O túnel do oleoduto da Linha 5 foi aprovado pelo Corpo de Engenheiros do Exército dos Estados Unidos. A estrutura será construída sob o Estreito de Mackinac, entre os lagos Michigan e Huron, com objetivo de substituir trecho antigo e evitar riscos ambientais. Empresa brasileira pode participar da obra.
O controverso túnel do oleoduto da Linha 5, operado pela canadense Enbridge, acaba de receber sinal verde do Corpo de Engenheiros do Exército dos EUA, dando um passo decisivo para sair do papel. A construção vai ocorrer a cerca de 30 metros abaixo do leito do Lago Michigan, em um trecho de 7 quilômetros, e tem como missão substituir um segmento de oleoduto com mais de 70 anos de uso, que ainda transporta cerca de 540 mil barris por dia de petróleo e gás natural entre o Canadá e os Estados Unidos.
A obra é considerada uma das mais delicadas e importantes da região dos Grandes Lagos, e pode entrar para a história como uma solução de engenharia que equilibra segurança energética, infraestrutura crítica e pressão ambiental.
O que é a Linha 5 e por que o túnel do oleoduto importa
A Linha 5 é um dos principais oleodutos da Enbridge, cruzando a fronteira Canadá-EUA e atendendo grande parte da região centro-norte americana com derivados de petróleo, como gasolina e propano. Só no estado de Michigan, mais da metade do propano consumido vem desse sistema.
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O problema? Um trecho da linha atravessa o Estreito de Mackinac, área sensível e ecologicamente rica, com risco elevado de vazamentos. Para evitar um desastre ambiental e manter o fluxo de combustível, a Enbridge propôs a construção de um túnel selado e pressurizado, onde o novo oleoduto será instalado com proteção contra corrosão e impactos externos.
Participação brasileira na jogada
Uma das candidatas para atuar na execução do projeto é a empresa brasileira Liderroll, especializada em lançamento de dutos em ambientes confinados. A companhia já é reconhecida por desenvolver sistemas avançados para operações subterrâneas e pode fornecer tecnologia nacional de ponta para um dos maiores projetos de infraestrutura energética dos Estados Unidos nos próximos anos.
A Liderroll já opera em mercados internacionais e vê no projeto uma porta de entrada para novas parcerias no setor energético norte-americano.
Polêmica ambiental e impasse com comunidades indígenas
Apesar do avanço técnico, o túnel do oleoduto continua cercado de controvérsia. Organizações ambientais e sete nações indígenas abandonaram o processo de consulta, alegando falta de diálogo e pressa na aprovação. A decisão do governo de acelerar a licença sob o argumento de “emergência energética nacional” foi criticada por grupos que defendem a proteção das águas e territórios sagrados da região.
Ainda assim, a Enbridge sustenta que o túnel vai aumentar a segurança e diminuir drasticamente o risco de vazamentos, além de manter empregos e o abastecimento de energia para milhões de pessoas.
Quando começa a obra?
Com a aprovação militar já concedida, o próximo passo depende de licenças estaduais e ambientais complementares. A expectativa inicial da Enbridge era começar as obras em 2023, mas atrasos com consultas públicas e embates legais podem empurrar o cronograma para 2025.
A previsão é que o túnel do oleoduto seja escavado com tuneladoras de alta precisão, sob pressão controlada, semelhante ao processo usado em grandes projetos como o Eurotúnel ou o Rodoanel Norte de São Paulo. O custo estimado ultrapassa US$ 500 milhões.