Com diversos aperfeiçoamentos já realizados no “sol artificial”, pesquisadores chineses acreditam que, muito em breve, conseguirão utilizar essa fonte de energia limpa em seu potencial inesgotável
Alguns cientistas chineses, em meio a um experimento do sol artificial chinês, foram capazes de alcançar um novo recorde a nível mundial no que diz respeito à energia renovável, conseguindo chegar a uma temperatura plasmática de 120 milhões de graus Celsius, com duração de exatos 101 segundos, na última sexta-feira (31/12). Este é considerado um passo de extrema importância rumo à direção de um estudo de operação experimental de um reator de fusão.
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Detalhes sobre o experimento do “Sol artificial” chinês
O anúncio sobre o avanço no experimento foi dado pelo pesquisador do Instituto de Física Plasmática da Academia Chinesa de Ciências (ASIPP), Gong Xianzu, que também foi responsável pelo experimento realizado em Hefei, capital da Província de Anhui, localizado no leste da China.
De acordo com Xianzu, o chamado “sol artificial” conseguiu manter a temperatura em torno de 70 milhões de graus Celsius, por cerca de 17 minutos e 36 segundos, durante o experimento na última sexta-feira (31/12).
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Exemplificando o motivo desse experimento ser considerado fundamental e tão importante, pode-se dizer que a temperatura alcançada pelo EAST é impressionante, pois apenas o Sol consegue registrar “somente” a temperatura de 15 milhões de graus Celsius.
O “sol artificial” chinês
O reator foi batizado de “sol artificial” porque seu objetivo é recriar a fusão nuclear, que é um processo semelhante ao que acontece nas estrelas, inclusive no Sol, algo que poderia se tornar uma super fonte quase inesgotável de energia limpa e renovável.
Em maio de 2021, durante outros experimentos, as instalações chinesas conseguiram alcançar temperaturas em torno de 160 milhões de graus Celsius, porém por menos tempo, durante apenas 20 segundos. Com esse novo reator, ou “sol artificial chinês”, aumentam as possibilidades de se ter energia renovável por longos períodos de tempo, reduzindo custos e agindo em prol da sustentabilidade.
O Tokamak Superconductor Experimental Avançado (EAST, na sigla em inglês) está localizado na cidade de Hefei, que fica cerca de 500 km a oeste de Xangai, na China. O aparelho possui em torno de 11 metros de altura, oito metros de diâmetro, com um peso aproximado de mais de 400 toneladas.
Importância do sol artificial
Desde meados de 2018 a China vem trabalhando nesse “sol artificial”, buscando diversos meios de recriar o processo de reação nuclear que ocorre no Sol e demais estrelas.
A China acredita que o aperfeiçoamento desse reator – ou sol artificial chinês – obterão um resultado tão esperado: uma fonte de energia renovável quase inesgotável. Por essa razão, a China segue aperfeiçoando e reavaliando as possibilidades de melhorias, para que seja possível a utilização dessa fonte de energia renovável o mais breve possível.
Outros dois reatores fazem parte do projeto do Instituto Hefei de Ciências Físicas da Academia de Ciências da China. Os reatores ficam próximos ao EAST, porém são menores que ele. Um dos reatores foi instalado no sudoeste da China, na cidade de Chengdu, e o outro reator foi construído em Wuhan.
Energia renovável no Brasil: Aneel projeta o dobro de investimentos em energia eólica e solar para 2022
Os investimentos em energia solar e energia eólica continuarão crescendo no Brasil no próximo ano, devido à ampliação das fontes de energia renovável entre os consumidores residenciais, industriais e comercias, e à nova regulamentação da geração distribuída. O custo elevado da eletricidade no mercado regulado, que não conta com estimativas de redução para o próximo ano, também está contribuindo para que os usuários mudem para a energia renovável e geração distribuída.
O setor de energia solar será um grande destaque para o próximo ano, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A fonte de energia renovável já contribuirá com cerca de 3% da matriz energética nacional até o fim deste ano.
O número de empresas, propriedades rurais e residências que atualmente contam com instalações de energia solar ultrapassou a casa de 123 mil em 2019 para 215 mil no ano passado e 314 mil até o começo deste mês, segundo a Aneel.