor ainda é um ponto sensível. Fatores como sabor, preparo e percepção de saúde determinam a disposição em incluir a proteína do fungo na rotina alimentar.

Empresas como Quorn e Meati investem em pesquisas sensoriais e em produtos híbridos que combinam proteínas vegetais e micélio, buscando ampliar o público-alvo além dos veganos.

Esses produtos oferecem vantagens como sabor neutro, textura fibrosa e baixo teor de gordura, características que aproximam a experiência de consumo da carne tradicional.

Apesar disso, há limitações técnicas, como a baixa solubilidade do micélio, que restringe o uso em alimentos líquidos.

Startups como a Nature’s Fynd têm explorado soluções para criar iogurtes à base de micélio, demonstrando a versatilidade dessa matéria-prima.

A expansão dessas aplicações depende de ajustes regulatórios e do aumento da confiança do público, que ainda associa “fungo” a algo exótico ou não convencional.

Além da aceitação, a regulamentação internacional influencia o ritmo de crescimento do setor. Nos Estados Unidos, a FDA aprovou o consumo de micoproteínas em 2001, mas ainda não definiu diretrizes específicas de ingestão.

Esses alimentos não são indicados para crianças menores de três anos, devido ao alto teor de fibras e menor densidade energética.

No entanto, estudos apontam benefícios como redução do colesterol, melhora da saciedade e controle glicêmico, reforçando seu potencial como componente de uma dieta equilibrada.

Impacto ambiental reduzido e o papel da proteína do fungo na segurança alimentar global

A proteína do fungo não é apenas uma inovação alimentar; é uma estratégia de mitigação ambiental. O cultivo de micélio tem baixa emissão de CO₂, reduzida pegada hídrica e alta circularidade produtiva, já que utiliza subprodutos agrícolas como substratos.

Mesmo com o consumo energético da fermentação submersa, o impacto total é inferior ao da pecuária tradicional.

A pesquisadora Paula Cunha, da Unicamp, afirma que a biotecnologia fúngica deve ser vista como complemento proteico, e não substituto integral da carne.

Ao integrar as micoproteínas às cadeias alimentares existentes, é possível diversificar fontes nutricionais, reduzir pressão sobre recursos naturais e fortalecer a resiliência dos sistemas agroindustriais frente às mudanças climáticas.

Essa abordagem atende diretamente às metas globais de sustentabilidade e segurança alimentar, apoiadas por instituições como a FAO.

A proteína do fungo, por exigir menos terra e água e emitir menos gases de efeito estufa, se alinha aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente o ODS 2 (fome zero) e o ODS 13 (ação contra a mudança global do clima).

No contexto econômico, a biotecnologia alimentar com fungos se destaca por atrair investimentos expressivos de fundos e corporações do setor de alimentos e energia.

O avanço tecnológico e o potencial de escalabilidade tornam essa alternativa não apenas ambientalmente vantajosa, mas também financeiramente atrativa, consolidando a proteína do fungo como um dos pilares da alimentação do futuro.

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Rodrigo Souza

Jornalista formado em 2006 pelo UNI-BH e com mais de 15 anos de experiência na produção de conteúdo otimizado para sites e blogs. Sou apaixonado pela escrita e sempre prezo pela credibilidade. Ao longo da minha carreira, já prestei serviço para diversos portais de notícias e agências de marketing digital na produção de matérias jornalísticas e artigos SEO.

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